Reunir a família para a ceia é uma das principais tradições do Natal. Para receber tanta gente, a mesa precisa estar completa com bastante comida e vários pratos tradicionais, desde a deliciosa rabanada tradicional até o polêmico arroz com passas. Para protagonizar a refeição, não pode faltar um prato com carne no centro de tudo.
Alguns servem Peru, outros gostam mais do Chester e outros optam por tender. Afinal, faz diferença essa escolha? As três carnes são tão populares durante o Natal que às vezes se confundem. Para tirar as dúvidas e ajudar na sua ceia este ano, descubra no TudoGostoso características, vantagens e receitas de peru, Chester e tender para ter uma ceia deliciosa.
A escolha entre peru, Chester e tender muitas vezes depende da tradição de família
Por que o peru é uma carne natalina?
Quando imaginamos uma ceia de Natal perfeita, logo vem em mente a imagem daquele peru assado enorme e douradinho. Chega a ficar com água na boca só de imaginar. A tradição de comer peru no Natal vem do início do século XX e foi “importado” do Dia de Ação de Graças dos Estados Unidos, uma ceia em família que acontece em novembro sempre com peru.
O peru é uma ave grande e, na ceia natalina, ela é assada e servida inteira, simbolizando a fartura do ano e alimentando bem todos os convidados. É uma carne branca, magra e com sabor bem forte, porém mais seca. Por causa disso, precisa marinar bem no molho para ficar suculenta. A dica é usar os sacos próprios para forno para manter toda a umidade na carne.
Para quem quer preparar a ave na ceia, o peru assado simples é marinado em um caldo de cebola, alho, pimenta e ervas em vinho tinto e caldo de galinha, o que já dá bastante gosto para a carne. Para incrementar, é comum fazer peru recheado com farofa ou legumes, que cozinham junto com a própria carne.
O que é o Chester?
O Chester é uma carne de ave como o peru, mas ainda tem várias diferenças
O Chester também é uma carne de ave, mas sua relação com o Natal começou mais comercial do que simbólica. Ela foi criada nos Estados Unidos nos anos 70, como uma alternativa mais barata do que o peru na época. Estamos falando de uma carne geneticamente modificada que reúne vários tipos de frango. O resultado da mistura é uma ave maior do que o frango comum e que tem 70% de sua carne no peito e na coxa. É daí que vem o nome, já que “chest” significa “peito” em inglês.
Assim, o Chester tem a mesma função do peru na ceia, sendo uma carne de ave grande e servida inteira. Ela tem uma cor mais clara e um sabor mais suave do que o peru e mais perto do frango que estamos acostumados. O preparo é bem parecido com o peru, com o Chester assado simples sendo marinado antes de assar. Normalmente não é necessário usar muitos temperos pois a carne já vem temperada. Assar o Chester na manteiga deixa a carne suculenta e você ainda pode rechear Chester com farofa de frutas secas.
É interessante mencionar que no Brasil o Chester é o nome registrado do produto vendido por uma única marca, quase como sinônimo dela. Por causa disso, nenhuma outra empresa pode vender o Chester propriamente dito. O que muitas marcas fazem é criar a sua versão do produto e vender como “ave congelada” ou dar seu próprio nome original, como Fiesta, Supreme e Blesser.
Que carne é o tender?
O tender é um tipo de presunto natalino
Diferentemente do peru e do Chester, o tender é um tipo de pernil de porco defumado. Curiosamente, a carne que chamamos de tender tem uma relação com o Natal mais antiga do que o peru. No norte da Europa, existia o Yule, um festival com mais de mil anos de história que celebrava o início do inverno entre 21 de dezembro e 1º de janeiro. A festa celebrava as caças e o principal prato era o “Yule ham”, o “presunto de Yule”.
Esse presunto de Yule posteriormente ganhou o nome de “presunto de Natal” quando passou a ser servido durante a ceia natalina moderna. E de onde vem o nome “tender”? De um slogan! O nome tender só é usado no Brasil e fazia parte do slogan usado pelas primeiras peças de carne importadas dos Estados Unidos. A embalagem dizia “tender made ham”, que significa “presunto feito com carinho”, mas que no Brasil as pessoas chamavam pelo que liam e logo o presunto de Natal virou “tender”.
O tender é uma carne firme com pouca gordura e tanto a aparência quanto o gosto lembram o nosso presunto de cada dia. O sabor é mais acentuado, mas não o bastante para causar estranhamento e combina bem com saladas e entradas da ceia. O tender é fácil de fazer, é assado com os tradicionais cravos, e você pode deixar a carne macia com inúmeros molhos. Tem tender natalino com mostarda e mel, tender ao molho salgado de carne e cebolinha, tender com molho agridoce de laranja e até tender caramelado com figo e cereja.
Qual a diferença entre peru, Chester e tender na ceia?
Dependendo da carne que você escolher para a sua ceia, os acompanhamentos ideais podem mudar
O peru, o Chester e o tender podem ter o mesmo papel de protagonistas da ceia, mas não podemos tratá-las como a mesma carne. Quando pensamos no preparo, existem diferenças claras. O peru é o mais demorado e difícil de fazer, já que precisa descongelar por 48 horas na geladeira, depois marinar por algumas horas e assar por pelo menos 3 horas, sem contar o processo de limpar, rechear e temperar.
O Chester também tem o longo preparo de descongelar, marinar, rechear e assar por horas antes de ficar pronto, então é outra ave que pede por paciência na cozinha. Para quem gosta de praticidade, o tender é o vencedor da disputa. Ele vem desossado, pré-cozido e pronto para consumo Desta maneira ele pode ser servido frio ou brevemente aquecido com um molho a sua escolha para deixar mais suculento.
Em relação ao preço, os mais em conta são peru e Chester. Apesar de o Chester ter sido desenvolvido como alternativa barata ao peru, hoje em dia dá para encontrar os dois na mesma faixa de preço, entre 18 e 25 reais o kilo. O tender já é mais caro, estando na média de 50 reais o kilo.
Ao planejar o resto da sua ceia, a diferença entre as carnes também deve ser considerada. O peru tem sabor forte, então acompanhamentos como batata assada e arroz com lentilha não roubam o protagonismo da carne. O Chester tem um gosto mais tímido, então pode apostar na farofa mais completa e no salpicão de Natal. O tender é mais associado a entradas da ceia e fica bom com saladas de Natal, frutas em calda ou em geleia e no arroz com nozes e uvas passas.
O que é melhor: Peru, Chester ou tender?
No fim, a escolha entre peru, chester ou tender depende da preferência de cada. O Chester costuma ser a opção mais democrática por ter um sabor mais conhecido e amado por muita gente. O peru, apesar de clássico, tem um sabor forte que pode não agradar ao paladar de todo mundo. Enquanto isso, o tender é perfeito para quem quer uma opção mais prática de preparar e ainda tem a versatilidade dos molhos, mas é o mais caro deles.
Se o bolso apertar, a família for pequena ou mesmo se não for fã dessas carnes, dá até para fazer uma ceia de natal com galeto, bife de boi ou até uma ceia vegana sem carne. O importante é reunir a família em uma ceia natalina saborosa que todo mundo vai adorar comer.
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