Mars se une a cientistas para que o chocolate não acabe até 2050: como a dona do Twix e Snickers pode evitar o fim do cacau no mundo

Você já imaginou um mundo sem chocolate? A ideia parece assustadora, mas por incrível que pareça, esse pesadelo pode virar realidade. Segundo os cientistas, há grandes chances do cacau ser extinto até 2025 devido às mudanças climáticas. Porém, nem tudo está perdido. A Mars – a empresa de doces que fabrica chocolates como os Snickers e a barra Twix – junto com a Universidade da Califórnia se uniram em busca de estratégias para salvar o futuro do cacau e do chocolate. Uma dessas estratégias conta com a ajuda de um método de plantação 100% brasileiro.

Veja por que o chocolate está ameaçado de extinção e como essa iniciativa pode salvar um dos sabores mais amados do mundo.

Por que o fim do chocolate pode ser uma realidade nos próximos 30 anos?

A maior parte do chocolate comercializado no mundo vem da África Ocidental – precisamente nas nas florestas tropicais da região. No entanto, segundo um relatório recente da Universidade da Califórnia, as mudanças climáticas estão alterando os padrões de chuva e temperatura das áreas de cultivo do fruto, o que pode reduzir a produtividade das plantações. A solução, neste caso, seria empurrar as fazendas de cacau para as montanhas, porém, essas regiões não apresentam condições favoráveis para o cacau se desenvolver. Como a planta é bastante sensível, ela não se adapta tão facilmente a outros ecossistemas além do seu habitat natural.

Ciência pode ajudar a salvar o chocolate das mudanças climáticas

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia está desenvolvendo uma tecnologia para modificar o DNA das plantas de cacau. Eles acreditam que as plantas geneticamente modificadas serão capazes de sobreviver ao aumento das temperaturas e as fazendas não precisarão ser realocadas para altitudes mais elevadas. Uma pontinha de esperança para a permanência do tão amado chocolate.

De acordo com o relatório da pesquisa, 89,5% das terras utilizadas para o cultivo de cacau deixarão de ser adequadas até 2050. Por isso, os pesquisadores estão correndo contra o tempo. Para agilizar o processo, a equipe da Universidade está trabalhando em colaboração com a Mars no desenvolvimento de um “teste molecular" para a criação de espécies de sementes de cacau que sejam resistentes à seca.

Além disso, os pesquisadores também estão investindo em um método de plantação brasileiro que fornece condições mais favoráveis ao cultivo de cacau nos próximos anos. Popularmente conhecida como cabruca, a técnica consiste em plantar árvores adicionais nas florestas tropicais para fornecer sombra e umidade aos cacaueiros – dois elementos muito importantes para o desenvolvimento das sementes. Mais uma tentativa de diminuir os efeitos negativos das mudanças climáticas para as plantações desse fruto.