O consumo de álcool em suas diferentes formas de bebida vem sendo estudado pela ciência há anos. Pesquisadores de todo o mundo buscam encontrar respostas sobre um possível equilíbrio: será que no caso do álcool, tal como o dito popular, a diferença entre o veneno e o remédio é a dose?
Antes de tudo, é preciso destacar que ainda não há um consenso universal sobre o termo “consumo moderado” entre os cientistas, mas dados mais recentes sugerem que essa quantidade não deve passar de uma ou duas doses por dia para homens e uma dose por dia para mulheres.
Um dos principais perigos do álcool está relacionado ao consumo excessivo dele e acidentes de trânsito: dados do Ministério da Saúde no Brasil apontam que, em 2021, o país tinha por hora 1,2 óbito relacionado à mistura perigosa de álcool e direção.
Álcool pode aumentar a chance de câncer de mama, aponta Harvard
Outro risco já comprovado cientificamente é que o consumo de álcool aumenta as chances de câncer da mama e, quanto mais álcool for consumido, maior será o risco. Um grande estudo publicado por professores de Harvard em 2015 acompanhou por mais de 30 anos cerca de 88 mil mulheres e 47 mil homens e descobriu que, mesmo 1 bebida por dia, aumentava o risco de câncer colorretal, de mama, cavidade oral, faringe, laringe, fígado, esôfago, tanto entre fumantes quanto entre não fumantes.
Em outra análise combinada de seis diferentes estudos prospectivos, os cientistas descobriram que tomar 2-5 bebidas por dia, em comparação com nenhuma bebida, aumentou as probabilidades de desenvolver câncer de mama em até 41%. Não importava se a forma do álcool era vinho, cerveja ou bebida destilada.
Doenças cardiovasculares e hipertensão: qual é a relação delas com o álcool?
A correlação entre o álcool e as chances de desenvolver doenças no coração e problemas de pressão também é alvo de investigação da ciência.
Enquanto o consumo leve de álcool pode corresponder a uma redução de 25 a 40% do risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral isquêmico (causado por coágulos), doença vascular periférica, morte cardíaca súbita e morte por outras causas cardiovasculares, ao aumentar a ingestão de álcool para mais de 4 doses por dia, você também faz crescer o risco de hipertensão, ritmos cardíacos anormais, acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e morte.
Estudos sugerem redução do risco de diabetes diante do consumo moderado de álcool
Dados de uma pesquisa de Harvard em 2005 revelam que foi encontrada uma redução de 30% no risco de diabetes tipo 2 com consumo moderado de álcool (0,5-4 doses por dia), mas nenhum efeito protetor foi observado.
Mais um detalhe importante é como esse consumo se divide ao longo da semana: o Nurses' Health Study da universidade descobriu que quantidades menores de álcool (cerca de 1 bebida por dia) distribuídas por quatro ou mais dias por semana tiveram as taxas de mortalidade mais baixas em comparação com as mulheres que beberam a mesma quantidade de álcool, mas em um ou dois dias.
Os benefícios sociais e psicológicos do álcool também não podem ser ignorados. Uma bebida antes da refeição pode melhorar a digestão ou oferecer uma pausa relaxante no final de um dia estressante. De mesmo modo, uma bebida ocasional com amigos pode ser um tônico social.
Dada essa complexidade dos efeitos do álcool no corpo e o quanto as histórias pessoais e familiares são únicas, o álcool oferece a cada pessoa um espectro diferente de benefícios e riscos: em caso de dúvidas mais específicas, o indicado é procurar um profissional de saúde especializado e tirar todas elas.
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