Entenda o resultado do estudo americano que mostra as consequências de uma alimentação rica em proteínas (Créditos: Shutterstock)
As dietas ricas em proteínas são uma grande febre nas redes sociais entre aqueles que querem perder peso e ganhar massa muscular. Afinal, essa substância está diretamente ligada à construção dos músculos. No entanto, um novo estudo divulgado pela Universidade de Pittsburgh, publicado na revista científica Nature Metabolism, aponta os problemas que comer proteína demais pode causar.
Dieta rica em proteína pode causar doenças cardiovasculares
O estudo aponta que o consumo de mais de 22% de proteína na alimentação diária está diretamente ligado ao aumento do risco de aterosclerose e acúmulo de gordura. A aterosclerose é uma doença inflamatória que afeta veias e artérias do corpo, e é causada por placas de gordura (que são geradas pelo acúmulo). Isso implica um aumento no risco de outras doenças cardiovasculares.
Os mesmos autores deste novo estudo já haviam realizado uma pesquisa anteriormente em que mostravam as consequência de uma dieta rica em proteínas em camundongos. O aumento do aminoácido leucina no organismo dos animais também causaram aterosclerose.
Como foi feito o estudo que mostra que o consumo excessivo de proteína pode ser prejudicial?
Os pesquisadores da Universidade de Pittsburgh fizeram dois experimentos em seres humanos, de forma controlada, usando quantidades específicas de proteínas. Foram um total de 23 participantes da pesquisa, todos classificados como sobrepeso de acordo com o índice de massa corporal (IMC).
O primeiro experimento foi feito com 14 participantes que consumiram duas refeições líquidas de 500 quilocalorias, sendo a primeira com alto teor de proteínas e a segunda com baixo teor. O segundo experimento foi feito com 9 participantes que consumiram duas refeições padrões de 450 quilocalorias, nas quais as quantidades de proteínas foram de 16 ou 25 gramas.
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue tanto antes quanto depois das refeições, num intervalo de 1 a 3 horas depois do consumo. Foi, então, que chegaram à conclusão que o consumo de proteínas superior a 25 gramas por refeição aumenta a produção do aminoácido leucina no corpo, o que afeta as células do sistema imunológico.
Anteriormente, no experimento feito com animais, foi notado que o consumo de proteína acima de 22% das necessidades energéticas também impactou no aumento da produção de leucina, que está diretamente ligada à aterosclerose.
Devo cortar proteínas da alimentação?
Você não deve cortar proteínas da sua alimentação, de forma alguma! A proteína é um nutriente extremamente necessário para o corpo humano e deve ser consumida de forma equilibrada.
O problema está no fato de uma grande parcela da população consumir uma grande quantidade de proteína, mais de 22% de todas as calorias diárias necessárias. E não dá para negar que a dieta rica em proteína está se tornando uma grande tendência nas redes sociais e sendo bastante usada por aqueles que buscam o emagrecimento e/ou ganho de massa muscular.
O professor de cardiologia e um dos autores do estudo, Babak Razani, explica que ele foi feito para mostrar que uma dieta rica em proteínas não é esse cura-tudo que estão dizendo por aí, e que esse tipo de alimentação pode trazer malefícios.
Segundo os pesquisadores, essa descoberta é extremamente importante para a área médica, visto que muitos nutricionistas passam dietas ricas em proteínas para pacientes que precisam ganhar massa muscular. Eles explicam que aumentar a quantidade de proteínas de maneira indiscriminada pode ser um erro, e que as refeições devem ser balanceadas para não aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, especialmente em pacientes que já possuem histórico.
O TudoGostoso te lembra de, antes de realizar qualquer mudança nos seus hábitos alimentares, você deve procurar um médico e um nutricionista que irão avaliar suas necessidades e recomendar o que for melhor para você! Em caso de dúvidas, você sempre pode conversar com o seu médico sobre os estudos que você encontra no nosso site.