Se você vai com frequência ao supermercado já deve ter notado que o azeite de oliva está mais caro. Se em 2021 o preço médio do produto estava em torno de R$20, nos últimos meses ele subiu para R$30, segundo levantamento da empresa de inteligência de mercado Horus. Trata-se de um aumento de 50% em dois anos e, infelizmente, não há previsão de melhora nem tão cedo. Isso porque o estoque global do ingrediente está muito baixo devido às altas temperaturas do verão europeu. Como boa parte do azeite consumido aqui no Brasil vem de fora, essa queda na produção acaba afetando o nosso bolso.
Entenda por que a safra de azeite de oliva está tão baixa e como economizar diante do disparo do preço do ingrediente.
Mudanças climáticas e inflação global fazem a produção do azeite despencar
O aumento do preço do azeite é um fenômeno global provocado pela seca que atingiu os países que mais exportam o ingrediente no mundo. A Espanha, Itália e Grécia foram fortemente afetadas pela falta de chuvas nos dois últimos anos na Europa. Como consequência, o crescimento das azeitonas, os frutos das oliveiras, foi muito abaixo do esperado, fazendo com que a safra do azeite fosse muito fraca.
Se por um lado o estoque de azeite caiu na última safra, a procura pelo óleo permanece a mesma. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda afeta diretamente o preço do produto, que bateu recorde em relação aos últimos dois anos. Só para você ter uma noção, a Espanha – responsável por mais de 40% da produção global do óleo – costuma produzir entre 1,3 e 1,5 milhão de toneladas de azeite por ano. Porém, na safra 2022/2023, estima-se que o país tenha produzido apenas 610 mil toneladas.
A situação está tão tensa que os moradores da província de Jaén chegaram a fazer uma procissão religiosa clamando pela chuva. A região abriga mais de 60 milhões de oliveiras e produz 40% de todo o azeite espanhol.
Efeitos da queda na produção de azeite da Europa afetam o preço do produto no Brasil
A Espanha, a Itália e a Grécia produzem juntas 66% de todo o azeite do mundo, segundo dados do Conselho Oleícola Internacional. De acordo com a mesma organização, o Brasil é o segundo maior importador do óleo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Como menos de 2% do consumo nacional vem da produção interna, a queda na produção do óleo na Europa afeta diretamente o preço do ingrediente comercializado por aqui.
A má notícia é que, pelo jeito, o preço vai permanecer alto por um bom tempo. Como a safra de azeitona vai de novembro até fevereiro, os produtores temem que o estoque de azeite continue a cair drasticamente. Quanto mais escasso um produto é, mais caro ele fica.
Como substituir o azeite de oliva no preparo de receitas?
O azeite de oliva é uma opção saudável para cozinhar e temperar alimentos. Entretanto, com o aumento dos preços, talvez seja necessário encontrar maneiras mais econômicas de substituir o ingrediente. Uma ótima opção para usar nos refogados é a manteiga. Ela tem o melhor custo-benefício e, se usada em poucas quantidades, não prejudica a saúde. Para frituras, o óleo de girassol e óleo de soja são boas alternativas quando consumido moderadamente.
Para temperar saladas, infelizmente, o azeite é insubstituível. O que você pode fazer é consumir saladas sem o ingrediente ou usar vinagre, sal, limão ou molhos especiais.
Azeite muito barato no mercado? Sempre desconfie
A alta dos preços reacende um problema muito comum no país: a venda de azeites adulterados. A fraude acontece quando se mistura o sumo da azeitona com outros óleos, como o de soja. Os criminosos então vendem esse “azeite” como se fosse do tipo extravirgem, considerado o mais puro. Como o cheiro e a cor são muito parecidos, fica difícil para o consumidor descobrir se ele está sendo enganado.
Uma maneira de saber se você está comprando azeite falsificado é sempre desconfiar do preço. Se o produto estiver muito barato, não compre, pois há grandes chances dele ser falsificado. Outra recomendação é sempre dar preferência a marcas conhecidas e que não estejam envolvidas em escândalos de adulterações.
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