O hábito de cuidar da pele se popularizou nos últimos anos: vídeos sobre quais são os melhores cremes ou boosters para determinado incômodo ganham as redes sociais. Mas o cuidado com a pele não se limita aos produtos aplicados nela: a alimentação também tem um grande impacto.
“Quando seu intestino está desequilibrado, muitas outras funções corporais seguem o exemplo. Nossa saúde intestinal afeta a saúde da nossa pele e melhorar seu microbioma intestinal é um caminho para uma pele melhor e mais saudável”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O funcionamento do microbioma intestinal, indica o médico, está intrinsecamente ligado à saúde da pele e é um dos principais reguladores do eixo intestino-pele. “O intestino desempenha um papel fundamental na regulação da renovação das células epiteliais, no reparo da exposição à luz UV, na hidratação da pele, no controle da velocidade de cicatrização de feridas e na influência do microbioma da pele”, diz o médico.
Nesse sentido, é até seguro dizer que “nossa pele é o espelho externo do nosso intestino”. “Em termos mais simples, o intestino e a pele estão em ‘comunicação constante’”, diz o dermatologista.
Um intestino não-saudável pode afetar negativamente uma variedade de funções, mas a mais visível é a pele. “Pode trazer inflamação e exacerbar condições como eczema e rosácea. Doenças de pele como dermatite atópica, psoríase e, em alguns casos, câncer de pele também podem se desenvolver ou piorar. Além disso, a acne e caspa podem surgir devido a um bioma intestinal insalubre”, lista o especialista.
Quais são os alimentos mais prejudiciais para pele e intestino?
O dermatologista aponta que o que você não come é tão importante para um intestino saudável quanto o que você come. “Certos alimentos e bebidas são conhecidos por causar inflamação no intestino, incluindo carboidratos simples, de alto índice glicêmico, doces, ultraprocessados, soja, adoçantes artificiais e álcool, então você deve limitar a ingestão”, explica o médico.
“Dietas ricas em açúcar e carboidratos refinados podem contribuir para o crescimento de bactérias e leveduras não saudáveis, que podem contribuir para acne, erupções cutâneas e infecções fúngicas da pele. Alimentos altamente processados e gorduras não saudáveis podem aumentar a permeabilidade intestinal do revestimento intestinal, o que, por sua vez, pode retardar a renovação das células da pele e aumentar a inflamação sistêmica crônica”, orienta ainda o especialista.
Dr. Cassiano ainda destaca a importância de uma análise individualizada de cada pessoa, para considerar os hábitos e rotinas próprias. “Procure um médico dermatologista e um nutrólogo para adequar a dieta e tratar as alterações da pele”, finaliza.
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