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O que você come afeta o cérebro: essa dieta é melhor que a vegetariana para a função cerebral

Estudo recente mostra como as suas escolhas alimentares ao longo do tempo podem afetar a saúde do cérebro e a saúde mental

O que você come afeta o cérebro: essa dieta é melhor que a vegetariana para a função cerebral

Essa dieta é melhor que a vegetariana para a saúde do seu cérebro, aponta estudo (Foto: Freepik)

Qual é a melhor dieta para a saúde do cérebro? Acredite, não é a dieta vegetariana, como muita gente pode imaginar por ser uma forma de alimentação bastante saudável. Num momento em que se busca melhores estratégias para fortalecer o bom funcionamento do cérebro, a alimentação entra como um papel fundamental neste processo.

Enquanto estudos apontam que alguns alimentos podem atuar negativamente causando danos cerebrais, outros caminhos indicam a melhor dieta para se alcançar o efeito oposto. Veja as conclusões de um estudo recentem publicado na Nature Mental Health e se surpreenda!

A dieta pode afetar a saúde do cérebro e a saúde mental

O estudo explorou como os padrões alimentares afetaram várias áreas da saúde do cérebro, inclusive a saúde mental, a função cognitiva, os biomarcadores metabólicos e a estrutura cerebral medida por meio de ressonância magnética.

A análise foi realizada com quase 182.000 participantes e os que seguiam uma dieta equilibrada tinham maior probabilidade de ter melhor saúde mental e funcionamento cognitivo.

Os cientistas também observaram diferenças genéticas que podem ter influenciado os resultados entre os diferentes grupos de dieta.

O estudo aponta para a importância de fazer escolhas nutricionais inteligentes para melhorar a função cerebral e os resultados da saúde mental, ainda que as pesquisas nessa área sejam continuadas.

Padrão alimentar pode afetar a função cerebral e a saúde mental

As pessoas podem desenvolver preferências por determinados alimentos ao longo do tempo, podendo afetar os padrões gerais da dieta. Os pesquisadores têm interesse em descobrir como isso pode influenciar a função cerebral e a saúde mental. Será que dietas específicas são melhores para a saúde mental?

A dieta mediterrânea pode ajudar a diminuir o risco de doenças mentais por contar com altos níveis de frutas, legumes e peixes, por exemplo. Da mesma forma, comer mais frutas e vegetais e obter micronutrientes essenciais pode ajudar a reduzir o risco de ansiedade. Já uma dieta rica em gordura e carboidratos refinados pode aumentar esse risco.

Isabel M. Vazquez, nutricionista do Memorial Hermann Health System, afirma ao site Medical News Today: "A dieta desempenha um papel importante na saúde do cérebro. Pesquisas sugerem que dietas ricas em frutas, legumes, grãos integrais, proteína magra e gorduras saudáveis podem apoiar a função cognitiva e reduzir o risco de declínio cognitivo."

A especialista lembra, por outro lado, os perigos de alguns alimentos: "As dietas ricas em alimentos processados, gorduras saturadas e açúcares podem ter efeitos negativos sobre o cérebro."

Dietas balanceadas e ricas em nutrientes são associadas a menor risco de declínio cognitivo

Segundo a nutricionista, pesquisas anteriores demonstraram consistentemente que a dieta desempenha um papel fundamental na saúde do cérebro, influenciando as funções cognitivas e o bem-estar emocional.

"Dietas balanceadas e ricas em nutrientes são frequentemente associadas à redução do risco de declínio cognitivo e a melhores resultados de saúde mental", aponta Vazquez.

Para o estudo atual, os pesquisadores se concentraram em quatro grupos com padrões alimentares principais:

  • Sem amido ou amido reduzido: preferência por frutas, verduras e proteínas, pouco amido, como pão ou macarrão.
  • Vegetariano: preferência por frutas e verduras, e menos por proteínas.
  • Dieta balanceada: preferências semelhantes em todos os grupos de alimentos.
  • Alto teor de proteína e baixo teor de fibras: preferência por lanches e alimentos protéicos e menor interesse por frutas e vegetais.

Dieta balanceada foi a mais beneficiada do que os demais grupos

O estudo constatou que o subtipo de dieta balanceada foi o mais beneficiado de todos os quatro grupos - os participantes do subtipo de dieta balanceada tiveram pontuações mais baixas na maioria das medições de saúde mental e pontuações mais altas de bem-estar.

  • O grupo que fez a dieta balanceada também apresentou o melhor tempo de reação medido, enquanto o grupo de dieta rica em proteínas e pobre em fibras obteve a melhor pontuação em um teste cognitivo.

  • As pessoas do grupo com dieta balanceada apresentaram níveis mais altos de massa cinzenta em determinadas áreas do cérebro em comparação com o grupo com alto teor de proteína e baixo teor de fibras.

  • Entretanto, o grupo vegetariano apresentou níveis mais altos de massa cinzenta em determinadas regiões do cérebro.

  • O grupo com dieta balanceada apresentou um risco genético relativamente menor para a maioria dos transtornos mentais.

  • O grupo vegetariano apresentou um risco genético maior para o mal de Alzheimer, transtorno bipolar, esquizofrenia e vários outros transtornos mentais.

  • O grupo com alto teor de proteína e baixo teor de fibras apresentou um risco genético maior de acidente vascular cerebral isquêmico.

Uma dieta balanceada é melhor para a saúde do cérebro

Os pesquisadores também perceberam que vários genes eram diferentes entre o grupo equilibrado e o grupo com alto teor de proteína e baixo teor de fibras. Esses genes foram "enriquecidos em processos biológicos relacionados à saúde mental e à cognição", o que indica como a genética pode estar envolvida nos resultados observados.

Molly Rapozo, nutricionista e educadora sênior de nutrição e saúde do Pacific Neuroscience Institute, avaliou as descobertas.

"Esse estudo constatou que uma dieta 'mais saudável' com preferências equilibradas em várias categorias de alimentos está associada a um melhor estado de saúde mental, níveis mais altos de funções cognitivas e menos riscos de transtornos mentais", explicou.

"Dietas com alto teor de proteína e baixo teor de fibras, com ênfase em lanches, estavam associadas a pontuações mais baixas de bem-estar, níveis mais altos de marcadores inflamatórios e maior risco de derrame. Essas descobertas parecem estar de acordo com o que já sabemos sobre a dieta e a saúde do cérebro."

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