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É adepto da lowcarb? Pesquisadores da Califórnia apontam o MAIOR RISCO dessa dieta

Mais calórica do que carboidratos e proteínas, a gordura, quando consumida em excesso, pode afetar gravemente os genes ligados ao sistema imune e à função cerebral

É adepto da lowcarb? Pesquisadores da Califórnia apontam o MAIOR RISCO dessa dieta

Dieta low carb esconde um risco muito comum: saiba qual é! (Foto: Shutterstock)

Na busca por um emagrecimento rápido, muitas pessoas optam por reduzir os carboidratos: nas redes sociais o “low carb” vira quase um mantra repetido em receitas desbalanceadas, baixas em nutrientes e com alto teor de gordura.

Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, publicado na revista Nature no começo de janeiro deste ano, questiona justamente o quanto esse excesso de gordura na alimentação tem impacto prejudicial.

“O trabalho demonstrou que as dietas ricas em gordura afetam genes ligados não só à obesidade, ao câncer de cólon e ao intestino irritável, mas também ao sistema imune, à função cerebral e ao risco de COVID-19”, explica a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

A médica aponta ainda que o exagero de gordura na dieta também pode acarretar em doenças metabólicas e sobrepeso. “A gordura é macronutriente mais calórico: cada 1g de gordura tem 9kcal, cinco a mais que as 4kcal do carboidrato e da proteína”, explica.

Optar por alimentação vegana, mas rica em gordura, também é prejudicial

Popularmente, também se replica a informação de que dietas baseadas em vegetais são melhores. “Em muitos casos, isso é verdade. No entanto, uma dieta rica em gordura, mesmo proveniente de uma planta, é um caso em que isso simplesmente não é verdade", indicou a endocrinologista.

Algumas das alterações intestinais notadas foram mudanças importantes nos genes relacionados ao metabolismo da gordura e na composição das bactérias intestinais. “Por exemplo, eles observaram um aumento de E. coli patogênica e uma supressão de Bacteroides, que ajuda a proteger o corpo contra agentes patogênicos”, explica a médica.

Outras observações foram as alterações nos genes que regulam a suscetibilidade a doenças infecciosas: o estudo identificou que genes capazes de reconhecer bactérias infecciosas foram afetados, juntamente com genes que ajudam o corpo a controlar a inflamação. “Então, é um golpe duplo. Essas dietas prejudicam os genes do sistema imunológico do hospedeiro e também criam um ambiente no qual bactérias intestinais nocivas podem prosperar”, completa Dra. Deborah.

Óleo de coco deve ser consumido com moderação, segundo o mesmo estudo

De acordo com a endocrinologista, tais descobertas são preocupantes, uma vez que o óleo de soja é o óleo mais consumido no Brasil e o óleo de coco vem sendo tratado, cada vez mais, “como um ‘superalimento’, com efeito milagroso, o que não é verdade”.

“É necessária alguma gordura na dieta, talvez 10 a 15%. Porém, a maioria das pessoas abusa desse consumo e o boom das dietas low carb/high fat (com baixo carboidrato e alto teor de gordura) sem indicação especializada de médica e nutricionista está a produzir efeitos adversos na população”, alerta a endocrinologista.


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