Iniciar a prática de atividade física é uma de suas metas de saúde e bem-estar para 2024? Correr está entre as atividades mais praticadas, mas essa prática se tornou centro de uma polêmica que partiu de Harvard. Especialista em biologia evolutiva e professor da Universidade de Harvard, Daniel E. Lieberman defende que os seres humanos não foram feitos para o esporte.
Em seu livro "Exercise" (Exercício), Lieberman questiona "como é que nunca evoluímos para o exercício, por que ele é saudável e o que devemos fazer". Em nenhum momento, ele defende um estilo de vida sedentário, mas traz conclusões interessantes. De acordo com Lieberman, segundo o ponto de vista científico, o exercício é uma atividade estranha ao nosso corpo.
Na obra, ele desenvolve a tese de que a evolução não nos criou para correr. Em vez disso, fomos feitos para caminhar e, acima de tudo, para sentar. Lieberman afirma que, historicamente, a humanidade se desenvolveu em ambientes em que não era necessário ficar de pé por longos períodos, aproveitando o tempo gasto sentado ou deitado enquanto contava histórias ou fazia trabalhos manuais.
Ser humano evoluiu a ponto de ficar relutante com exercício, explica especialista
O autor acredita que os exercícios podem, sim, trazer enormes benefícios à saúde, mas sempre com moderação. Lieberman detalha no livro que, historicamente, a humanidade se desenvolveu em ambientes em que não era necessário ficar de pé por longos períodos, aproveitando o tempo gasto sentado ou deitado enquanto contava histórias ou fazia trabalhos manuais.
"Em comparação com outros mamíferos, os seres humanos podem ter evoluído para serem especialmente relutantes em se exercitar", explicou o especialista. E essa conclusão tem uma explicação aparentemente simples, mas de natureza complexa: o metabolismo basal.
O que é metabolismo basal e qual sua função?
O metabolismo basal é a quantidade mínima de energia necessária ao corpo para manter as funções vitais em repouso, ou seja, em total inatividade física e mental. Dessa forma, a circulação sanguínea ou a regulação da temperatura corporal estão incluídas neste grupo. Essas funções, por si só, são responsáveis pela maior parte do gasto diário de energia, representando aproximadamente 60 a 75% da energia total usada pelo corpo.
Além disso, o próprio cérebro consome entre 20% e 25% da energia necessária para o metabolismo basal. De acordo com os dados apresentados por Lieberman, uma pessoa de 82 quilos gasta em média 1.700 calorias, mesmo que passe o dia inteiro em repouso. Por ter tamanho gasto de modo natural, a escolha por exercícios menos intensos já quase “pré-programada” no cérebro humano.
Ele defende que é mais fácil para o nosso corpo andar do que correr e, por isso, muitas vezes é válido investir em esportes que não nos levam ao limite. "Meu ponto aqui é ser compassivo consigo mesmo e entender que essas pequenas vozes em sua cabeça são normais e que todos, mesmo 'viciados em exercícios', lutam com elas”, explicou em entrevista ao “The Harvard Gazette”. E agora: saber disso te deu mais ou menos vontade de treinar?
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