O Dia da Gastronomia Mineira é comemorado no dia 5 de julho, mas a comida mineira merece ser celebrada todos os dias. Falar sobre os pratos típicos de Minas Gerais não é só falar da comida em cima da mesa. É falar sobre história e tradição, de receitas tão antigas quanto o Brasil e de ingredientes que representam a região. Pegue um cafézinho coado e acompanhe o TudoGostoso conhecer mais sobre as delícias da comida mineira que nos deixam com água na boca.
O café e o pão de queijo são clássicos deliciosos, mas a comida mineira vai além
Por que existe o Dia da Gastronomia Mineira?
Desde 2012, o dia 5 de julho é marcado pelo Dia da Gastronomia Mineira, uma data criada para valorizar a culinária do estado que levou receitas saborosas para todo o país. A escolha do dia 5 de julho coincide com a data do nascimento do escritor mineiro Eduardo Frieiro. Ele foi o autor da primeira publicação sobre gastronomia mineira: “Feijão, Angu e Couve – ensaio sobre a comida dos mineiros”.
A comida mineira tem uma grande importância para o estado. Segundo o Observatório do Turismo de Minas Gerais (OTMG), cerca de 30% dos turistas citam a cozinha mineira como marco da visita ao estado. Tudo por causa da alta qualidade e variedade de comidas, com produção local, festivais gastronômicos e roteiros culinários. Desde 2019, a capital Belo Horizonte é uma das quatro cidades brasileiras a integrar a Rede de Cidades Criativas da Gastronomia da UNESCO, ao lado de Belém, Florianópolis e Paraty.
Quais são as principais características da comida mineira?
As características da comida mineira começam na sua história. Como em muitos cantos do Brasil, a culinária local é uma mistura dos pratos dos indígenas, dos africanos e dos portugueses. É da mandioca, alimento da culinária indígena, que vem o polvilho, ingrediente principal do pão de queijo e do biscoito de polvilho. E, para atender os portugueses em migração, a comida tropeira resistia a viagens e saciava os viajantes na busca pelo ouro.
Feião, carne, mandioca e couve são comuns na comida mineira
A comida mineira tem aquele gostinho de fazenda e é marcada pela “culinária de quintal”, com ingredientes bastante regionais que as famílias encontravam em casa. O queijo canastra, um dos melhores queijos do mundo, no começo era apenas feito para alimentar a família.
A panela de barro e o forno de lenha juntos foram o berço de vários pratos mineiros deliciosos. E não podemos esquecer de que Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. Metade do café do Brasil vem de lá, então é grande a chance daquele pacote de pó de café que tem na sua casa ser mineiro.
O que tem na mesa mineira?
O que a mesa mineira mais tem é fartura e variedade. O sul do estado sozinho tem uma abundância de tipos de café, então não falta o clássico café coado na hora na mesa do mineiro logo cedo. Além disso, Minas Gerais ainda é o maior produtor de cachaça artesanal, então a bebida alcoólica também entra na rotina. No norte e no oeste, o cerrado toma conta e os pratos com carne seca e pequi lembram até a culinária pantaneira.
O frango, o feijão, a mandioca e o angu entram na festa gastronômica mineira. Entre legumes e verduras, o destaque vai para plantas que são fáceis de cultivar, como a couve e a ora-pro-nóbis. Se tem uma coisa que o mineiro sabe é temperar bem a comida. Usar ervas em vez do sal é uma tradição que começou pela necessidade e ficou pelo sabor. Com tanta delícia assim na mesa, qualquer um sai de barriga cheia de uma refeição mineira.
Quais são os pratos típicos da comida mineira?
O pão de queijo é uma comida que representa bem Minas Gerais
Não tem como começar uma lista sobre comida mineira sem ser com o pão de queijo. As pequenas bolinhas feitas com polvilho, leite, ovo e queijo são tão gostosas que representam não só Minas Gerais como o Brasil e é um dos primeiros alimentos que qualquer estrangeiro experimenta por aqui.
A receita pode usar vários tipos de queijo, como parmesão ou muçarela. Mas se quiser um pão de queijo mineiro de verdade, o queijo precisa ser da região. Queijo minas meia cura e queijo canastra são as melhores opções. Para servir, tem quem goste de passar manteiga no pão de queijo quentinho. Outros preferem rechear o pãozinho com requeijão, goiabada ou doce de leite.
A comida mineira e o feijão andam lado a lado. O feijão tropeiro não é um prato específico do estado, já que os tropeiros de várias regiões preparavam a receita nas suas viagens pelo sudeste e centro-oeste.
Com feijão, toucinho, farinha, ovo, couve e muito tempero, o feijão tropeiro dá bastante proteína e energia para dias longos, além de ser bem fácil de fazer e usar ingredientes duráveis. Hoje em dia, mesmo que a maioria dos brasileiros não faça esse tipo de jornada, ainda é difícil resistir a um feijão tropeiro no almoço.
O tutu à mineira tem ingredientes clássicos da região: feijão, carne e couve
O tutu é mais um histórico prato de feijão em Minas Gerais. É uma receita que foi feita para enfrentar a escassez de alimentos e as grandes migrações. Quando a comida era pouca e precisava durar, os mineiros colocavam farinha de mandioca ou farinha de milho no feijão para engrossá-lo.
