A demência é uma condição que atinge mais de 1 milhão de pessoas no Brasil e que ainda não tem cura. No entanto, diversos estudos mostram como o estilo de vida e a alimentação podem impactar a cognição, aumentando ou diminuindo os riscos de acordo com os hábitos de cada indivíduo. Para te ajudar, o TudoGostoso preparou um conteúdo informando quais as mudanças alimentares para prevenir a demência, segundo a ciência. Confira!
Alimentos que aumentam os riscos de demência
De forma geral, há um consenso entre os pesquisadores de que alimentos ultraprocessados oferecem riscos à saúde cognitiva e aumentam as chances do desenvolvimento de demências.
Um estudo divulgado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) em julho de 2024, nos Estados Unidos, apontou que trocar uma porção de carne vermelha processada por nozes, leguminosas, feijão ou tofu pode diminuir em 20% os riscos de demência que está associada ao consumo de proteína animal industrializada, como é o caso de salsichas, salames e bacon.
Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan e do Hospital Brigham and Women’s avaliaram mais de 130 mil indivíduos em 40 anos. A pesquisa concluiu que quando a carne vermelha processada é ¼ da alimentação diária, os riscos de demência é 14% maior quando comparado a um consumo menor, de 1/10. Segundo eles, cada porção extra de carne vermelha processada resultou em um envelhecimento cognitivo adicional de 1,6 ano, além de uma queda na memória verbal de 1,69 ano.
Quando a carne vermelha processada é trocada por uma porção de nozes ou leguminosas, os números praticamente se invertem: há uma redução de 20% no risco de demência, além de diminuir 1,37 ano no envelhecimento cognitivo.
Qual dieta previne a demência?
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a nutróloga do Hospital Anchieta, Andrea Vasconcelos, explicou que existem algumas dietas e hábitos alimentares que ajudam a prevenir a demência, como a dieta do mediterrâneo.
A dieta do mediterrâneo é baseada no consumo de frutas, vegetais, grãos, fontes de proteínas magras e de gorduras saudáveis, com um baixo consumo de alimentos processados e ricos em açúcares. Tudo isso deve resultar em uma ingestão maior de alimentos ricos em antioxidantes, ômega-3, vitaminas e minerais essenciais. Também é importante ressaltar que o consumo de álcool deve ser bem controlado, enquanto a quantidade de água deve ser adequada para o seu peso corporal.
Quais são os alimentos que ajudam a diminuir os riscos de demência?
Segundo informações oferecidas em entrevista para o portal Vida Simples, Natalia e Thais Mussi, Endocrinologista e Metabologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) explicaram que alguns nutrientes específicos auxiliam na prevenção da demência, como:
- Vitaminas do Complexo B: essenciais para a produção de neurotransmissores que regulam o humor;
- Vitamina D: essencial para regular as proteínas cerebrais que fazem parte do processo de aprendizado e memória;
- Magnésio: melhora a transmissão de sinapses, auxiliando as funções cognitivas;
- Ácidos graxos: conhecidos por terem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, ajudando a diminuir o envelhecimento precoce das células e os riscos de doenças degenerativas;
- Flavanoides: atuam diminuindo os riscos de demência através da redução da perda cognitiva.
Assim sendo, alguns alimentos que as médicas mostraram que possuem esses benefícios são: frutas amarelas, folhas verdes escuras, cogumelos, azeite de oliva, chá-verde, beterraba, alecrim e nozes.
Lembrando que todos esses alimentos devem fazer parte de uma dieta balanceada, além da prática de exercícios físicos e hábitos de vida saudáveis.