O azeite é o óleo mais saudável para as frituras e o que traz o melhor sabor, além de também poder trazer benefícios ao consumir uma colher de azeite por dia. Só que o azeite de oliva ficou mais caro no último ano e não tem previsão para baixar. Enquanto o motivo para os preços chocantes está na produção lá fora, a resposta para deixar o produto mais em conta pode estar mais perto de nós do que imaginamos. Entenda no TudoGostoso por que o Brasil pode ser a chave para reduzir o preço do azeite.
Por que o azeite de oliva ficou caro?
O grande problema da questão do azeite de oliva está na baixa quantidade de produtos disponíveis para uma grande demanda. O principal motivo para isso foram safras pouco produtivas na Europa nos últimos dois anos pelo menos. A Europa é o principal produtor de azeitonas e de azeite e muito do azeite que nós consumimos é importado de lá.
Só que a planta é sensível ao calor e as altas temperaturas recentes fizeram com que as plantas não produzissem tanto quanto nos últimos anos e, com isso, a produção de azeite entrou em queda livre. Além disso, a demanda por azeite extra virgem aumentou por causa de mudanças de vida, como troca do óleo pelo azeite por ser mais saudável, e por novos mercados que adotaram o ingrediente na culinária, como a China.
Com as frequentes ondas de calor que também afetam o continente e os consumidores só aumentando, não existem expectativas de queda no preço do azeite pelos próximos 4 anos, especialmente se nada for feito. O azeite está tão caro que tem até casos de adulteração e venda de azeite falsificado. E esses preços altos obrigaram muita gente a fazer o azeite render mais ou até a substituir o azeite de oliva por completo.
Como o Brasil pode ajudar a reduzir o preço do azeite?
A “salvação” do preço do azeite pode muito bem estar no Brasil. Como a produção do azeite na Europa que é o grande problema e importar encarece ainda mais, passar a plantar azeitona e produzir azeite por aqui pode ajudar a baratear o produto. É o mesmo que se espera com as primeiras plantações de pistache no Brasil feitas no Ceará.
No caso do azeite, ele já é produzido por aqui, mas em quantidades bem pequenas. O Brasil produz em média 800 mil litros de azeite por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Só que somente o consumo nacional é muito maior: de 100 milhões de litros. Ou seja, o que é feito aqui mal cobre 1% de todo o consumo.
Cerca de metade da produção nacional está em um estado: o Rio Grande do Sul. Esse número cresceu nos últimos anos e a qualidade também: 12 marcas de azeite brasileiro entraram em um ranking mundial em 2023 e 10 delas são do estado sulista. Apesar disso, ainda está longe de cobrir todo o mercado. Sem contar que as questões climáticas também afetam aqui, como as recentes chuvas no Rio Grande do Sul que, mesmo em áreas que não foram alagadas, afetam as condições do solo e dificultam a logística de transporte.
Mas ainda existem esperanças para o nosso azeite nacional. Além da produção no Rio Grande do Sul, o estado mais promissor para esse mercado hoje em dia é o Paraná. Com um clima e terrenos similares ao Rio Grande do Sul – que também são similares aos da Europa – o Paraná começou a ter mais investimentos nesse alimento, com as primeiras safras mais relevantes saindo em 2018.
A produção ainda é pequena e as novas plantações levam cerca de 5 anos para dar frutos, então ainda não vai ser o truque mágico para baixar o preço do azeite de um dia para o outro, mas pode evitar crises futuras. Até lá, vai ser necessário também que os próprios brasileiros se tornem adeptos do azeite nacional, que possui um sabor diferente do europeu, para que os investimentos também aumentem.
Veja mais:
Azeite sem desperdício: tampinha que vem na garrafa tem uma função que ninguém sabe!
Descubra se o azeite é falsificado com esse truque caseiro!
Benefícios do azeite em diabéticos: o que acontece com a sua glicose se ingerir a gordura diariamente, segundo a ciência