
Pesquisa destaca como a alimentação e o estilo de vida podem nos fazer ganhar alguns anos a mais de vida. (créditos: Shutterstock)
Uma alimentação equilibrada desempenha um papel fundamental na nossa saúde. Entretanto, o objetivo de comer saudável não se resume ao desejo de emagrecer ou evitar o ganho de peso, mas sim viver muitos anos e com qualidade de vida. É por isso que é tão importante priorizar o consumo de alimentos nutritivos ao longo dos anos, pois o que comemos hoje pode ter um grande impacto no nosso organismo no futuro.
Entre tantas opções de dietas, a ciência descobriu oito planos alimentares que podem nos ajudar a envelhecer com muito mais saúde.
Como chegar à velhice com saúde: tudo depende do que você coloca no seu prato
Um estudo publicado na revista Nature Medicine selecionou oito padrões alimentares e hábitos associados a melhora na qualidade de vida e envelhecimento saudável. O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Harvard em colaboração com a Universidade de Copenhague e a Universidade de Montreal.
Para chegar aos resultados do estudo, os pesquisadores examinaram as dietas e a saúde de mais de 105.000 mulheres e homens com idades entre 39 e 69 anos ao longo de 30 anos. Eles perceberam que os voluntários que viviam mais tempo e tinham melhor qualidade de vida seguiam uma dieta semelhante a oito padrões alimentares: o Índice Alternativo de Alimentação Saudável (AHEI), o Índice Mediterrâneo Alternativo (aMED), as Abordagens Dietéticas para Combater a Hipertensão (DASH), a Intervenção Mediterrânea-DASH para Atraso Neurodegenerativo (MIND), a dieta saudável baseada em vegetais (hPDI), o Índice de Dieta de Saúde Planetária (PHDI), o Padrão Dietético Inflamatório com Suporte Empírico (EDIP) e o Índice Dietético Empírico de Hiperinsulinemia (EDIH).
O que essas oito padrões alimentares têm em comum? Todos são baseados no consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, gorduras insaturadas, nozes e leguminosas. Algumas também incluem uma ingestão baixa ou moderada de fontes animais, como peixes e certos laticínios.
"Estudos anteriores investigaram padrões alimentares no contexto de doenças específicas ou quanto tempo as pessoas vivem. O nosso tem uma visão multifacetada", diz Frank Hu, coautor do artigo. "Como a dieta afeta a capacidade das pessoas de viver de forma independente e desfrutar de uma boa qualidade de vida à medida que envelhecem;"
Dietas devem levar em consideração as necessidades nutricionais de cada indivíduo
Embora este estudo se concentre na população americana, os especialistas concordam que as conclusões podem ser extrapoladas para qualquer população do mundo. "Nossas descobertas sugerem que padrões alimentares ricos em alimentos de origem vegetal, com uma inclusão moderada de alimentos saudáveis de origem animal, podem promover um envelhecimento saudável em geral e ajudar a moldar padrões alimentares futuros", diz Marta Guasch-Ferré , professora associada do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Copenhague e coautora do estudo.
O trabalho aponta que não existe uma dieta única para todos. “Dietas saudáveis podem ser adaptadas para atender às necessidades e preferências individuais", acrescenta Anne-Julie Tessier, professora assistente do Departamento de Nutrição da Universidade de Montreal. Segundo a pesquisadora, o que funciona para uma pessoa pode não ter o mesmo resultado para outra. Por isso, é importante personalizar as dietas para garantir que todos os nutrientes necessários sejam consumidos de forma balanceada e apropriada. Além disso, a pesquisadora destaca que as dietas devem sempre se adaptar cultural e socialmente ao contexto de quem as adota.
Quando esses padrões alimentares devem ser adotados para alcançar uma velhice saudável? Quanto mais cedo, melhor. A boa notícia é que nunca é tarde para adotar bons hábitos. “Se você mudar sua maneira de comer aos sessenta, provavelmente notará a diferença aos setenta”, diz Guasch.
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