Estudo aponta os riscos potenciais para o cérebro com a mistura de bebida energética e álcool (Foto: Freepik)
As bebidas energéticas costumam ser uma alternativa ao café que muitas pessoas buscam para ter mais energia ao longo do dia. Seja para render mais no trabalho ou nos estudos, por exemplo, esse tipo de bebida acaba entrando como uma opção para dar um estímulo mental e combater a sonolência.
A cafeína e outros estimulantes presentes na bebida podem ajudar a reduzir a fadiga e melhorar o estado de alerta. Mas o consumo deve ser moderado. Um dos problemas apontados em estudos é o hábito das pessoas misturarem os energéticos com álcool.
Um novo estudo realizado em ratos, aponta que essa mistura pode prejudicar a função cerebral. Saiba mais detalhes!
Bebidas energéticas com álcool pode causar problemas na função cognitiva
Um estudo recente realizado com ratos apontou que a mistura de bebidas energéticas com álcool pode causar problemas de longo prazo na função cognitiva. Esse resultado aumenta a preocupação com os hábitos de consumo dos jovens e adultos que costumam apostar nesse combinação.
A pesquisa, publicada na Neuropharmacology, foi realizada por uma equipe da Universidade de Cagliari e da Universidade de Catania, na Itália.
Foram usados grupos de ratos adolescentes do sexo masculino. Eles receberam álcool, bebidas energéticas ou uma mistura de ambos. Vários experimentos padrão foram então usados para avaliar a função cognitiva - incluindo exames cerebrais e testes comportamentais - até 53 dias após o consumo.
Os testes revelaram que os roedores que consumiram a mistura de bebidas energética com álcool apresentaram alterações duradouras na capacidade de aprender e lembrar, bem como alterações na parte do hipocampo do cérebro (área responsável pelo aprendizado e pela memória).
Consumo combinado dessas bebidas levanta questão sobre os riscos desse hábito no cérebro
Os pesquisadores relataram sobre os resultados do experimento no artigo pubicado pela Neuropharmacology: "Pouco se sabe sobre se o consumo combinado dessas bebidas, durante a adolescência, pode ter efeitos de longo prazo na função central, levantando a questão dos riscos desse hábito na maturação do cérebro."
Tanto o álcool quanto as bebidas energéticas são populares entre os jovens por vários motivos, e isso inclui o consumo em festas e ainda sessões de estudo tarde da noite. As implicações desse estudo são que esses hábitos podem estar causando alguns danos a longo prazo.
Conforme ressalta o site Science Alert, essa pesquisa aponta que a plasticidade do hipocampo pode ser afetada, prejudicando a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar em resposta a novas informações e demandas, uma parte crucial do funcionamento normal do cérebro.
Misturar o álcool com bebida energética de forma significativa não é a uma boa ideia
Os ratos que consumiram álcool e bebidas energéticas até apresentaram inicialmente um aumento em determinadas métricas e funções cerebrais. Houve um aumento em uma proteína que impulsiona o crescimento dos neurônios.
Entretanto, esses benefícios não duraram muito. Com o passar do tempo e até a idade adulta, houve um declínio na capacidade cerebral.
"Nossos resultados mostram que o consumo de álcool misturado com bebidas energéticas durante o período da peri-adolescência produz mudanças adaptativas no hipocampo nos níveis eletrofisiológico e molecular, associadas a alterações comportamentais, que já são detectáveis durante a adolescência e persistem na idade adulta", escrevem os pesquisadores.
Novos estudos em humanos são necessários para confirmar esses resultados, e é provável que haja diferenças entre os sexos devido a interações hormonais que não puderam ser exploradas nesse estudo.
Mas essas descobertas sugerem que as preocupações com a saúde em relação às bebidas energéticas são justificadas. O álcool tem muitas implicações para a saúde do cérebro e para a saúde em geral, e é senso comum que misturar os dois de forma significativa não é a melhor ideia.
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