Nem todo museu fala apenas sobre a história da arte. Alguns podem fazer histórias com a gastronomia dos seus restaurantes. No Brasil, tem a Confeitaria Colombo, unidade do restaurante histórico que é um dos melhores do Rio de Janeiro e tem até um doce reconhecido mundialmente. Na França, lar da alta gastronomia e um dos principais destinos das tendências de viagem, não poderia ser diferente, ainda mais quando se tem o Louvre, um dos museus mais icônicos do planeta.
O Louvre tem 16 estabelecimentos que oferecem comida entre restaurantes, lanchonetes e padarias. Agora, os restaurantes do Louvre vão ser comandados por um grupo novo de profissionais e uma dessas chefs é uma brasileira que fez carreira em Paris: a chef Alessandra Montagne. Descubra no TudoGostoso a história incrível dessa chef carioca que é dona de restaurantes franceses prestigiados e agora fará parte da equipe do Louvre.
Restaurantes do Louvre vão passar por reformulação
Os restaurantes do Louvre fazem parte deste importante ponto turístico e vão passar por uma mudança estrutural e no cardápio após o fim das Olimpíadas Paris 2024. O chef que comanda o negócio, Alain Ducasse, tem credenciais de sobra e coleciona mais de 20 estrelas Michelin em seus restaurantes. Mas ele não vai fazer tudo sozinho. Além de um grupo de catering inglês, a equipe de Ducasse tem 70 pessoas e 6 chefs escolhidos a dedo para entrar no comando.
O grupo que fai colaborar para liderar a série de restaurantes do Louvre é mais do que qualificada. Tem Florent Ladeyn e Vivien Durand, ambos com uma estrela Michelin em seus restaurantes, a confeiteira Jessica Prealpato, eleita chef pâtissière do mundo, os padeiros Pascal Rigo e Arnaud Chevalier e a chef de origem brasileira Alessandra Montagne. A chef é dona de restaurantes na França e foi em um deles que Ducasse comeu e se encantou tanto pela comida que se tornou um mentor e a chamou para outros eventos e, agora, para o Louvre.
Quem é a chef Alessandra Montagne?
A chef Alessandra Montagne começou na gastronomia quando já morava em Paris, mas a sua história não tem o glamour comum da capital francesa. Ela nasceu no Vidigal, no Rio de Janeiro, mas foi criada pelos avós em uma fazenda em Poté, uma cidade no interior de Minas Gerais, onde se familiarizou com a comida mineira. Gostava de cozinhar e chegou a vender quitutes na escola, sem muita pretensão além de conseguir dinheiro para sustentar a família.
Com 21 anos e um filho pequeno, resolveu tentar a sorte na França, onde a mãe morava agora, e fez de tudo, de babá à secretária e até trabalho com material médico. Mas morar na França para ela também era entrar em contato com a comida francesa que a fez querer aprender mais e mais sobre cozinha, muita coisa por conta própria com livros. Os amigos elogiavam a comida dela e incentivaram que ela investisse no negócio.
A chef começou a trabalhar com entregas no bairro até que não dava mais conta da “vida dupla” da cozinha no fim de semana e do trabalho fixo na semana. Foi o que precisava para Alessandra largar o emprego e ir estudar na escola de gastronomia e hospitalidade Jean Drouant. Ela fez estágio com chefs famosos em restaurantes franceses até se tornar a chef Alessandra de vez com seu primeiro restaurante, Tempero, em 2012, 13 anos depois da mudança de país.
O Tempero foi um sucesso imediato com pratos acessíveis e um menu que muda com o tempo, usando ingredientes de produtores locais e sem desperdício. O segundo restaurante da chef também tem nome em homenagem ao seu idioma original, o Nosso, com comida moderna sem perder sua origem. A chef tem um livro premiado, “De Rio à Paris, ma cuisine de coeur”, traduzido como “Do Rio a Paris, minha culinária preferida”. Há alguns anos a chef Alessandra Montagne foi convidada para elaborar um jantar no histórico Quai d’Orsay e agora é uma das seis chefs que vai atuar na reformulação dos restaurantes do Louvre.
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