• Entrar
  • Cadastrar
Alimentação rica em ultraprocessados pode impactar na sua saúde mental, segundo novo estudo

Entenda quais são os motivos cruciais que fazem com que esses tipos de alimentos impactem a saúde mental

Alimentação rica em ultraprocessados pode impactar na sua saúde mental, segundo novo estudo

Pesquisadores analisaram os impactos quando você reduz os ultraprocessados em 5% e 20% (Fotos: Shutterstock)

Se você está na luta para reduzir a quantidade de alimentos ultraprocessados em sua rotina, o resultado de um novo estudo vai te estimular ainda mais: o consumo desse tipo de alimento pode aumentar em 58% o risco de depressão persistente.

Essa foi a conclusão dos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Também chamado de Transtorno Depressivo Persistente (TDP), esse distúrbio mental se caracteriza por sintomas depressivos que persistem por pelo menos dois anos.

Saiba mais detalhes do estudo e entenda como os ultraprocessados podem impactar a sua saúde mental e desenvolver sintomas depressivos.

O que são alimentos ultraprocessados?

Alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios industrializados que passaram por diversas etapas de processamento e contêm uma série de ingredientes químicos, como aditivos, conservantes, corantes, aromatizantes artificiais, entre outros.

Por conterem uma variedade e alta concentração de aditivos químicos, ao serem consumidos em excesso, esses alimentos podem oferecer prejuízos à saúde.

Para realizar a pesquisa, publicada no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, os cientistas usaram dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), com um levantamento que acompanha a saúde de servidores públicos de diversas cidades do país desde 2008.

A divisão dos participantes foi feita em dois grupos: um consumia de 0% a 19% de produtos ultraprocessados, o outro variava entre 34% e 72%.

Maior risco de desenvolver o primeiro episódio de depressão em oito anos

Os pesquisadores descobriram que quem consumia mais ultraprocessados no início do estudo apresentava um "risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão ao longo dos oito anos seguintes à primeira análise", explica Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e autora principal da pesquisa, em comunicado.

E um dos motivos cruciais para esse resultado está relacionado à baixa ou nenhuma concentração de nutrientes essenciais na composição desses alimentos.

"Se uma pessoa consome mais de 70% de sua energia diária proveniente de produtos ultraprocessados, ela acaba deixando de ingerir alimentos ricos em fibras, antioxidantes e vitaminas, que são fundamentais para o funcionamento do cérebro", destaca a pesquisadora.

"Além disso, a presença de aditivos artificiais e gorduras saturadas pode desencadear processos inflamatórios, um fator associado ao desenvolvimento da depressão”, alerta.

O que acontece quando você reduz os ultraprocessados em 5% e 20%

Ainda conforme mostra o estudo, ao substituir apenas 5% do consumo diário de ultraprocessados por alimentos minimamente processados já é possível reduzir o risco de depressão em 6%.

Já quando a redução é de 20% no consumo de ultraprocessados, substituindo por alimentos naturais, a probabilidade de depressão pode reduzir para 22%.

"Os resultados encontrados reforçam a importância de adotar uma alimentação mais equilibrada e rica em nutrientes, não apenas para a saúde física, mas também como forma de prevenir transtornos mentais", ressalta ela.

Veja mais!

Não comer nenhum alimento ultraprocessado por 12 meses foi a minha resolução de ano-novo: a vida mudou em quatro aspectos importantes

Por que produtos ultraprocessados são mais baratos que os saudáveis? Entenda a reforma tributária para implementar o imposto seletivo

Novo estudo revela benefício escondido de comer iogurte pelo menos duas vezes na semana

Temas relacionados