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O que acontece com seu corpo se você ficar um único dia sem comer carne: especialistas alertam

Novo estudo revela resultado surpreendente e autores sugerem 'um método simples e acessível' como forma de contornar o problema

O que acontece com seu corpo se você ficar um único dia sem comer carne: especialistas alertam

Descubra o que acontece com o seu corpo se parar de comer carne um único dia (Foto: Unsplash)

Você consegue passar um dia sem comer carne? Para algumas pessoas, esse hábito não é mais um grande desafio. Em mais de 40 países do mundo, por exemplo, a campanha Segunda Sem Carne já se tornou um movimento com inúmeros adeptos, e o Brasil está entre os mais engajados.

No entanto, o consumo de carne continua a superar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo mundo ocidental. Alguns estudos já mostraram que a combinação de proteína animal e vegetal pode ser a mais saudável e o que não faltam são substitutos maravilhosos para a carne.

A carne vermelha possui alguns malefícios potenciais para o organismo e, por este motivo, reduzir a quantidade do consumo pode ser uma atitude mais inteligente. Mas será que é uma realidade? Veja o que dizem os especialistas.

Um dia sem carne: estudo aponta impactos na saúde

A carne vermelha contém nutrientes, que incluem o ferro heme, ou gorduras saturadas. O consumo desse nutriente é importante para o corpo, mas o problema está no excesso, já que essas gorduras presentes na carne são fontes de doenças crônicas.

E é necessário ressaltar sobre a presença do amoníaco, um resíduo secundário ao consumo de proteínas (em especial nas proteínas animais) cujos níveis são influenciados tanto pela dieta como pela microbiota intestinal.

Um novo estudo publicado na revista Clinical and Translational Gastroenterology volta a colocar o foco na amônia. Uma única refeição sem carne é suficiente para reduzir os níveis tóxicos de amônia e seria benéfica diante de doenças hepáticas avançadas.

Os riscos dos níveis elevado de amônia no sangue

Alguns riscos foram associados aos níveis elevados de amônia no sangue, como a cirrose ou degeneração do fígado, assim como um tipo de comprometimento cognitivo conhecido como encefalopatia hepática.

Estudos anteriores sugerem que uma dieta vegetariana melhora os problemas cognitivos associados à cirrose. Os níveis de amônia no sangue ainda são influenciados pela dieta e pelo equilíbrio do microbioma intestinal.

O gastroenterologista Jasmohan Bajaj, da Virginia Commonwealth University (VCU), e uma equipe de pesquisadores investigaram se a mudança temporária na dieta causaria algum impacto na relação entre dieta, amônia e cirrose.

A amônia é produzida pelas bactérias intestinais após a digestão dos alimentos, é processada no fígado, enviada aos rins e excretada pela urina. Porém, quando o fígado está danificado, ele não consegue processar essa amônia. Veja quais são as possíveis consequências:

  • Os níveis de amônia podem subir perigosamente no sangue;
  • Esse processo pode causar toxicidade e até afetar o cérebro;
  • Se atingir a irrigação cerebral, pode gerar alterações cognitivas, confusão e delírio;
  • Em casos mais graves, é capaz de causar coma devido à encefalopatia hepática e, alguns casos, podendo ser fatal se não houver tratamento.

Dieta ocidental preocupa cientistas devido ao alto de amônia

Caracterizada por alimentos ricos em hidratos de carbono, como é o caso da carne vermelha e da carne processada, pobre em fibras, a dieta ocidental tem sido associada a níveis elevados de amônia.

Isso significa que fazer mudanças na dieta pode ser um importante caminho para se evitar chegar a um estágio mais preocupante, principalmente quem tem um comprometimento hepático grave.

Entenda como foi realizado o estudo

O pequeno ensaio clínico foi realizado com 30 pacientes adultos com diagnóstico de cirrose e tratados no Richmond VA Medical Center. Eles foram divididos em três grupos de 10 pessoas para comer três tipos de hambúrguer:

  • Hambúrguer feito de carne suína ou bovina;
  • hambúrguer feito com substituto de carne vegano;
  • Hambúrguer vegetariano de feijão.


Cada hambúrguer continha 20 gramas de proteína, média habitual de uma refeição típica ocidental, e também eram incluídas batatas fritas com baixo teor de gordura, pão integral e água.

No início do experimento, os pacientes tinham perfis de microbioma semelhantes, mas o tipo de alimento impactou os níveis de amônia de maneira diferente.

Com base em amostras de sangue e urina colhidas antes e depois das refeições, as diferenças foram expressivas: em apenas uma hora após a ingestão do alimento, as amostras apontaram que quem comeu o hambúrguer de carne bovina tinha mais aminoácidos associados à produção de amônia e à encefalopatia hepática.

'Pular carne em uma única refeição pode trazer benefícios'

Ainda que os resultados do estudos sejam preliminares, os autores sugerem que os médicos encorajem os seus pacientes a substituir a carne por fontes de proteínas vegetais ou lácteas, caso tenham problemas de fígado.

Através de uma consulta com um especialista em nutrição, o profissional pode orientar e fornecer informações sobre os alimentos mais indicados de acordo com o diagnóstico de cada paciente.

"A principal conclusão foi que pular carne em uma única refeição pode trazer benefícios para os pacientes. Uma simples mudança poderia ser um método simples e acessível para reduzir a geração de amônia", diz Bajaj.

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