A comida brasileira não tem uma só origem. Alguns pratos são herança da cultura indígena, outras delícias vieram de países africanos, e ainda temos receitas inspiradas por imigrantes portugueses, italianos, alemães e mais. Não importa se nasceram aqui ou se vieram de fora, todos os pratos típicos do Brasil têm um toque só nosso e fazem parte da cultura brasileira à mesa.
É uma gastronomia que permite conhecer os vários cantos do nosso país com dimensões continentais e até unir o povo com comidas que não encontra em nenhum outro lugar no mundo. Para homenagear essa culinária que conhecemos bem, confira no TudoGostoso 20 pratos típicos do Brasil que todos devem conhecer.
Cultura brasileira à mesa: aprenda como fazer 20 pratos típicos do Brasil
Arroz e feijão são ingredientes comuns em muitos pratos típicos brasileiros
O feijão é uma semente típica da nossa região e que não falta em pratos tradicionais como o feijão tropeiro, o tutu e a inigualável feijoada. Feita com feijão preto e carne de porco em mil e uma formas, a feijoada é um prato que representa bem a cultura brasileira por não ser feito em porções individuais, mas em uma grande panela de barro para reunir pessoas em uma refeição para lá de farta e repleta de acompanhamentos como arroz, farofa, couve e laranja.
O arroz fica ao lado do feijão (ou em cima ou embaixo, dependendo da preferência) como parte dos pilares das comidas brasileiras. E, se estamos falando de comidas típicas e até mesmo históricas, o arroz carreteiro que leva até carne foi responsável por alimentar inúmeros brasileiros em viagens e em dias de trabalho árduo. Dependendo da região, os brasileiros podem preferir outras combinações, como o arroz com pequi comum em Goiás.
Pensou em salgadinho em festas brasileiras, pensou em coxinha. Petiscos como empadinha e bolinha de queijo já são bem típicos do Brasil e difíceis de encontrar lá fora, mas nenhum deles é tão famoso quanto a coxinha. A coxinha de frango é a mais tradicional, mas existem outras, como a coxinha de mandioca com carne seca. E conta para a gente: você começa a comer pela ponta fina com mais massa ou pela parte mais larga cheia de recheio?
A moqueca é um prato típico da Angola, mas que entrou no cardápio brasileiro há bastante tempo. Ela é um tipo de caldeirada de carne, normalmente de peixe ou crustáceos, como o caso da moqueca de camarão, com pimentões, tomate, leite de coco, azeite de dendê e outros ingredientes que complementam o caldo. Mas não existe só um tipo de moqueca. Dependendo das substituições, dá para fazer até uma moqueca de palmito vegana.
O acarajé da Bahia e de boa parte do nordeste é uma comida tão tradicional que é patrimônio cultural brasileiro. O bolinho de origem africana é feito com uma massa de feijão-fradinho e frito em azeite de dendê. O bolinho é cortado e recheado. Um acarajé verdadeiro leva o camarão, o creme vatapá e o cozido de quiabo caruru.
O acarajé é uma típica comida de rua baiana
No norte do país, em especial no Pará e no Amazonas, o pato no tucupi é um dos pratos mais conhecidos e adorados pela população. A receita usa ingredientes do Pará e região como tucupi e jambu. O tucupi é um caldo amarelo extraído e separado do veneno da mandioca brava. O jambu é uma erva bem particular por dar um pouco de dormência na boca, por isso precisa ser usado nas quantidades certas.
O bobó é um caldo bem encorpado da culinária afro-brasileira com camarão, leite de coco, azeite de dendê e vários outros ingredientes. Ele é bem típico do nordeste brasileiro e tem similaridades com a moqueca, mas a maior diferença é que o bobó de camarão também leva farinha de mandioca para ficar extra suculento. O acompanhamento clássico deste prato é um arroz branco suave para equilibrar a força do bobó de camarão bem temperado.
O leitão à pururuca é um prato de carne feito com um leitão inteiro. A origem desta receita é portuguesa, mas no Brasil se tornou uma das refeições mais populares da comida mineira. O nome “leitão à pururuca”, por outro lado, tem influência indígena, já que “pururuca” vem do tupi e significa algo como “barulhento”, uma referência à casca crocante do leitão assado. Não é um prato para todos os dias, mas perfeito para compartilhar em festas e na visita de parentes distantes.
O baião de dois é mais uma prova de que o arroz e o feijão moldaram a gastronomia brasileira. O nome do prato é uma brincadeira com o “baião”, dança nordestina, com os dois ingredientes principais já mencionados. Mas essa receita que é famosa no Norte e no Nordeste tem muito mais do que apenas dois ingredientes. Ela leva ainda carne, cebola, temperos e o bem brasileiro queijo coalho.
O tacacá original é uma receita de origem indígena e tradicional da região amazônica. O prato é a perfeita união dos ingredientes mais comuns da região. O caldo com tucupi é feito com camarão, encorpado com goma de mandioca e bem temperado com jambu, chicória, pimenta e alho. Ou seja, é um prato com sabor bem forte que representa bem a diversidade da nossa gastronomia.
