Muitas vezes, quem busca perder peso se submete, de modo equivocado, a dietas rigorosas e restritivas demais. Entretanto, mais do que mudar o cardápio de forma radical, é necessário adotar hábitos saudáveis e equilibrados - e isso também está relacionado ao sono!
É o que aponta um estudo da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com resultados publicados na revista científica Sleep Medicine e compartilhados no Congresso Mundial do Sono, em outubro deste ano, no Rio de Janeiro, segundo informações da Agência Einstein.
Mais de 2.000 brasileiros adultos, de 18 a 65 anos, participaram da pesquisa que constatou uma relação direta entre o horário de ir deitar e o índice de massa corporal (IMC). “Dormir pouco ou dormir mal aumenta a produção de leptina, que é o hormônio da fome, e reduz a produção da grelina, que é o hormônio da saciedade. Isso tem um impacto direto no dia seguinte, com aumento da fome”, indicou a nutricionista Giovana Longo Silva, professora da UFAL e principal autora do estudo.
“Uma única noite mal dormida já causa esse efeito no dia seguinte. Tendo mais fome, a tendência é comer mais. Imagine o efeito de dormir tarde ou dormir pouco todos os dias”, apontou a pesquisadora.
Qual é a quantidade de horas de sono ideal?
Apesar de a quantidade mínima de horas de sono ser um aspecto muito individual, a Sleep Foundation (Fundação do Sono), uma organização sem fins lucrativos conhecida internacionalmente por realizar diferentes pesquisas sobre o tema, estabelece que um adulto saudável precisa ter entre sete e nove horas de descanso para que o sono seja, de fato, reparador.
A análise dos dados da pesquisa concluiu que quase metade dos entrevistados (45,1%) iam dormir após as 23h e mais da metade deste grupo (51,7%) dormia menos de 7 horas por noite. Desta amostra, 30,1% estava com excesso de peso e 14,7%, com obesidade.
“Com o corpo fadigado porque não dormimos bem, a nossa tendência é buscar alimentos que nos deem sensação de prazer e conforto. É como o efeito de uma ressaca. A gente busca alimentos que aumentam a energia de forma rápida e, normalmente, são alimentos mais calóricos”, explicou ainda a responsável pelo estudo.
Segundo Giovana, o padrão de sono e da alimentação do paciente devem ser avaliados junto a outros fatores de risco. “O sono adequado e uma alimentação saudável são essenciais na prevenção de doenças crônicas, entre elas a obesidade e o diabetes”, encerrou.
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