
7 alimentos que você nunca deve cozinhar em papel-alumínio. (créditos: Shutterstock)
O papel-alumínio pode ser usado de diversas maneiras no dia a dia. Com o produto podemos assar carnes, embrulhar legumes, forrar formas, conservar alimentos e até improvisar uma tampa para as panelas e potes. Mas apesar de toda essa versatilidade, ele não é a melhor escolha para todas as receitas — e há um motivo importante por trás disso.
Veja a seguir quais alimentos você deve evitar cozinhar com papel-alumínio e entenda o motivo.
Quando o papel-alumínio pode ser um vilão invisível na sua cozinha
Segundo a nutricionista norte-americana Bridget Wood, o papel-alumínio pode liberar resíduos de alumínio nos alimentos, especialmente quando entra em contato com ingredientes ácidos (como tomate, limão ou vinagre) ou quando é exposto a altas temperaturas, como as do forno.
“Ao cozinhar com papel-alumínio em altas temperaturas, especialmente com alimentos ácidos ou picantes, é preciso ter mais cuidado, pois isso pode fazer com que mais alumínio seja transferido para a refeição”, explica a especialista em entrevista ao site Real Simple.
Segundo Wood, embora o corpo elimine naturalmente pequenas quantidades de alumínio, o acúmulo frequente da substância está associado a efeitos negativos para a saúde, como inflamações, problemas neurológicos e até uma possível ligação com doenças como o Alzheimer, embora os estudos ainda não sejam conclusivos.
Além disso, alimentos muito temperados ou com molho quente podem acelerar esse processo de migração do alumínio, tornando o risco ainda maior.
7 alimentos que nunca devem ser cozidos em papel alumínio
1. Qualquer alimento que você esteja aquecendo no micro-ondas
Papel-alumínio e micro-ondas são uma combinação perigosa. Quando exposto aos raios do micro-ondas, o alumínio pode gerar faíscas, causar curtos-circuitos e, em casos mais graves, até incêndios. Isso não só pode danificar permanentemente o seu micro-ondas como também representar um perigo real à segurança da sua casa.
Além disso, o papel-alumínio não é hermético, ou seja, ele não veda totalmente o alimento contra ar e umidade. Por isso, não é a melhor opção para armazenar sobras de comida. O ideal é guardar tudo em recipientes de vidro ou potes próprios para micro-ondas, que já facilitam na hora de esquentar.
2. Marinadas com ingredientes cítricos e ácidos
Alimentos como tomates, frutas cítricas e marinadas com vinagre fazem parte do grupo dos chamados alimentos ácidos e por isso, não são seguros para serem cozidos em papel-alumínio.
Segundo a nutricionista Bridget Wood, esse tipo de ingrediente pode reagir com o alumínio e fazer com que mais resíduos metálicos se soltem durante o cozimento.
“Alimentos ácidos podem aumentar a liberação de alumínio na refeição, elevando a ingestão da substância. E, se isso acontecer com frequência, pode trazer riscos à saúde ao longo do tempo”, explica Wood.
Portanto, se a receita levar limão, laranja, vinagre ou tomate, o melhor é usar uma forma de vidro, inox ou cerâmica.
3. Preparos com muito sal
Assim como os alimentos ácidos, o sal em excesso também pode ser um problema quando usado junto com papel-alumínio. Isso porque o cloreto de sódio (sim, o sal de cozinha de todo dia) pode reagir com os íons de alumínio, causando o que os especialistas chamam de lixiviação, um processo químico que faz o alumínio migrar para o alimento.
O alerta vale principalmente para receitas bem temperadas ou salgadinhos por natureza, como assados caseiros, presuntos, linguiças e outras carnes curadas. Nesses casos, é melhor deixar o papel-alumínio de lado e optar por uma travessa de vidro ou cerâmica, que não reage com o sal.
Pode parecer detalhe, mas esse tipo de reação, repetida ao longo do tempo, pode levar a uma ingestão maior de alumínio do que o ideal, e isso, a longo prazo, pode não fazer bem pro seu organismo.
4. Pratos assados lentamente
Sabe aquela ideia de embrulhar as costelas no papel-alumínio e deixá-las horas no forno? Pode ser hora de repensar essa tática.