Esse truque dava uma consistência mais pastosa para o feijão e ajudava a render mais porções e a conservar o prato depois de pronto. Para ficar com mais sabor e mais proteína, é normal incluir outro preparo famoso em terras mineiras, o torresmo. Bacon, ovos cozidos, linguiça, cebola, couve e muitos temperos podem entrar nesse prato que tem um pouco de tudo.
O frango com quiabo mineiro é uma iguaria clássica da região. O prato é um tipo de ensopado de frango bem encorpado com quiabo e condimentos. Se quiser que a receita fique o mais perto possível do tradicional, use o frango caipira em vez do frango industrializado. Dizem que o prato só fica com o gostinho de fazenda mineira com o frango caipira.
E como uma boa comida mineira nunca anda sozinha, o frango com quiabo precisa de acompanhamentos. O prato é servido tipicamente com guarnições de angu, arroz e farinha de mandioca. Se quiser deixar ainda mais mineiro, pode servir o pastel de angu com uma massa de milho bem recheada. E se você gosta de frango, pode experimentar também o frango ao molho pardo, uma receita portuguesa que os mineiros adotaram com gosto.
A vaca atolada tem um nome inusitado, mas o sabor é irresistível
A vaca atolada é uma receita para quem adora carne de costela bovina. Para fazer esse prato, os temperos do caldo podem variar, mas a mandioca é insubstituível, afinal, é um ingrediente que já deu para ver que não pode faltar na cozinha mineira.
A carne e a mandioca são cozidas no caldo temperado até ficarem supermacias, quase ao ponto de desmanchar. A receita é creditada aos viajantes do período colonial que carregavam a carne em gordura para preservá-la e adicionavam a mandioca que conseguiam em abundância pelo caminho.
Vamos ser sinceros, fazer um leitão à pururuca não é fácil à primeira vista. O leitão precisa marinar no molho por mais de dez horas e é cozido por cerca de três horas. Só assim ele ficará macio por dentro, crocante por fora e com sabor para todos os lados.
Para quem nunca preparou pode ser um desafio, mas um bem recompensado se seguir a receita mineira até o final. Se quiser experimentar sem ter o trabalho, restaurantes mineiros são certeiros e sempre preparam o prato com maestria. E se não quiser fazer com leitão, o pernil à pururuca é outra comida mineira fenomenal.
A canjiquinha mineira é feita com milho, mas é uma receita salgada
Não se engane achando que a canjiquinha é o diminutivo da canjica doce, a comida de festa junina chamada também de mungunzá. A canjiquinha que vai encontrar nos restaurantes de Minas Gerais é um prato salgado bem completo feito na panela de barro que ainda atende por outros nomes, como quirera de milho e péla égua.
A canjiquinha é feita com milho triturado até esfarelar, cozido com costelinha ou outra carne de porco. Bacon, calabresa e linguiça são usados como alternativa para a carne ou para incrementar a receita. Como esperado da comida mineira, o tempero é caprichado, com cebola, alho, pimenta e mais. Para acompanhar, uma couve refogada é o mais indicado pelas tradições mineiras.
O doce de leite não é exclusividade nem de Minas Gerais e nem do Brasil. Ninguém sabe ao certo quem criou o prato, mas a combinação de leite e açúcar cozidos em uma panela fez particularmente sucesso em terras mineiras.
Em 2014, a cidade mineira de Ipanema bateu o recorde de maior doce de leite do país com uma receita de mais de 500kg servida na Festa do Queijo local. Dá para comer doce de leite puro, usar para rechear bolos e sobremesas ou fazer uma mistura bem mineira e passar no pão de queijo.
A gastronomia mineira é especialista em doces com frutas
A goiabada é um doce feito com goiaba, água e açúcar que lembra a marmelada portuguesa, mas é uma delícia mineira. Pode ter uma consistência mais cremosa ou ficar bem firme com um formato de tijolo. A goiabada cascão tem a mesma receita, mas usa a fruta inteira com a casca que dá mais sabor da fruta.
Um doce para todas as horas, a goiabada é docinha e perfeita para contrastar com sabores salgados. Goiabada com queijo é uma união tradicionalíssima da comida mineira, é só pensar naquela irresistível fatia de queijo minas com uma goiabada cascão por cima. E não faltam receitas que celebrem essa união. Tem sorvete de queijo com goiabada, rocambole romeu e julieta, pão de queijo com goiabada, bolo de fubá com goiabada e mais!
Mineiros são ótimos em fazer doces e compotas com frutas. O doce de abóbora é tradicional da região, com a cidade de Poços de Caldas sendo uma referência no preparo. Só abóbora e açúcar é o bastante para deixar na consistência certa, mas um bom doce de abóbora leva coco, canela e cravo para deixar mais saboroso.
O doce de abóbora pode ter uma consistência pastosa para passar em pães ou comer de colher, ou ser sólido e cristalizado para cortar em cubinhos. Vale uma menção honrosa para o doce de mamão verde, outro clássico doce de fruta de Minas Gerais. Ele é melhor servido em calda com queijo para acompanhar.
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