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Sou microbiologista e aqui está o que (e onde) eu nunca como: "O risco de intoxicação alimentar aumenta quando..."

Microbiologista lista os alimentos e locais que deveriam ser evitados para quem deseja escapar dos riscos de intoxicação alimentar

Microbiologista alerta sobre alimentos e lugares propícios a proliferação de germes e bactérias (Foto: Shutterstock)

Comer fora é muito agradável, mas são necessários cuidados para evitar algum tipo de intoxicação alimentar, principalmente por contaminação viral ou bacteriana. No entanto, também é possível sofrer desse problema dentro de casa.

Embora para a maioria das pessoas seja possível se recuperar em poucos dias sem tratamento, para ouras pessoas as consequências são mais complicadas.

Em um artigo para o The Conversation, a microbiologista Primrose Freestone explicou sobre o risco de infecções de origem alimentar e quais são as ocasiões em que você se coloca em maior risco.

Como evitar intoxicação alimentar em casa e na rua

A microbiologista lista quais são os lugares que ela evita e orienta as pessoas a tomarem certos cuidados com determinados alimentos e ocasiões.

Comer ao ar livre:

Segundo a especialista, em piqueniques ou churrascos, por exemplo, o risco de intoxicação alimentar aumenta.

Manter as mãos limpas ao manusear alimentos é fundamental, mas normalmente não há água quente corrente e sabão em um parque ou na praia. O álcool em gel pode ser uma boa opção, mas segundo ela, o produto não mata todos os germes.

Os alimentos tendem a atrair uma série de insetos, que podem transferir germes para os alimentos, inclusive E. coli, Salmonella e Listeria.

"Manter os alimentos perecíveis frios e cobertos é essencial, pois os germes podem dobrar de quantidade se for permitido que os alimentos aqueçam até 30°C por mais de algumas horas", alerta.

Refeição em bufês:

Em ambientes fechados, os alimentos podem ser expostos à contaminação por insetos (nos alimentos descobertos), poeira e, acima de tudo, por pessoas. A intoxicação alimentar é, portanto, um risco inevitável.

A contaminação ocorre quando os visitantes do bufê tocam os alimentos, e os germes podem ser borrifados por pessoas que espirram ou tossem perto dos alimentos.

Há uma regra de duas horas para o serviço de bufê: os alimentos perecíveis se tornarão perigosos para o consumo dentro de duas horas se não forem mantidos cobertos e refrigerados.

Para buffets quentes, como os servidos no café da manhã em hotéis, é bom evitar alimentos mornos, pois as bactérias que causam intoxicação alimentar podem crescer rapidamente em alimentos mantidos a menos de 60°C.

"Se houver alguma incerteza sobre a segurança dos alimentos oferecidos, eu relutantemente tomo café da manhã com pão recém-torrado e marmelada embalada individualmente", afirma a microbiologista.

Consumo de ostras:

Alguns alimentos são realmente um risco, como é o caso dos mariscos crus, como as ostras. Elas são filtradoras e podem concentrar germes, como o Vibrio e o norovírus, em seus tecidos.

"Uma ostra contaminada por Vibrio não tem aparência, cheiro ou sabor diferentes, mas ainda assim pode deixá-lo muito doente", afirma ela.

Também é possível contrair intoxicação alimentar ao comer qualquer marisco cru (amêijoas, mexilhões, búzios, berbigões): "Eu só como mariscos bem cozidos porque o calor mata efetivamente os germes nocivos."

Saladas de embalagem:

"Nunca como saladas ensacadas, principalmente porque uma das minhas áreas de pesquisa é a segurança de saladas frescas. Descobriu-se que a alface ensacada pode conter germes de intoxicação alimentar, como E. coli, Salmonella e Listeria", afirma Primrose Freestone.

Ela acrescenta que o seu grupo de pesquisa descobriu que esses patógenos crescem mais de mil vezes melhor quando recebem sucos de folhas de salada, mesmo que a embalagem esteja refrigerada.

"O preocupante é que os mesmos germes usam os sucos da salada para se tornarem mais virulentos e, portanto, melhores para causar uma infecção", afirma.

A especialista afirma que a maioria das saladas de pacote são seguras se armazenadas na geladeira, bem lavadas antes do uso (mesmo as que são prontas para consumo) e consumidas o mais rápido possível após a compra.

Práticas de cozimento:

Com relação às práticas de cozimento, ela lista o que fazer e o que não fazer.

  • Alimentos perecíveis: "Verifico regularmente as datas de validade, mas se for antes da data de validade e a embalagem do alimento parecer inchada ou, quando aberta, o alimento parecer ou cheirar diferente do esperado, eu o jogo no lixo, pois pode estar contaminado."

  • Tábuas de corte: "Nunca uso as mesmas tábuas de corte para alimentos crus e cozidos, e lavar as mãos antes e depois de manusear alimentos é algo instintivo."

  • Arroz cozido: "Uma de minhas práticas 'nunca fazer' é reaquecer arroz cozido. Isso ocorre porque o arroz cru pode conter esporos de Bacillus cereus, um germe que causa intoxicação alimentar. Embora as células sejam mortas pelo cozimento, os esporos sobrevivem."

Jantar fora:

A microbiologista afirma que nunca leva as sobras de comida para viagem: "Geralmente elas ultrapassam o limite de duas horas, mesmo que sejam realmente destinadas a um animal de estimação."

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