
É mito ou verdade que chocolate vicia? (Foto Shutterstock)
Chocolate é 'viciante' e para se livrar dessa relação de amor é um desafio. Mas será que esse vício é de verdade? É importante entender primeiro que nem sempre um desejo exagerado em consumir alguma coisa significa um vício. O chocolate estimula o desejo e muitas vezes é ingerido para a obtenção de prazer, mas nem sempre essa vontade surge com o intuito de matar a fome.
E não é mentira que para quem tem uma obsessão por chocolate, ao comer um pedaço que seja, a sensação de prazer é garantida e confortante.
Mas não custa avisar que quando se fala em "vício em chocolate", o termo está muito mais relacionado a uma força de expressão do que a uma dependência química.
O que torna o chocolate tão viciante?
O chocolate possui componentes também presentes na cafeína como a teobromina, a tiramina e a feniletilamina, substâncias com efeitos próximos aos das anfetaminas. Mas estudos apontam que pelas concentrações serem tão baixas, não estão relacionadas a efeito psicoativo.
Especialistas afirmam que a memória afetiva colabora para o seu favoritismo, já que desde a infância o chocolate é associado a momentos de prazer e alegria.
A conclusão demonstrada em pesquisas já realizadas é que o desejo exagerado pelo chocolate está muito mais ligado a fatores culturais do que químicos. Então, o chocolate não vicia e não tem efeito antidepressivo.
Como o organismo reage ao consumo do chocolate
Como já falamos, o chocolate contém estimulantes como a cafeína e a teobromina em doses bem pequenas, isso significa que não são capazes de causar alterações de comportamento. Um exemplo: 30g de chocolate ao leite tem quase a mesma quantidade de cafeína de uma xícara de café descafeinado.
Já a sensação de prazer é causada pelo aumento das betaendorfinas. O consumo do chocolate gera produção de serotonina, que é responsável pela satisfação. Porém, conforme apontam especialistas, o consumo exagerado seguido da sensação de culpa pode estar associado à compulsão alimentar, que é um distúrbio alimentar.
Em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) foi analisada a compulsão por chocolate com 73 voluntários.
Como é possível tratar a compulsão por chocolate?
O tratamento para a compulsão alimentar costuma estar associado a uma reeducação alimentar com a orientação de especialistas em alimentação e psicoterapia. O consumo eventual de chocolate não causa problemas, mas a ingestão de altas quantidades de açúcar precisam ser controladas para evitar impactos negativos à saúde.
O consumo do chocolate amargo é o mais recomendado por especialistas por conter maior percentual de cacau ao invés das opções ao leite, que possui mais gordura e açúcar, e do chocolate branco, produzido partir da gordura hidrogenada extraída da manteiga de cacau.
Cardiologista aponta os benefícios do chocolate amargo
De acordo com a Dra. Priscila Sobral, cardiologista especialista em longevidade saudável e nutrição esportiva, o chocolate com 70% de cacau, especialmente o amargo, pode oferecer benefícios para o coração, "quando consumido com moderação".
"Ele é rico em antioxidantes, como os flavonoides, que podem ajudar a melhorar a saúde cardiovascular. Mas, importante reiterar que o consumo deve ser feito com moderação, por conter açúcar (não indicado para diabéticos portanto) e calórico para quem está em dietas hipocalóricas", afirma a médica ao Tudogostoso.
Uma pequena porção diária pode fornecer benefícios à saúde, mas o excesso de consumo de chocolate pode levar ao ganho de peso e outros problemas de saúde: "Importante escolher opções com alto teor de cacau (70% ou mais) para obter mais benefícios antioxidantes e menos açúcar. É fundamental também consultar um médico ou nutricionista para orientação personalizada."
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