Segundo a nutricionista Bridget Wood, pratos que exigem cozimento prolongado, como assados, costelas e carnes lentamente cozidas, não devem ser preparados diretamente em papel-alumínio.
“Você deve evitar usar papel-alumínio para qualquer receita que vá ao forno por muito tempo”, alerta Wood. “Isso pode fazer com que mais alumínio seja liberado na sua refeição.”
E não é só teoria: uma pesquisa publicada no International Journal of Environmental Research and Public Health mostrou que o mesmo prato, quando cozido em recipiente de vidro ou cerâmica, apresentou níveis muito menores de alumínio em comparação à versão feita com papel-alumínio, uma evidência de que o alumínio passou para a comida durante o preparo.
Se você é fã de receitas assadas lentamente, Wood sugere uma dica: use panelas de cerâmica, vidro ou, pelo menos, coloque uma camada de papel-manteiga entre o alimento e o papel-alumínio. “Assim, você evita o contato direto e reduz os riscos sem abrir mão da praticidade”.
5. Frutos do mar
De acordo com um estudo publicado na revista científica Food Science and Nutrition, o papel-alumínio pode penetrar mais profundamente em filés de peixe do que em cortes de carne vermelha ou de frango. Isso significa que o peixe — por ter uma estrutura muscular mais delicada e úmida — acaba absorvendo mais alumínio durante o cozimento.
Ou seja: de todas as proteínas, o peixe pode ser a pior opção para cozinhar em contato direto com o papel-alumínio.
A boa notícia? Existe uma alternativa igualmente prática e bem mais segura: o famoso método “en papillote”, que usa papel-manteiga para cozinhar o peixe no vapor. Além de preservar o sabor e os sucos naturais do filé, esse método evita qualquer contato com metais.
6. Alimentos cozidos em fogo alto
Wood explica que o alumínio só começa a derreter mesmo quando atinge cerca de 380 °C. Mas não se engane: bem antes disso, o metal já começa a liberar partículas nos alimentos, principalmente em temperaturas acima dos 200 °C.
Ou seja, se você costuma preparar pratos bem quentes — tipo aquela batata assada crocante, direto no forno e embrulhada em papel-alumínio, talvez seja hora de mudar a estratégia. A exposição prolongada ao calor intenso pode aumentar o risco de contaminação por alumínio, principalmente se o alimento for ácido ou úmido.
Por isso, a nutricionista orienta sempre evitar papel-alumínio para receitas assadas acima de 200 °C.
7. Biscoitos caseiros
O papel-alumínio tende a deixar o fundo dos biscoitos caseiros mais duro, podendo até queimar antes que o topo asse completamente. E tem mais: como ele não é antiaderente, existe uma boa chance dos seus biscoitos grudarem no alumínio, fazendo aquela bagunça na hora de tirar da forma (e ninguém quer biscoito esfarelado, né?).
Se você quer biscoitos com textura macia por dentro e levemente crocante por fora, o melhor é apostar em papel-manteiga ou um tapete de silicone (silpat). Ambos evitam que os doces grudem e garantem um cozimento mais uniforme e ainda facilitam a limpeza.
Como cozinhar com papel-alumínio em segurança?
Para quem não abre mão do papel-alumínio na cozinha, Wood recomenda sempre dar preferência ao papel-alumínio rotulado como "de qualidade alimentar". Esse rótulo indica que aquele produto passou por processos específicos para garantir segurança no preparo dos alimentos.
Mas vale o alerta: papéis muito finos, sem especificação de uso culinário, ou bandejas descartáveis de alumínio podem liberar mais resíduos metálicos do que o ideal. E isso vale tanto para o papel quanto para aquelas formas e travessas de alumínio superleves, que a gente usa em festas ou para preparar marmitas.
“Evite papéis-alumínio ultrafinos ou que não sejam adequados para alimentos”, reforça Wood.
E se bateu aquela dúvida sobre embrulhar ou não embrulhar, existe alternativa segura e bem fácil. “Se quiser mais segurança, use papel-manteiga como barreira ou opte por recipientes próprios para forno, como vidro ou cerâmica”, sugere a especialista.
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