Em “Soneto ao caju”, de Vinicius de Moraes, há um verso em que o escritor diz: “O único fruto – não fruta – brasileiro”. Por mais confuso que esse trecho pareça, ele faz todo o sentido. Poucas pessoas sabem, mas do ponto de vista da ciência, o caju não é considerado uma fruta, mas um pseudofruto. Isso porque ele se desenvolve a partir do pedúnculo floral, e não diretamente do ovário da flor, como acontece com a maioria das frutas. Aliás, o verdadeiro fruto do cajueiro é a sua castanha, que, na verdade, é uma amêndoa.
Se você ficou confuso com todas essas informações, o TudoGostoso separou um dossiê sobre a verdadeira identidade do caju e da sua castanha - que não é castanha - e a diferença entre fruto e pseudofruto.
Caju: o falso fruto 100% brasileiro é, na realidade, um acessório da semente
O cajueiro é uma planta nativa do Brasil que dá como fruto uma amêndoa popularmente conhecida como castanha-do-caju. Já o caju que conhecemos se origina do pedúnculo floral da planta, um eixo de sustentação que liga a estrutura da flor ao caule. Por isso, ele não é considerado tecnicamente uma fruta, embora tenha uma polpa carnosa e comestível. O falso fruto, na realidade, é um acessório que serve para proteger a semente.
Mas então por que o caju é popularmente conhecido como fruta? Porque, comercialmente, ele sempre foi vendido como tal. Aliás, o caju não é o único caso de pseudofruto que vemos nas feiras e supermercados. A maçã, a pera e o morango, por exemplo, também são frutas falsas, pois não se desenvolveram a partir do ovário da flor de uma planta. Assim como o caju, esses três alimentos são apenas uma parte comestível que envolve as sementes, estas sim consideradas os frutos verdadeiros da planta.
Castanha-de-caju que consumimos não é uma castanha, mas amêndoa
Outra revelação que deixa muitas pessoas chocadas é que a castanha-do-caju que consumimos não é uma castanha, mas uma amêndoa. Essa semente comestível se origina do ovário da flor e fica na extremidade do pseudofruto (caju) envolvida em uma casca grossa e bem dura. Após ser colhido, o fruto é retirado da casca e processado, sobrando apenas a amêndoa que conhecemos como castanha-do-caju.
Outra curiosidade que poucas pessoas sabem é que você não pode comer a castanha-do-caju crua. Ingerir o fruto assim que ele for retirado da casca pode desencadear reações alérgicas graves, como vômitos, náuseas, diarreia e dor abdominal. Isso porque a amêndoa crua contém toxinas, incluindo urushiol, também presente na hera venenosa. Para que o consumidor não corra nenhum risco, a castanha-do-caju precisa passar por um processo de torrefação para eliminar essas substâncias. Só assim a amêndoa se torta segura para o consumo.
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