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O significado real de anos bebendo café: seu corpo está acostumado ou sofrendo?
Clarice MunizPor  Clarice Muniz  | Redatora

Sou jornalista e assessora de imprensa especializada em conteúdos de saúde e bem-estar. Adepta da comida de verdade, costumo preparar as minhas refeições diariamente, seguindo as recomendações de cuidados e saúde de especialistas. Sou fã de pimenta. Se você não curte comida picante, não se arrisque em tirar uma provinha da minha panela.

Gastroenterologista afirma que a pergunta que vale ouro não é apenas "quantas xícaras de café por dia?", mas "como o meu corpo está reagindo?"

O significado real de anos bebendo café: seu corpo está acostumado ou sofrendo?

Você tem prestado atenção nos impactos do café no seu corpo? (Foto: Freepik)

Começar o dia com uma xícara de café fresco é um ritual sagrado para milhões de brasileiros e é repetido dia após dia, ano após ano.

Muito mais do que um simples hábito, o café funciona como um combustível matinal que desperta os sentidos e oferece, segundo diversos estudos, benefícios reais para o corpo e a mente.

Mas será que o seu corpo se adaptou bem a essa rotina? De acordo com a gastroenterologista Sarah Robbins, essa resposta pode ser muito reconfortante, mas também pode ser alarmante.

Beber café todos os dias faz bem?

O hábito de beber café todos os dias ao longo de anos pode parecer inofensivo, e é até benéfico em muitos aspectos. O seu poder antioxidante torna a bebida uma importante aliada da saúde.

De acordo com a especialista, os antioxidantes ajudam a proteger as células do corpo contra os danos provocados pelos radicais livres, contribuindo para a redução da inflamação e evitando o surgimento de doenças crônicas.

Além disso, o café demonstra ser um poderoso aliado do coração. Quando consumido com moderação, ele pode melhorar a função dos vasos sanguíneos e reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como o derrame.

Há também estudos que indicam efeitos protetores no cérebro, reduzindo as chances de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, benefícios atribuídos à capacidade da cafeína de bloquear receptores relacionados à degeneração neurológica.

O fígado também agradece: estudos mostram que o consumo regular de café está associado à redução do risco de fibrose hepática, doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD) e até câncer de fígado.

Esse efeito protetor se deve a uma combinação de ação antioxidante, modulação enzimática e estímulo ao reparo celular.

Evidências sugerem ainda que o café pode ter um papel anticâncer mais amplo, ajudando na prevenção de tipos específicos de câncer, como os de fígado e colorretal.

Os efeitos nem tão positivos do café

Embora tantos benefícios sejam reconhecidos cientificamente, o quadro nem sempre é tão positivo. Anos de consumo ininterrupto de café também têm seus custos, especialmente quando a moderação é deixada de lado.

Um dos impactos mais comuns, embora muitas vezes ignorado, é a interferência no sono. Como a cafeína bloqueia a adenosina, a substância que regula o ciclo do sono, ela pode atrasar o adormecer, reduzir a qualidade do descanso e, ao longo do tempo, minar sua energia natural.

Estudos mostram que a ingestão diária pode reduzir até 45 minutos do sono total por noite.

Outro ponto sensível é a relação com dores de cabeça. Para alguns, o café é um alívio. Para outros, especialmente para os propensos a enxaquecas, o café pode ser um gatilho.

E ainda é importante destacar os efeitos oculares, o aumento da pressão intraocular após o consumo de cafeína pode representar risco para quem tem glaucoma ou sensibilidade ocular.

Os impactos do café não são positivos para todos

Os impactos do café se tornam ainda mais significativos em populações vulneráveis.

  • Crianças e adolescentes, por exemplo, não devem consumir cafeína em grandes quantidades, já que isso pode afetar o desenvolvimento cerebral, agravar a ansiedade e prejudicar o sono;

  • Para gestantes, o café exige cuidado redobrado: a cafeína atravessa a placenta e pode impactar o desenvolvimento do feto, além de estar associada a maior risco de baixo peso ao nascer e complicações na gravidez.

Como o seu corpo está reagindo ao consumo de café diariamente?

Segundo a gastroenterologista, depois de anos bebendo café, a pergunta que vale ouro não é apenas "quantas xícaras por dia?", mas "como o meu corpo está reagindo?".

A verdade é que a adaptação ao café é real, muitos se acostumam a essa bebida a ponto de não sentir mais os efeitos agudos como agitação ou insônia.

No entanto, adaptação anula o impacto. O corpo pode até deixar de reclamar, mas isso não significa que não esteja sofrendo.

A boa notícia é que, quando consumido com consciência e dentro dos limites recomendados (cerca de 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis), o café pode continuar sendo um parceiro diário.

Basta ter atenção aos sinais do corpo, ajustar a rotina conforme necessário e, acima de tudo, manter o equilíbrio.

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Não é impressão sua: beber café ao acordar realmente melhora o seu humor, mas é preciso cuidado!

Sou nutricionista e garanto: "Esse é o pior café que existe, é feito com grãos de baixa qualidade"

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