Bento Gonçalves faz parte do Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha e tem vinhos reconhecidos mundialmente (Créditos: Divulgação ARPOVALE e Vale dos Vinhedos/Gilmar Gomes e Naiára Martini)
Coração do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, Bento Gonçalves é o destino ideal para qualquer amante de um bom roteiro de viagem com vinho. A cidade fica a 120 km da capital Porto Alegre, um trajeto que pode ser percorrido em 2 horas, e ainda mais perto de Caxias do Sul, a apenas 40 km de distância. Assim como São Roque em São Paulo, o turismo em Bento Gonçalves é principalmente por causa dos vinhedos e a cidade da Serra Gaúcha ainda possui o título de capital brasileira do vinho. Descubra no TudoGostoso porque a cidade tem essa fama e o que fazer em uma viagem para Bento Gonçalves.
Por que Bento Gonçalves é a capital brasileira do vinho?
Bento Gonçalves é a principal cidade do Vale dos Vinhedos, uma microrregião da Serra Gaúcha que engloba também as cidades Monte Belo do Sul e Garibaldi. A área de 80 km² é coberta de vinhedos que seguem a produção tradicional trazida pelos imigrantes italianos no final do século 19. A língua talian, uma variação brasileira do italiano da região de Vêneto, até se tornou língua co-oficial do município de tão comum que é por causa das famílias italianas.
O sucesso da plantação da uva e produção do vinho em Bento Gonçalves rendeu produtos de qualidade reconhecidos no Brasil e no mundo. O vinho do Vale dos Vinhedos é o único no país a possuir os selos deIndicação de Procedência e Denominação de Origem. Isso garante que todos os vinhos que possuem o selo foram integralmente fabricados na região e respeitando os padrões de qualidade.
Essas características aumentam o valor do vinho de Bento Gonçalves e renderam à cidade o título de capital brasileira do vinho. Desde 1967, no mês de junho, a cidade sedia o Festival Nacional do Vinho, ou Fenavinho, que reúne representantes de vinícolas de todo o país.
O que fazer em Bento Gonçalves?
O principal programa para quem vai a Bento Gonçalves é a visitação de vinícolas com degustação de vinhos locais. A rota do Vale dos Vinhedos é um passeio que pode ser feito em um dia só ou dividido em alguns dias, dependendo da quantidade de vinícolas que quiser visitar. O ideal é planejar cerca de 5 ou 6 paradas por dia para conseguir apreciar todos os passeios sem correria.
Além de vinícolas, existem queijarias e restaurantes no caminho que valem a pena incluir no itinerário para comer e experimentar outros produtos da região. E para quem pensa que rota de vinho só interessa adultos, muitas vinícolas também produzem sucos feitos com as uvas cultivadas, então existem opções não alcoólicas para os menores de idade.
Como o trajeto entre vinícolas precisa ser feito de carro, existem duas soluções para o motorista da vez que quiser participar da degustação dos vinhos além dos sucos. A primeira é provar a bebida alcoólica e cuspir em um balde próprio para isso, prática bastante comum entre sommeliers. A segunda é alugar um serviço de transporte ou motorista particular, já que táxis e carros de aplicativos nem sempre fazem trajetos até vinícolas mais distantes.
Bento Gonçalves não tem apenas vinho e diferentes roteiros mostram diferentes atrações. A rota dos Caminhos de Pedra é um caminho de cerca de 12 km por casas de pedra antigas, da época dos primeiros italianos a se estabelecerem pela cidade. No caminho tem restaurantes, comércio, algumas vinícolas e ainda pode finalizar no mirante da Cascata dos Amores. Na rota do Vale do Rio das Antas você pode fazer um passeio com vistas deslumbrantes pelo Rio das Antas, atravessando a Ponte dos Arcos até o mirante do Vale da Ferradura. Nesse trajeto dá para fazer paradas para degustar cachaça e rapadura.
Outros pontos turísticos que valem a pena mencionar são o Pórtico Pipa na entrada da cidade, o Parque de Aventuras Gasper com atividades radicais em um penhasco, o Chafariz de Vinho La Fontana que rende ótimas fotos bem na parte mais antiga da cidade e o passeio de Maria Fumaça para as cidades vizinhas da Serra Gaúcha.
Qual é a melhor época para viajar para Bento Gonçalves?
