O jejum intermitente tem sido o hábito alimentar da moda nos últimos tempos, principalmente por quem busca emagrecer. Nas redes sociais, é comum encontrar diversos adeptos da dieta, como é o caso da Carolina Dieckmann. A atriz brasileira contou nas redes sociais que fez jejum intermitente de 24h com o intuito de emagrecer para um papel em um filme gravado em julho de 2024. No mesmo vídeo, ela explica que sempre foi muito gulosa e que, no início, a prática do jejum foi bastante desafiadora, mas que ela conseguiu realizar com ajuda de médicos e profissionais. O resultado foi perda de peso e diminuição do estômago. No entanto, essa dieta divide muitas opiniões.
O jejum intermitente realmente ajuda a emagrecer? Diversos estudos concluíram que ele pode ser prejudicial no emagrecimento dependendo de alguns fatores. Nutricionistas também expressam os perigos desse tipo de dieta.
Por que não fazer jejum intermitente de 24h?
O jejum intermitente de 24h consiste em passar um dia sem comer, consumindo apenas bebidas sem calorias como água, chá, café, tudo sem açúcar. Passado esse tempo, as próximas 24h são usadas para alimentação livre. E o problema está exatamente aí.
Depois do período de jejum, o aconselhado é se alimentar de forma saudável e equilibrada, com proteínas, carboidratos, fibras, frutas, legumes e verduras, evitando doces e alimentos ultraprocessados. No entanto, essa parte não é sempre seguida.
“Cada um tem sua necessidade nutricional, carrega sua carga genética, possui diferentes características físicas e realizam diversas atividades ao longo do dia. A ausência de nutrientes, a longo prazo, pode acarretar alterações importantes ao organismo, como queda ou enfraquecimento do cabelo, constipação intestinal, osteoporose, anemia, desidratação, atividade mental comprometida, dificuldade de concentração, ansiedade e irritação”, é o que aponta a coordenadora de nutrição clínica do Hospital do Coração, Lilian Sant’Anna.
A profissional ainda explica que a melhor estratégia para o emagrecimento saudável e seguro é a reeducação alimentar alinhada a uma dieta dividida em pequenas porções ao longo do dia. Com ajuda de um profissional, mudar a alimentação e comer a cada três horas permite que as pessoas escolham quantidades menores de comida porque não estão com tanta fome. Ao final, essa reeducação se torna um hábito alimentar muito mais saudável. Isso também deve ser alinhado a um estilo de vida saudável, com a prática regular de exercício físico.
Jejum intermitente pode engordar?
De acordo com Acácio Barros, professor de nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, estudos já comprovaram que o risco de comer excessivamente depois do jejum intermitente é de 65% a mais após a primeira hora.
“A pessoa que costuma fazer esse protocolo está mais propensa a tomar medidas compensatórias inadequadas como vômitos induzidos, uso de laxantes, inibidores de apetite e diuréticos”, alerta o profissional em entrevista para o Estado de Minas.
As análises não param por aí. Dados do Instituto de Ciências Biomédicas da USP mostram que os malefícios para o corpo ao seguir um jejum de 24h sem comer e 24h de alimentação livre, sendo eles o aumento dos radicais livres, aumento da secreção de insulina no pâncreas devido a resistência à insulina, diminuição da ilhota pancreática, diminuição periférica da resposta à insulina, aumento exagerado do estômago, redução de massa magra e, o efeito negativo mais temido, o aumento da gordura corporal de forma geral, inclusive nas vísceras.
Sendo assim, antes de realizar qualquer mudança nos seus hábitos de vida, converse com um profissional da sua confiança que poderá te avaliar e ajudar a montar uma estratégia personalizada para as suas necessidades!
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