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O que acontece se você exagerar no consumo de alimentos ultraprocessados? Nutricionista explica!
Entenda o que são os alimentos ultraprocessados, quais são os seus malefícios e a importância de priorizar opções in natura 

Você sabia que o consumo diário de alimentos ultraprocessados durante 15 dias já é suficiente para ativar inflamações no organismo? A longo prazo, a lista enorme de ingredientes desses itens e os muitos aditivos usados na produção colaboram para o ganho de peso e facilitam o aparecimento de doenças como diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer.

Os ultraprocessados estão por toda parte. Na linguiça do churrasco, na salsicha do cachorro-quente, no refrigerante durante o almoço e no sorvete da sobremesa. É justamente essa facilidade de acesso que pode fazer você exagerar na quantidade. Para ajudar você a lidar melhor com esse tipo de comida, o TudoGostoso convidou Camila Ferraz (@nutricionistacamilaferraz), nutricionista especialista em emagrecimento feminino e nutrição funcional, que vai explicar o que são os ultraprocessados e te ajudar a fazer escolhas melhores de alimentação.

Biscoito, sorvete e doces muitos artificiais são exemplos de alimentos ultraprocessados

O que são alimentos ultraprocessados?

Ultraprocessados são alimentos que passam por um processo produtivo mais longo e com acréscimo de uma quantidade maior de aditivos químicos como conservantes, corantes, adoçantes e intensificadores de sabor. Alguns exemplos de alimentos desse tipo são embutidos, temperos prontos, macarrão instantâneo, achocolatados, sucos em pó, biscoitos recheados e bebidas energéticas.

“Exceto os alimentos in natura — como verduras, legumes, frutas e ovos — todos os outros passam por um processo de industrialização. A diferença é que alguns deles têm apenas intervenções simples, como separação e embalamento, como, por exemplo, arroz, feijão e grão-de-bico. Outros precisam de aditivos para se manterem aptos ao consumo e durarem por algum período na geladeira, como atum enlatado, pão de forma e os queijos”, explica Camila.

O que acontece quando comemos ultraprocessados?

Os ultraprocessados são produzidos para serem extremamente saborosos e práticos. Por isso, depois que experimentamos esses itens, é fácil transformar o consumo deles em algo habitual. O problema é que o prazer imediato e a falsa sensação de praticidade não compensam todos os prejuízos que essa ingestão frequente pode causar na saúde.

“O tempero pronto, além de deixar a comida com um sabor ‘agradável’, economiza tempo de separar e cortar outros temperos naturais, ou seja: prático e gostoso. No caso dos biscoitos, a união de gordura hidrogenada e açúcar resulta em um conforto imediato a quem o consome, já que estimula no cérebro neurotransmissores de prazer”, alerta a especialista.

Quais os riscos de comer alimentos ultraprocessados?

Os malefícios do consumo de ultraprocessados surgem a médio e longo prazo.

“Após quinze dias consumindo alimentos ultraprocessados diariamente, processos inflamatórios serão desenvolvidos no organismo, causando maior sensação de cansaço, sono, memória fraca, alterações de humor, etc. A longo prazo, doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão e dislipidemias são frequentes”, alerta Camila.

Macarrão instantâneo é um tipo de alimento ultraprocessado que deve ser evitado

Como identificar alimentos ultraprocessados?

A nutricionista explica que a melhor forma de identificar os alimentos ultraprocessados é conferindo a lista de ingredientes na embalagem. Quanto maior for, mais chance de ser um item que passou por um longo processo de industrialização.

“Para tudo é possível encontrar marcas com uma qualidade superior de ingredientes. Você pode comprar um sorvete com uma lista de oito ou nove ingredientes, riquíssimo em gordura hidrogenada e açúcar, ou escolher outra opção com apenas três ingredientes”, destaca a especialistas.

É importante saber que nem sempre essa troca significa ter que gastar mais:

“Esta escolha não está relacionada ao preço do produto. Há molhos de tomate prontos de marcas caras e famosas com uma lista extensa de ingredientes, enquanto outras opções mais em conta têm apenas tomate e um único aditivo”, defende Camila.

Qual o limite para comer ultraprocessados?

Segundo Camila Ferraz, o ideal é reduzir o consumo dia após dia e fazer um acompanhamento rotineiro. No caso do seu check-up anual de exames não ter nenhum indício de problemas vindos deste consumo, significa que a quantidade que está utilizando não interfere em sua saúde.

“Determinar o limite para este tipo de consumo realmente só pode ser feito individualmente avaliando histórico genético, social e metabólico do paciente”, explica a nutricionista.

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