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Nova pesquisa aponta benefícios importantes da dieta mediterrânea mesmo pra gente aqui no Brasil

Mesmo no Brasil e sem viajar para Itália e outros países da região mediterrânea é possível aproveitar as vantagens para saúde. 

Pesquisa aponta importância da dieta mediterrânea mesmo no Brasil (Foto: Shutterstock)

A dieta mediterrânea é cada vez mais popular e indicada por especialistas em saúde: caracterizada pelo alto consumo de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas como grão-de-bico e lentilha, oleaginosas como amêndoas e nozes, peixes, leite e derivados, essa dieta não deixa de fora vinhos e azeite de oliva.

Outra característica marcante da dieta mediterrânea é o baixo consumo de carne vermelha, gorduras de origem animal, produtos industrializados e alimentos ricos em gordura e açúcar.

E uma nova pesquisa, publicada em agosto deste ano no periódico Mayo Clinic Proceedings, traz boas novas: o estilo de vida mediterrâneo não apenas é capaz de reduzir o risco de mortalidade por todas as causas, como também pode ser perfeitamente transferido para outras regiões do mundo, com todos os benefícios.

"O estudo mostra que é possível que populações não mediterrâneas adotem esse estilo de vida e conquistem seus benefícios com produtos disponíveis localmente e em seus próprios contextos culturais e sociais”, destaca a médica Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Entenda detalhes do estudo que comprovou as vantagens da dieta mediterrânea

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o estilo de vida de mais de 110 mil pessoas entre 40 e 75 anos que vivem no Reino Unido, fora da região mediterrânea, com base em três categorias: ingestão de alimentos específicos da região mediterrânea, adoção de hábitos alimentares, como limitação do consumo de sal, e adesão a práticas saudáveis, como cochilos regulares, atividade física e socialização.

Cada um desses itens recebeu uma pontuação, sendo que, quanto maior a pontuação de um indivíduo, maior a adesão ao estilo de vida mediterrâneo. Após nove anos, quando os pesquisadores retomaram o estudo para analisar a saúde dos participantes, foi possível observar uma relação proporcionalmente inversa entre a adesão ao estilo de vida mediterrâneo e o risco de mortalidade.

Por exemplo, participantes com uma maior pontuação apresentaram risco 29% menor de mortalidade por todas as causas e 28% menor de mortalidade por câncer em comparação com aqueles com menor pontuação de adesão ao estilo de vida mediterrâneo.

E mesmo a adesão a apenas uma das categorias citadas já foi capaz de resultar em uma redução no risco de mortalidade. Especificamente, a categoria composta por atividade física, descanso e hábitos sociais foi a principal associada a diminuição desses riscos, além de também ter sido relacionada a uma redução mais significativa do risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.

“Isso nos mostra que não é preciso modificar todo o seu estilo de vida de uma única vez. A mudança gradual dos hábitos de vida, com pequenos passos, já apresenta grandes benefícios para a saúde do organismo, além de tornar esse processo muito mais fácil”, destaca a especialista.

Dra. Caroline Reigada sinaliza que, para além de confirmar os benefícios desse tipo de estilo de vida e mostrar sua aplicabilidade em regiões fora do mediterrâneo, o estudo serve para reforçar a importância de um cuidado integral com a saúde.

“Estar saudável não significa apenas estar livre de doenças. A adoção de um estilo de vida saudável, como o destacado pelo estudo, também faz parte desse conceito de saúde, pois nossos hábitos diários possuem um grande impacto em todo o organismo, não apenas ajudando a prevenir e tratar doenças e reduzir a mortalidade, mas também melhorando a qualidade de vida como um todo”, finaliza a médica.

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