
Dieta do ovo pode causar deficiências nutricionais e aumento do colesterol. (créditos: Shutterstock)
A dieta do ovo é um regime que consiste em consumir apenas o alimento no café da manhã, almoço e jantar por um determinado período de tempo. O objetivo desse plano alimentar é limitar o consumo de calorias e carboidratos e, consequentemente acelerar a perda de peso. O esquema é parecido com as dietas low carb e cetogênica, mas com resultados mais imediatos. Para você ter uma ideia, estima-se que a dieta ajuda a emagrecer até 5,5 kg por semana.
Aqui no Brasil, o assunto ganhou mais destaque após o ator Fábio Assunção revelar que chegou a perder 10 quilos em 3 meses após aderir a tão comentada dieta do ovo. Em entrevista ao jornal O Dia, ele explicou que a restrição alimentar fez parte do processo de preparação para o seu personagem no filme “Motel Diário”, pois precisava perder peso mais rapidamente.
Embora o ovo seja um alimento muito benéfico para a saúde devido seu valor nutricional, esse regime alimentar não é indicado para todas as pessoas. Inclusive, muitos médicos e nutricionistas alertam sobre os riscos que a dieta do ovo pode oferecer para o organismo, incluindo deficiências nutricionais graves.
Como funciona a dieta do ovo para emagrecer?
A dieta do ovo é um plano alimentar que consiste em incluir ovos nas principais refeições do dia. O objetivo do regime é acelerar o metabolismo em até 30% para promover um emagrecimento rápido, mas sem perder massa muscular. Para isso, a dieta restringe ao máximo o consumo de carboidratos e calorias, dando preferência a fontes de proteínas magras. Com o corte de carboidratos, o corpo passa a utilizar a gordura como principal fonte de energia, acelerando a perda de peso.
Além do ovo, essa dieta também permite o consumo de outras fontes de proteínas magras, como frango, peru, porco, peixe, atum, bacalhau e salmão. Vegetais de folhas verde escura (couve, espinafre, rúcula) e frutas também são permitidas.
Já os alimentos proibidos na dieta do ovo são lacticínios, cereais, bebidas e alimentos com adição de açúcar e carnes processadas.
Dieta do ovo pode causar deficiências nutricionais
Em entrevista ao site Uol, a nutricionista Flávia Auler, coordenadora do curso de nutrição na PUC-PR, comentou sobre os perigos da dieta do ovo, principalmente quando o regime é feito sem acompanhamento profissional. Segundo a profissional, basear a sua alimentação a um único alimento pode causar deficiências nutricionais, já que o ovo não oferece todas as vitaminas e minerais necessários para o bem-estar do organismo.
“Comer só ovos não faz parte do hábito alimentar de ninguém. Mesmo em dietas, as pessoas comem outros grupos alimentares, como frutas e verduras ", destaca a nutricionista. Flávia também chama atenção para a problemática de cortar totalmente os carboidratos da alimentação. “Ovo tem zero carboidratos e o corpo não consegue sustentar dieta por muito tempo sem esse macronutriente”, explica a nutricionista.
Vale ressaltar que os carboidratos são a principal fonte de energia do nosso corpo. Quando esgotamos o nosso estoque do macronutriente, a tendência é nos sentirmos mais fracos e com falta de disposição.
Consumo excessivo de ovo pode levar ao aumento do colesterol
O ovo, especialmente a gema, contém colesterol, mas o consumo moderado é considerado seguro para a maioria das pessoas. No entanto, o excesso pode provocar mudanças no perfil lipídico. Por isso, não é aconselhável prolongar a dieta do ovo por muito tempo. O ideal é que ela dure de 7 a 10 dias.
Além disso, assim como todo regime alimentar muito restritivo, a dieta do ovo tende a causar o efeito sanfona, ou seja, a tendência é que a pessoa recupere o peso perdido. após a interrupção. Isso porque a dieta do ovo não promove mudanças de hábitos alimentares que promovem o controle de peso há longo prazo. O regime também não considera as necessidades e características pessoais de cada indivíduo, o que é fundamental na hora de montar um plano alimentar efetivo.
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