
Nosso relógio interno precisa estar regulado para o bom funcionamento do corpo e o emagrecimento (Foto: Shutterstock)
Tem uma alimentação rica em nutrientes e pouco calórica, aliada a uma rotina regular de exercícios físicos, e ainda assim não consegue emagrecer? A resposta pode ser o ritmo circadiano, nome técnico dado para o nosso relógio interno.
O horário em que você come pode bagunçar seu relógio biológico – e piorar o sono. Sintomas instantâneos como dificuldade para dormir, exaustão e problemas estomacais podem surgir. Mas o contrário também acontece: a quebra do padrão do sono desregula nossos níveis de saciedade, favorecendo a manutenção do peso, além de induzir a variação hormonal.
É importante, por exemplo, evitar que organismo fique sobrecarregado ao realizar tarefas “fora de hora”. Quer um exemplo? Ao jantar muito perto de ir dormir, sua digestão pode ser prejudicada.
“Essas mudanças no ciclo circadiano estão associadas à expressão e à produção de hormônios como cortisol, leptina e adiponectina, relacionados à obesidade e que demonstram ritmicidade circadiana”, afirma a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Estudo aponta relação entre gordura saudável e dieta equilibrada
Um estudo publicado pela renomada revista Nature apontou que uma dieta de boa qualidade e que seja consumida de forma rítmica (ou seja, durante nosso ciclo ativo) é importante para manter a gordura saudável do corpo.
“No entanto, os pesquisadores descobriram que mudar o ritmo circadiano e comer uma dieta rica em gordura ao longo do tempo irá esgotar as células de gordura saudáveis, e o estudo sugere que essa interrupção pode ser difícil de reverter”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Com a desregulação do ciclo circadiano, pode ocorrer a perda de elementos das células progenitoras dos adipócitos, o que não permitirá que novas células de gordura saudáveis sejam produzidas dentro do tecido.
"Isso causa defeitos no armazenamento de gordura e o excesso de lipídios se espalha para outros órgãos, como o fígado e os músculos, de acordo com o estudo. Ter gordura nessas áreas pode levar ao diabetes tipo 2 e resistência à insulina”, aponta a médica nutróloga.
Segundo a Dra. Marcella, essa influência ocorre pelo relógio central do cérebro, que é controlado pela passagem do dia para a noite e é responsável por nos manter acordados durante o dia e dormir bem à noite, e pelo relógio periférico do corpo, responsável por regular a produção de enzimas que auxiliam na digestão e, logo, regulado pela alimentação.
“O ideal é que ambos os relógios estejam sincronizados, já que o nosso organismo realiza um regime cuidadoso de processos metabólicos para se manter em equilíbrio”, finaliza a médica nutróloga. E agora que você sabe mais sobre essa relação, vai ser necessário mudar a hora do seu jantar ou adaptar algum horário?
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