O tacacá é tão típico que a maioria dos seus ingredientes é originário da região amazônica
Tão amado no Brasil que existe até um Dia do Pão de Queijo, este lanche simples de origem mineira é unânime: não tem um brasileiro que não conhece e é um dos primeiros quitutes que estrangeiros experimentam. É uma receita que pode ir do simples e clássicopão de queijo de 3 ingredientes com polvilho, queijo minas e creme de leite até ganhar formatos diferentes como o bolo de pão de queijo e a pizza com borda de pão de queijo. Ele fica mais gostoso bem quentinho com manteiga ou requeijão e acompanhando um café.
A tapioca é uma goma feita da farinha de mandioca até ficar com cor branca e textura granulada. Ela pode ser usada de várias maneiras. Após hidratada, ela “gruda” e vira uma massa ótima para rechear e esquentar na frigideira para formar o beiju ou tapioca, dependendo de onde você mora. A goma de tapioca aparece em mais receitas brasileiras, como o dadinho de tapioca, o cuscuz de tapioca e o pudim de tapioca.
A pamonha é uma receita que usa um ingrediente comum nas américas e que os povos indígenas sabem usar bem: o milho. Após ralado e misturado com leite, o milho se torna uma pasta, quase como um purê, que é a alma da pamonha. A massa é então embrulhada em palha e fervida ou assada. A pamonha pode ser tanto salgada quanto doce, dependendo se acrescenta sal ou açúcar e canela. O prato ainda pode ser recheado, como a pamonha salgada com queijo, e fica ótimo no lanche da tarde.
Canjica, mugunzá, munguzá, mingau de milho branco, essa receita brasileira tem tantos nomes que gera confusão. Mas mesmo que cada lugar dê um nome diferente e até tenha receitas distintas, todas falam do mesmo preparo. A receita de canjica é um doce cremoso feito com grãos triturados do milho branco. É comum preparar com leite condensado e finalizar com canela.
Algumas receitas são passadas de geração em geração e acabam se tornando sinônimos de cheiro de casa da avó. O bolo de fubá é a representação de um café fresco com lanche caseiro preparado por aquela sua avó do interior. Quando bem fresquinho tem um cheiro irresistível da erva-doce e uma maciez que só o bolo de fubá que não fica seco é capaz. A massa de fubá, um tipo de farinha de milho, combina com ingredientes à parte como goiabada e queijo.
O aroma de um bolo de fubá com erva-doce fresquinho contagia a casa inteira
A paçoca bate recordes de venda e consumo durante um período específico do ano ao lado do pé-de-moleque e o pé-de-moça: as festas juninas. Mas esta barrinha de amendoim doce não precisa ser consumida nessa época. O docinho fica ainda melhor quando preparado em casa e ainda serve como ingrediente em sobremesas como o pudim de paçoca e o bolo de paçoca. E nada de confundir com outra receita bem brasileira: a paçoca com carne de sol é um prato salgado de carne e mandioca.
Nem ouse chamar bolo de rolo de rocambole. O bolo de rolo é um doce de Pernambuco tão tradicional que precisa seguir regras que mantém a história deste bolo cilíndrico. A massa é um pão de ló bem fininho e macio por causa da gordura da margarina. O doce pernambucano também tem um recheio bem específico: o doce de goiaba. Na hora de montagem, ele precisa ser enrolado direitinho para não quebrar e formar as linhas de camadas belíssimas que o bolo de rolo é conhecido.
Uma receita que gere tantos trocadilhos de português só poderia ter origem brasileira. Curiosamente, apesar de ser uma sobremesa de Natal nossa, a inspiração para o pavê veio da França. O nome vem de “pavage”, que significa pavimento, em alusão a construção de cremes lisos e biscoitos montados como paralelepípedos igual uma rua. Ao contrário do que muita gente pensa, o pavê não é uma adaptação do tiramisù, já que registros mostram que o pavê já era feito décadas antes da popularização do doce italiano.
O pudim não é um nome desconhecido no resto do mundo. Na verdade, cada país tem a sua interpretação do “pudding”, a exemplo dos países de língua inglesa. Alguns são mais parecidos com bolos, outros lembram cremes de chocolate. No Brasil, a nossa versão do pudim é a sobremesa leve de ovos, assada em banho maria em uma forma com buraco no meio para formar a massa com ou sem furinhos. Além do pudim de leite, outras receitas bem tradicionais aqui são o pudim de clara, o pudim de leite condensado o pudim de pão e o pudim de chocolate.
Pensou que o brigadeiro ficaria de fora? Nem pensar! Este docinho que está em todas as festas, de aniversários infantis a casamentos, tem uma das receitas mais simples e amadas do nosso país. E não importa se é enrolado no granulado, servido como brigadeiro de copinho ou feito para comer sozinho e sem cerimônia com um brigadeiro de panela, é sempre uma delícia. O brigadeiro é tão presente na nossa confeitaria que até é ingrediente de outras receitas, como na cobertura de um bolo xadrez ou parte de uma palha italiana. São dezenas de receitas de brigadeiro até sem chocolate e você pode fazer até na airfryer.
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