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Por que o chocolate está tão caro? Tendência é que preço não pare de subir; entenda o que está acontecendo com o cacau

Alta no preço do cacau faz com que chocolates fiquem mais caro, assim como diversos produtos derivados da matéria-prima

Entenda por que o chocolate está tão caro (Créditos: Canva)

Com certeza você já deve ter reparado que o preço do chocolate aumentou muito nos últimos tempos, não é mesmo? Atualmente, é comum encontrar barras de chocolate por R$8, R$9 e até R$10. E não estamos falando de chocolates gourmet! Isso tudo levanta uma grande dúvida: afinal, por que o chocolate está tão caro? Vem que o TudoGostoso vai te explicar tintim por tintim e ainda dizer quais são as previsões para o futuro. Confira!

Por que o chocolate está mais caro?

O motivo para um aumento de preço do chocolate é o mesmo para o aumento de preço do azeite: aquecimento global.

A produção do cacau, matéria-prima do chocolate, tem sido afetada diretamente por conta das mudanças climáticas resultantes do fenômeno El Niño. Esse fenômeno é caracterizado pelo aumento da temperatura em pontos do Oceano Pacífico, ocasionando uma mudança também nos padrões de chuva.

A informação é da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) que explica que os cacaueiros (árvores que produzem cacau) crescem próximas a linha do Equador, e elas são extremamente sensíveis a qualquer mudança climática. Dessa forma, as ondas de calor estão afetando a safra do cacau na África, continente que produz e exporta a maior parte do cacau do mundo.

Mudanças climáticas afetam o preço de diversos alimentos

Basicamente, o que acontece é que há pouco cacau sendo produzido e essa quantidade não supre a necessidade mundial. Como a busca pelo produto é maior, o preço automaticamente aumenta, como tem acontecido com o azeite de oliva. Essa é uma questão que afeta o mundo todo, não só o Brasil.

Para piorar a situação, ocorreu um surto em 2023 de vírus do broto inchado e da doença da vagem preta, também por causa das mudanças climáticas e das chuvas excessivas nos países que mais exportam cacau, Gana e Costa do Marfim.

Essas pragas destroem as plantações fazendo com que as vagens de cacau apodreçam e endureçam, sendo descartadas como matéria-prima. Os dois países juntos foram responsáveis pela produção de 58% do cacau do mundo todo entre os anos de 2022 e 2023.

Qual a tendência do preço do cacau?

Segundo especialistas, a tendência é que o preço do cacau continue a aumentar pelos próximos meses e, no melhor dos cenários, volte a cair no segundo semestre de 2024. Porém, os economistas já alertam que essa queda não fará com que o chocolate volte a custar a mesma coisa que antes.

Michele Buck, CEO da marca de chocolates americana Hershey’s, disse que a empresa está comprometida com a estratégia de aumentar o preço dos produtos para cobrir a inflação do cacau. Diante disso, eles esperam uma baixa nos lucros.

Confeiteiros e demais trabalhadores do ramo estão procurando alternativas para combater o alto valor do cacau, o que inclui diminuir o tamanho dos produtos sem alterar o preço, manter o tamanho e elevar o preço ou realizar trocas.

Qual o valor do cacau?

No mês de abril, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento declarou que o preço por tonelada de cacau superou a marca de 10 mil dólares pela primeira vez. Isso implica em um aumento de 136% no valor do cacau entre julho de 2022 e fevereiro de 2024, ainda segundo a Unctad.

O Brasil importa cacau ou produz internamente?

O Brasil produz de cacau, mas essa produção não é suficiente para suprir a necessidade do mercado interno. Por isso, o país também precisa importar uma pequena quantidade de cacau, que vem majoritariamente de Gana e Costa do Marfim, com uma pequena parcela também da Indonésia.

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