O Tuju, restaurante brasileiro com duas estrelas Michelin, foi alvo de uma operação na última quarta-feira (07) com o intuito de combater a venda de vinhos de luxo de alto valor fruto de importação irregular. Localizado no Jardim Paulista, em São Paulo, o estabelecimento vende garrafas de vinho que chegam até R$ 100 mil, segundo informações da Receita Federal. No entanto, o restaurante afirma que as bebidas alcoólicas foram “regularmente compradas”.
Restaurante com estrela Michelin, Tuju, é acusado de sonegação de impostos
A ação realizada pela Receita Federal é intitulada de Operação Bordeaux, uma referência aos vinhos reconhecidos mundialmente produzidos na região francesa de mesmo nome, e de onde veio uma boa parte dos rótulos encontrados no restaurante. A operação causou o cancelamento de um evento que estaria acontecendo no mesmo dia no Tuju, um jantar cujos ingressos custavam quase R$ 15 mil.
Segundo dados do órgão, se esperava que fossem apreendidas cerca de 4 mil garrafas de vinho, totalizando R$ 6 milhões em valor de mercado. No entanto, o restaurante Tuju informou em nota que apenas 352 garrafas foram apreendidas, através da assessoria de imprensa.
De acordo com a estimativa apresentada em nota pela Receita, os tributos federais que teriam sido sonegados estariam na casa dos R$ 3 milhões (valores aplicados às mercadorias que foram apreendidas). A Receita Federal informou em comunicado:
"A operação representa milhões em prejuízo para uma organização que ostenta riqueza obtida, ao menos em parte, pela prática de ilícitos. Além da perda das mercadorias apreendidas, os responsáveis serão processados pelo crime de descaminho e outros correlatos".
Restaurante nega sonegação de imposto e afirma que vinhos foram obtidos no Brasil
A assessoria de imprensa do restaurante Tuju declarou que as garrafas de vinho retidas foram obtidas no Brasil, através de uma importadora. Chamada Clarets, a empresa que teria importado os vinhos é propriedade de Guilherme Lemes, um dos sócios do Tuju. Vale lembrar que os demais sócios são o chef Ivan Ralston, que comanda o menu, e a pesquisadora Katherina Cordás.
Na nota, o restaurante afirmou que as garrafas foram regularmente compradas, com o pagamento de impostos regularizado. Além disso, eles contam que parte das garrafas teria como destino uma degustação privada da importadora Clarets. Veja a nota completa abaixo.
“O TUJU esclarece que as 352 garrafas de vinhos apreendidas pela Receita Federal foram regularmente compradas por ele, mediante pagamentos devidamente registrados em sua contabilidade. Os impostos de responsabilidade do TUJU são integral e pontualmente recolhidos. As garrafas foram adquiridas no Brasil, através de compra com a importadora Clarets. Parte das garrafas era destinada a uma degustação privada da referida importadora, sendo que o TUJU havia sido apenas contratado para operacionalizar tal jantar, que foi cancelado em virtude do ocorrido”.
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