• Entrar
  • Cadastrar
Você provavelmente já comeu uma PANC e nem sabia! Descubra qual é esse alimento não convencional popular
Paula AraripePor  Paula Araripe  | Redatora

Paula é jornalista, escritora e fã de carteirinha das competições de gastronomia da TV. Não consegue viver sem pão de queijo, é adepta das receitas simples e bem-feitas, e adora presentear as pessoas com biscoitos caseiros.

 As PANCs têm ganhado lugar na culinária, mas uma delas já faz parte da comida brasileira há séculos!

Você provavelmente já comeu uma PANC e nem sabia! Descubra qual é esse alimento não convencional popular

Essa folha decora jardins e não é comestível, mas seu tubérculo é considerado uma PANC (Créditos: Shutterstock)

As PANCs, ou Plantas Alimentícias Não Convencionais, são plantas que muitas vezes encontramos nas ruas e não sabemos que possuem pelo menos alguma parte comestível, com sabor e nutrientes próprios. Mas tem uma planta que é tão comum no Brasil que até causa espanto quando descobrimos que ela pode ser considerada uma PANC. Estamos falando do inhame!

Mas calma que não é para sair procurando inhame no jardim e nem comendo a planta inteira quando achar. Não é toda ela que pode ser usada na cozinha e só o nome “inhame” pode estar falando de alimentos diferentes dependendo de onde você mora. O TudoGostoso explica essa história e desvenda que parte desta planta é PANC e pode ser usada em receitas com inhame.

Qual a diferença entre inhame, cará e taro?

Por mais que o inhame seja bastante conhecido, é bem provável que o inhame que você encontre em um mercado ou restaurante no nordeste seja diferente do que vê no sudeste. Isso porque a mesma palavra é usada para tubérculos semelhantes em alguns aspectos, mas que vem até de famílias diferentes.

Essa confusão existe porque tem várias plantas similares, desde um tubérculo veio da África pelos portugueses até outro já existia e era usado na culinária indígena. O nome “inhame” acabou sendo usado para nomear tubérculos em geral que tivessem a mesma aparência, mesmo vindo de famílias diferentes. Assim, a palavra acabou sendo usada quase como sinônimo de vários alimentos, incluindo cará e taro.

O que é conhecido no nordeste como inhame é o cará, nome indígena para a planta de origem africana, com nome científico Dioscorea cayanensis Lam, e um tubérculo mais fino e alongado. Já o que é chamado de inhame no sudeste e arredores é na verdade outra planta, o taro, ou Colocasia esculenta, comum também no sudeste asiático e com formato arredondado e casca mais escura e áspera.

Qual tipo de inhame é uma PANC?

E qual desses tantos inhames, carás e taros são PANCs? Todos eles! Mesmo que algumas espécies tenham vindo de fora durante a época de Brasil colônia, há séculos passaram a ser parte da flora brasileiras e as variedades do que conhecemos como inhame se misturaram. Como não existe uma cartilha certa para diferenciar PANCs e depende bastante da região, tudo que no Brasil pode ser chamado de inhame também pode ser considerado uma PANC.

Por que o inhame é uma PANC?

A determinação do que é ou não uma PANC pode variar, mas se trata de plantas que existem na natureza do país, podendo ser espontâneas ou cultivadas, possuem pelo menos uma parte comestível e não estão dentro da alimentação da maior parte da população. O inhame se encaixa por ter pelo variações brasileiras, ter uma raiz comestível, uma folha usada decorativamente e ser ainda relativamente pouco usado especialmente em certas regiões do Brasil, apesar de ser um excelente substituto da batata.

Mesmo que existam plantações de inhame, cará e taro, o alimento ainda pode ser plantado e surgir em jardins e passarem despercebidas. Afinal, o inhame é um tubérculo que fica debaixo da terra e, do lado de fora, cresce um longo caule com folhas grandes e até flores dependendo da espécie. Por causa disso, ela pode e é muitas vezes usada decorativamente em jardins, escondendo o alimento nutritivo por baixo.

Que parte do inhame é considerado uma PANC?

É bem importante dizer que não é porque o inhame é uma PANC que todo ele é comestível. Na verdade, a sua folha é tóxica e não deve ser consumida em hipótese alguma. A única parte considerada PANC e que pode ser usada na alimentação é o tubérculo do inhame, cheio de benefícios para a saúde. Além disso, vale ter cuidado com o tipo e preparo do inhame para não fazer mal. O tubérculo do cará pode ser consumido cru, inclusive em forma de suco de inhame, mas o tubérculo do taro não pode ser consumido cru e deve ser cozido antes.

Ao tentar identificar um inhame na natureza pelas suas folhas, é comum misturar com a taioba verdadeira, uma PANC que também tem caule longo e folha larga, mas que é inteiramente comestível. A confusão aqui também tem motivo. A taioba tem nome científico Xanthosoma sagittifolium, mas faz parte da família Araceae, a mesma da Colocasia esculenta, ou taro. A principal diferença entre elas é que o talo marrom ou roxo do inhame surge do meio da folha, enquanto o da taioba é verde e começa bem na borda.

Por isso, nada de sair comendo qualquer folha por aí achando que é PANC. O mais recomendado é procurar diretamente no mercado ou em produtoras de PANC se quiser provar um deles ou conseguir uma muda para plantar em casa.

Veja mais:
Caldo de inhame: confira a receita deliciosa
Peixinho-da-horta: conheça essa incrível PANC
Receitas com ora-pro-nóbis: confira 3 opções deliciosas com essa PANC

Temas relacionados