Dieta do ovo é a queridinha do momento entre as famosas e promete resultado milagroso, mas pode oferecer riscos à saúde

De tempos em tempos surge uma nova dieta milagrosa que viraliza na internet. Depois do caso do consumo de ovos de tênia para emagrecer, a tendência do momento é a dieta do ovo. A influencer Virgínia Fonseca compartilhou em suas redes sociais a sua rotina com uma dieta à base de ovo, na intenção de perder peso após a gestação e, desde então, a prática ficou popular e cada vez mais famosos estão aderindo.

O ovo é um alimento muito benéfico para a saúde e popular no mundo fitness por ser uma boa fonte de proteína e auxiliar no ganho de massa muscular. No entanto, especialistas alertam que o consumo em excesso, e de maneira exclusiva em uma dieta radical como essa, deixa de ser saudável e começa a oferecer alguns riscos para a saúde.

Como funciona a dieta do ovo?

A dieta do ovo é um planejamento alimentar que consiste em consumir ovos nas principais refeições do dia, todos os dias. O ovo se torna a fonte principal de proteína e a intenção é acelerar o metabolismo em até 30% para promover um emagrecimento mais rápido. Além disso, também é feita uma diminuição do consumo de carboidratos e calorias para impulsionar ainda mais o processo. Em um vídeo compartilhado pela influenciadora, Duda Guerra, ela conta que, ao fim do dia, chega a consumir 20 ovos no total.

Essa também não é a primeira vez que a dieta do ovo é mencionada por famosos. Há um tempo, o assunto ficou em alta após o ator Fábio Assunção revelar que fez a dieta do ovo ao se preparar para o seu papel no filme “Motel Destino”, alegando ter perdido cerca de 10 quilos em apenas 3 meses.

Afinal, a dieta do ovo funciona?

Existem muitos tipos de dieta, mas geralmente, as dietas para perda de peso consistem em reduzir o consumo de calorias, o chamado deficit calórico, quando se consome menos calorias do que se gasta no dia. No caso da dieta do ovo, é possível que a pessoa perca um pouco de peso em um primeiro momento, pois essa dieta também conta com a redução de calorias. Porém, isso não acontece de maneira saudável.

Em entrevista ao G1, a nutricionista Giuliana Guarnieri explica que embora seja possível ter algum resultado inicial, a prática não é nada saudável a longo prazo. “Só que com isso, a pessoa acaba também excluindo nutrientes importantes da alimentação e isso é muito prejudicial”, diz a nutricionista.

Quais são os riscos da dieta do ovo para a saúde?

A dieta do ovo pode aumentar o colesterol e comprometer o consumo de outros nutrientes essenciais (Créditos: Shuttertstock)

Além do efeito ser apenas inicial, o grande problema da dieta do ovo são os riscos à saúde, que vão desde um efeito sanfona, até funcionar como gatilho para transtornos alimentares. O efeito sanfona é quando uma tendência de que a pessoa acabe recuperando o peso perdido, entrando em ciclo. Os especialistas alertam que, em geral, dietas radicais não são boas para a saúde física e mental e o melhor a se fazer é evitá-las.

O corpo precisa de vários nutrientes para ter um bom funcionamento, por isso, a restrição de um grupo específico pode causar problemas como uma flora intestinal desregulada, cálculo renal pelo excesso de proteína e o deficit de outros nutrientes importantes para se ter um corpo saudável.

A nutricionista Giuliana reforça que as pessoas não devem trocar uma refeição completa, como almoço e janta, por um prato apenas com ovos. “Ninguém consegue manter a longo prazo uma alimentação onde tem o consumo apenas de ovos, ou então só de claras de ovos”, comenta.

Além disso, o consumo excessivo de ovo também pode acarretar em um aumento do colesterol, isso porque a gema do ovo possui colesterol. Comer normalmente de 4 a 5 ovos por semana não é um problema, mas o consumo de dezenas de ovos em apenas um dia pode ser prejudicial devido a esse aumento do colesterol, podendo gerar disfunções no fígado e mudanças no perfil lipídico.