
Fadiga crônica pode indicar a deficiência de um mineral no seu corpo (Foto: Shutterstock)
O excesso de cansaço nem sempre é motivado pelo acúmulo de atividades ao longo do dia. O problema, em alguns casos, pode ser causado pela deficiência de um nutriente e você não se dá conta.
Foi o caso de Raquel Trindade, de 34 anos, que passou quatro meses sentindo uma fadiga extrema e mal-estar. Ao buscar ajuda, ela foi diagnosticada com anemia.
Segundo a analista de marketing, até a concentração e memória estavam prejudicadas: "Meu corpo não tinha energia. Eu estava desfocada e não sabia o que estava acontecendo comigo."
Quais são os sinais de deficiência de ferro no corpo?
Cerca de 30% das brasileiras recebem o diagnóstico de anemia por deficiência de ferro (anemia ferropriva), responsável por 90% dos casos.
Além dos sintomas mencionados anteriormente, dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde em 2022 destacam que essa condição inclui sinais como:
- Baixa produtividade;
- Palidez cutânea e das mucosas;
- Unhas quebradiças e esbranquiçadas;
- Falta de ar;
- Tontura.
De acordo com a Dra. Monique Morgado, hematologista do Alta Diagnósticos, laboratório da Dasa no Rio de Janeiro, esse é um problema recorrente no Brasil e atinge, principalmente, crianças, adolescentes, mulheres em idade reprodutiva, gestantes e lactantes.
"Esta é uma condição na qual há baixa concentração de hemoglobina no sangue, proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio pelo corpo. Quando falta ferro, há menor oxigenação de tecidos e órgãos, causando os sintomas", explica.
Como diagnosticar um quadro de anemia
No caso da paciente que enfrentava uma indisposição crônica, o diagnóstico foi alcançado devido a um check-up anual de rotina com a sua endocrinologista.
Durante a avaliação clínica, a médica suspeitou de uma deficiência de ferro, que, mais tarde, ficou comprovada por meio de um exame de sangue.
"Como eu estava com o ferro e o complexo B baixíssimos, precisei fazer reposição duas vezes por meio de infusão, além de complementação com suplementos orais. O tratamento mudou minha qualidade de vida muito rápido", afirma Raquel.
Com mais disposição para realizar as tarefas diárias, ela até incluiu um novo hábito à rotina: fazer bicicleta em casa como parte das suas atividades físicas. "Coisa que nunca tive forças para fazer antes”, afirma.
Os impactos físicos e mentais da anemia
Segundo a Dra. Adriana Campaner, ginecologista do Alta Diagnósticos, a anemia ferropriva impacta a saúde feminina nos aspectos físicos e mentais:
- Aumenta a suscetibilidade a infecções pelo enfraquecimento do sistema imunológico;
- Afeta a saúde reprodutiva da mulher;
- Até pode causar complicações na gravidez, com o risco de parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer;
- Estudos mostram uma relação da condição anêmica com a depressão por causa da influência da deficiência de ferro nos neurotransmissores que regulam o humor.
"Para mulheres em idade fértil, a anemia ferropriva pode causar ciclos menstruais irregulares, incluindo menor frequência de ovulação e sangramento menstrual intenso, e diminuição da maturação dos óvulos", explica a médica.
Ela acrescenta que para quem deseja engravidar, a falta de ferro tem sido associada a um maior risco de infertilidade: "Em razão dos impactos da condição na ovulação e na implantação do embrião no útero."
Médica alerta sobre autodiagnóstico e automedicação para anemia
A ginecologista alerta para as pacientes não tentarem fazer um autodiagnóstico ou automedicação para a anemia por deficiência de ferro, já que apenas os sintomas não garantem que seja o caso específico ou podem indicar outras doenças.
"A orientação para exames de dosagem de vitaminas no sangue e o tratamento oral ou por infusão devem ser recomendados por um médico em uma avaliação individualizada, uma vez que a automedicação pode causar uma sobrecarga no corpo com o acúmulo excessivo de ferro e trazer danos hepáticos ou renais", ressalta.
Para que serve a reposição de ferro por infusão?
A administração de ferro por infusão é indicada, principalmente, para pacientes que não respondem adequadamente ao tratamento oral por várias razões:
- Ineficácia dos suplementos;
- Má absorção devido a doenças inflamatórias intestinais;
- Cirurgias bariátricas;
- Problemas gástricos;
- Doença renal crônica;
- Necessidade de reposição rápida.
"A infusão intravenosa permite uma entrega em doses mais elevadas, direta e imediata do ferro à corrente sanguínea, resultando em um aumento mais rápido dos níveis de hemoglobina e ferritina", explica.
Ela acrescenta, no entanto, que a decisão de prescrever a terapia infusional é individualizada e baseada na avaliação clínica do paciente, nos resultados de exames laboratoriais e na presença de condições específicas.
"Portanto, buscar orientação médica é fundamental, tanto para obter um diagnóstico preciso como para iniciar um tratamento seguro", finaliza Adriana Campaner.
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