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Entenda por que frigoríficos injetam água (ou proteína de soja!) na carne e o que o Ministério da Agricultura diz sobre isso

Adição de água e  proteína de soja na carne em frigorífico acende o alerta sobre segurança alimentar. Entenda mais sobre a prática e veja se ela está de acordo com a Lei. 

Adição de água na carne é uma medida permitida por lei. (créditos: Shutterstock)

Recentemente, um vídeo viralizou na internet que mostra um pedaço de picanha passando por um processo de “injeção de água”. As imagens repercutiram bastante nas redes sociais e levantaram o questionamento sobre os impactos da prática na qualidade do alimento e, consequentemente, na nossa saúde. No entanto, mesmo que pareça um absurdo, a adição da solução composta por água e proteína de soja é permitida pelo Ministério da Agricultura. Segundo os especialistas, o objetivo é conservar a carne, realçar o sabor e controlar a proliferação de bactérias.

Quer saber mais sobre o assunto? O TudoGostoso te explica como funciona essa técnica utilizada por alguns frigoríficos do país.

Uso de solução de água e proteína tem como função amaciar a carne

A injeção de água nas peças de carne é uma técnica que faz parte do processo de amaciamento e conservação do alimento. Além da água, a solução também é composta por colágeno e aromas naturais. O objetivo do método é quebrar as fibras musculares da carne, deixando a peça mais macia e suculenta.

O método está de acordo com a lei e consta no Manual de procedimentos de inspeção e fiscalização de carnes e produtos cárneos do Ministério da Agricultura. Segundo o documento, o uso de soluções para amaciar a carne é permitido mediante análise e aprovação da técnica pela Divisão de Registro de Produtos (DIREP). Para isso, a empresa deve registrar todos os métodos de amaciamento da carne utilizado dentro do seu frigorífico e apresentar justificativa e comprovação de que a solução adicionada cumpre com a finalidade proposta.

A lei também ressalta que a quantidade de solução deve ser a mínima necessária para promover o amaciamento da carne. Esse limite é estabelecido pela Anvisa e deve ser respeitado a fim de não oferecer riscos à saúde dos consumidores.

Quais os riscos do uso de aditivos para a segurança alimentar?

O uso de ingredientes nas peças de carne não é uma prática incomum no país. Algumas indústrias, por exemplo, usam ácido ascórbico, conhecido como vitamina C, para conservar a carne bovina. A substância é um poderoso antioxidante de origem natural que tem a função prevenir qualquer alteração no sabor do alimento. O mesmo vale para o nitrito e o nitrato, dois aditivos que auxiliam no controle de bactérias nos produtos cozidos.

Esses conservantes não oferecem risco à saúde nem à qualidade dos produtos alimentícios, contanto que as empresas respeitem a dosagem estabelecida pela Anvisa. No entanto, se forem usados em grande quantidade, acima dos limites legais permitidos, esses alimentos podem se tornar impróprios para o consumo.

Embalagem de carnes amaciadas mecanicamente devem constar a porcentagem de solução utilizada no processo


Para saber se a carne que você consome possui soluções amaciantes, fique atento ao rótulo do produto. De acordo com a lei, as embalagens de cortes de carne devem indicar se aquela peça possui adição de soluções amaciantes, bem como o percentual utilizado e os ingredientes. As informações devem aparecer na frente das embalagens em caracteres visíveis.

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