Por causa do clima de montanha propício para beber um vinho, a maioria dos turistas viaja para Bento Gonçalves no inverno, entre junho e agosto principalmente. Mas a melhor época para visitar a cidade é no verão, entre dezembro e fevereiro. É nesse período que é feita a colheita da uva, então você poderá ver vinhedos coloridos com as uvas e quem sabe até participar desse processo.
Mesmo durante o verão, Bento Gonçalves não costuma ficar muito quente por causa da altitude da Serra Gaúcha. A média de temperatura é de 27ºC de máxima e 15ºC de mínima. Ou seja, dá para fazer passeios confortáveis de dia e ainda aproveitar um vinho nas noites refrescantes.
Onde degustar vinhos em Bento Gonçalves?
Em Bento Gonçalves e redondezas do Vale dos Vinhedos existem aproximadamente 70 vinícolas. São muitas e é impossível visitar todas elas sem cansar. Por isso, o ideal é escolher uma quantidade limitada que agrade pelas atividades, tipos de vinho, rotas de chegada e preços dos pacotes.
A Casa Valduga é uma das mais famosas e tem vinhos entre os melhores do mundo com condecorações em premiações do Chile, Inglaterra e França. A vinícola foi uma das primeiras a se estabelecer em Bento Gonçalves e há 150 anos é passada de geração para geração. A Casa Valduga tem vários tipos de passeio, desde a tour básica pela produção até as experiências aprofundadas nos seus vinhos mais famosos ou o almoço harmonizado com os vinhos. Os preços dependem do pacote e começam em R$150 e vão até R$450 por pessoa.
A Vinícola Miolo é responsável pelo vinho Lote 43. O nome do produto é uma referência ao início da vinícola, quando Giuseppe Miolo comprou o lote de terra 43 para começar seu negócio em solo brasileiro. Hoje a Vinícola Miolo é uma das principais exportadoras da bebida e ainda comanda mais 3 vinícolas pelo Brasil. O roteiro tradicional é bem acessível, com valor de R$50 por pessoa, mas o passeio mais recomendado é o roteiro “Os 7 lendários na Vinícola Miolo” de R$280 que apresenta uma recomendação de 7 vinhos de alta qualidade do lote de 2020 acompanhado com tábua de queijos e frios em uma sala VIP.
A vinícola Pizzato é especialista em vinhos de Merlot e seus vinhos de qualidade tiveram papel importante na conquista da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos em 2012. Os itinerários para conhecer a Pizzato são sempre acompanhados de especialistas da produção e os preços podem variar bastante, desde uma degustação simples de R$49 até um serviço premium ao preço de R$1000.
Uma dica para quem vai à Bento Gonçalves é visitar as vinícolas menores e mais familiares. O tamanho da produção pode não ser tão imponente e nem os vinhos serem os mais finos, mas a experiência é mais acolhedora e tem ares de estar em um vilarejo italiano com valores entre R$25 e R$100. A Cantina Strapazzon e a Casa Fontanari são boas opções para fugir um pouco do óbvio. Se busca uma experiência mais tradicional, na vinícola Cristofoli você pode participar da colheita, provar as uvas na hora e presenciar uma encenação da pisa de uva com roupas e música típica italiana.
Onde comer em Bento Gonçalves?
Bento Gonçalves não é para ir, beber umas taças de vinho e voltar. A gastronomia da cidade tem pratos típicos da culinária gaúcha e, principalmente, comidas italianas com receitas herdadas pelas famílias dos imigrantes. Dá para comer uma variedades de risotos, massas e pizzas em lugares como a Vallontano Risoteria, o Otto e Mezzo Pizza Verace, a Trattoria Casa Angelo, o Café com Arte Bistrô e a Osteria del Valle.
Do lado mais gaúcho, tem muita carne suculenta de churrasco no Restaurante e Churrascaria Zandonai, no BraZedo e no Gaita e Assado. No lado mais doce de Bento Gonçalves, o Fondue Della Strega é como o nome diz tem desde fondue de queijo até fondue de chocolate, o Benevento Chocolate & Café é perfeito para fazer um café da manhã reforçado antes das degustações de vinho e não dá para ir na Vitiaceri Casa das Cucas e não comer uma cuca alemã tradicional. Se você gosta de um chimarrão, não deixe de passar na Casa da Erva Mate e aprender a fazer a bebida.
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