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Fãs do cafezinho de manhã já podem comemorar: bebida pode reduzir os riscos de morte por doenças cardíacas, segundo nova pesquisa

O consumo de café matinal pode influenciar no ritmo circadiano, diminuindo os fatores de risco cardiovascular

Fãs do cafezinho de manhã já podem comemorar: bebida pode reduzir os riscos de morte por doenças cardíacas, segundo nova pesquisa

Você já pode beber o seu cafezinho matinal sem culpa (Foto: Shutterstock)

Boa notícia para os apaixonados por café: começar o dia ingerindo uma xícara da bebida pode reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares. Um estudo recente aponta que esse hábito é saudável, conforme publicado na revista científica "European Heart Journal".

Embora não seja recomendado beber o primeiro café logo após acordar, já que alguns especialistas defendam que 90 minutos após seja o ideal, o café matinal ainda é muito benéfico para a saúde.

Veja o que acontece com o seu corpo quando você ingere a bebida pela manhã e quando opta por não beber café.

Estudo testa padrões de tempo de consumo de café e seus impactos na saúde

Essa pesquisa foi realizada nos Estados Unidos e teve como um dos líderes o professor da Escola de Saúde Pública de Harvard Lu Qi.

Foram entrevistados 40.725 adultos que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA (NHANES), entre os anos de 1999 e 2018. Os resultados foram curiososo:

  • Pessoas que bebiam café pela manhã tiveram 16% menos probabilidade de morrer por qualquer causa;
  • Esse grupo teve 31% menos chance de morrer por doenças cardiovasculares em comparação a pessoas que não bebiam café;
  • O mesmo não foi observado em pessoas que tomam café ao longo de todo o dia, não havendo alteração na mortalidade.

Lu Qi afirma que esse é o primeiro estudo que testa padrões de tempo de consumo de café e seus impactos na saúde: "Nossas descobertas indicam que não é apenas se você bebe café ou quanto você bebe que é importante, mas também a hora do dia em que você bebe café."

Ao longo do estudos, os participantes foram questionados sobre todos os alimentos que consumiam durante o dia, se bebiam café ou não, assim como as quantidades e horários em que bebiam.

"Há evidências consistentes mostrando os benefícios de beber café e uma relação próxima entre comportamentos circadianos e a saúde humana", explica.

Como o consumo de café pela manhã influencia no ciclo circadiano

O estudo não esclarece o motivo pelo qual o consumo matinal de café reduz o risco de morte por doenças cardiovasculares.

No entanto, o professor de Harvard acredita que essa relação pode ser explicada pelo fato de que o consumo de café à tarde ou à noite pode interromper os ritmos circadianos e afetar os níveis de hormônios, como a melatonina.

O ritmo circadiano é um ciclo biológico de aproximadamente 24 horas que regula vários processos fisiológicos no corpo, tais como:

  • Sono;
  • Vigília;
  • Temperatura corporal;
  • Liberação de hormônios;
  • Metabolismo.

Esse ritmo é controlado por um "relógio biológico" no cérebro, que coordena essas funções de forma sincronizada com o ambiente.

As alterações no ciclo circadiano opodem aumentar os fatores de risco cardiovascular, como mudanças na pressão arterial e aumento de inflamações.

O que acontece com o seu corpo quando você bebe café pela manhã?

Ao beber o café pela manhã, há um aumento na atividade simpática (responsável por preparar o organismo para responder a situações de estresse ou medo) ao acordar e sair da cama, aponta o especialista.

Esse efeito que desaparece ao longo do dia e atinge seu nível mais baixo durante o sono: "Muitas pessoas que bebem café o dia todo sofrem de distúrbios do sono. Nesse contexto, o café parece suprimir a melatonina, um importante indutor de sono no cérebro."

O grupo envolvido no estudo percebeu ainda alterações nos resultados da quantidade de café ingerida pela manhã.

Quem bebia quantidades elevadas (mais de três xícaras) ou moderadas (duas a três xícaras) tiveram maiores reduções dos riscos do que as pessoas que bebiam pequenas quantidades (uma xícara ou menos).

O pesquisador afirma, entretanto, que são necessários mais estudos para confirmar as descobertas.

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