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"A ingestão de proteínas está supervalorizada": nutricionista ensina consumo correto e explica qual é o problema de comer em excesso o macronutriente

Especialista alerta sobre a proporção de gordura nos alimentos ricos em proteínas e cita a caloria de alguns alimentos como exemplo

"A ingestão de proteínas está supervalorizada": nutricionista ensina consumo correto e explica qual é o problema de comer em excesso o macronutriente

Nutricionista recomenda não exagerar na proteína (Foto: Shutterstock)

Será que você está ingerindo a quantidade considerada ideal de proteínas ou está exagerando? Para muitas pessoas, o consumo de proteína é uma espécie de salvação para o ganho de músculos, mas não é bem assim.

Dietas hiperproteicas não trarão os resultados desejados se você não fizer um plano de exercícios físicos combinado à dieta. E é acreditando no poder milagroso das proteínas que muita gente está apostando na dieta dos ovos e em mais alimentos ricos nesse macronutriente.

"A ingestão de proteínas está supervalorizada", alerta a nutricionista Cristiane Perroni (@crisperroni.nutri). "Ela não deve ser o nutriente de maior proporção na dieta. Alimentos fontes de proteínas geralmente são ricos em gorduras!", destaca.

Confira quais cuidados você deve tomar no seu plano alimentar e quais são as quantidades de proteínas recomendadas por dia.

Proteínas não devem ocupar a metade do prato nas refeições

O valor energético das "proteínas da refeição" depende da quantidade de proteínas e gorduras que ela contém, porque a quantidade de carboidratos é quase zero, afirma a especialista, destacando o valor energético dos macronutrientes:

  • 1g de proteínas = 4kcal
  • 1g de gorduras = 9kcal
  • 1g de carboidratos = 4kcal

Ela compartilha ainda o valor calórico de alguns alimentos, considerando a quantidade de 100g, e o teor correspondente de proteínas e gorduras.

  • Filé mignon grelhado: 220 cal; 32,8g de proteína; 8,8g de gordura
  • Contrafilé com gordura grelhado: 278 cal; 32,4g de proteína; 15,5g de gordura
  • Costela assada: 373 cal; 28,8g de proteína; 27,7g de gordura
  • Patinho grelhado: 219 cal; 35,9g de proteína; 7,3g de gordura
  • Picanha sem gordura: 238 cal; 31,9g de proteína; 11,3g de gordura
  • Lombo de porco assado: 210 cal; 35,7g de proteína; 6,4g de gordura
  • Filé de frango grelhado: 183,63 cal; 29,66g de proteína; 6,22g de gordura
  • Linguiça de porco grelhada: 296 cal; 23,2g de proteína; 21,9g de gordura
  • Linguado cozido: 117 cal; 24,2g de proteína; 1,54g de gordura
  • Salmão cozido: 182 cal; 25,4g de proteína; 8,14g de gordura
  • Camarão cozido: 90 cal; 19g de proteína; 1g de gordura

Alimentos ricos em gorduras têm maior valor energético

Ao concentrar a sua dieta em alimentos ricos em proteínas, você deve lembrar que quanto maior a quantidade de gordura presente no alimento, maior o valor energético no seu prato.

E o tipo de preparo também influencia no valor energético da preparação, como lembra a especialista. Por este motivo, é melhor optar por preparações assadas, cozidas e grelhadas.

Ao adicionar molhos cremosos, queijos, manteiga ou azeite, você também aumenta o valor energético do prato.

"Quando pensamos em saúde e no controle de peso, a indicação é utilizar a menor quantidade de gordura possível no preparo dos alimentos", aconselha.

Azeite: 1 colher de sopa possui cerca de 15ml = 125kcal;

Manteiga: 1 colher de sopa possui cerca de 15g = 111kcal.

Essa é a quantidade ideal de consumo de proteína por dia

O consumo de proteínas recomendado para população em geral fica entre 0,8 a 1g por kg de peso por dia, aponta a nutricionista.

Se uma pessoa pesa 65 quilos, ela deve multiplicar o peso por até 1g. Neste caso, o ideal é que ela consuma cerca de 65g de proteína por dia.

Quando o objetivo é o ganho de massa muscular, a conta fica entre 1,6g a 2g por kg de peso por dia. "Podendo chegar a 3g/kg de peso, dependendo da modalidade esportiva e do objetivo", acrescenta ela.

Em atividades de endurance, que são os exercícios físicos que exigem resistência prolongada e a capacidade de manter um desempenho consistente por períodos extensos, o recomendado é de 1,2g a 2g por kg de peso por dia.

"Deve ser maior para atletas em dietas para redução de peso, podendo chegar a 2g a 2,4g por kg de peso por dia, para evitar perda de massa muscular que pode ser causada pela redução energética da dieta", explica a nutricionista.

Isso é o que acontece se você consumir proteínas em excesso

Embora a proteína seja um importante nutriente para uma dieta equilibrada, especialmente para quem deseja ganhar músculos, é preciso ter cuidado com os exageros. De acordo com a nutricionista, o consumo excessivo de proteínas pode levar a alguns prejuízos à saúde, tais como:

  • Elevação do colesterol LDL (conhecido como colesterol "ruim");
  • Aterosclerose;
  • Constipação intestinal;
  • Aumento do estresse oxidativo.

Ela ressalta que para o ganho de massa muscular, não adianta fazer superdosagem de proteínas: "Isso não vai promover mais síntese proteica."

O excesso de proteína é transformado em gordura, e não em músculo, destaca a especialista. "Isso porque o ser humano não estoca músculo, estoca gordura", explica.

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