Um dos hábitos mais comuns de quem busca emagrecer é diminuir a quantidade de comida à noite. Na cultura popular, até se popularizou um ditado, atribuído à nutricionista Adelle Davis que sugere “tomar café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um morador de rua”. Mas será que essa prática é, de fato, eficaz para perder peso?
Comer mais à noite engorda mesmo? Quem tira essa dúvida é o nutricionista esportivo Peterson Mendes: para isso, ele parte de um conceito importante da nutrição chamado crononutrição. “É uma abordagem nutricional que considera o tempo em que os alimentos são consumidos, levando em conta os ritmos circadianos do corpo. Ela reconhece que o corpo humano tem relógios biológicos internos que influenciam o metabolismo, a digestão e a absorção de nutrientes ao longo do dia”, aponta.
Estudo de Universidade de Tel Aviv mostrou resultados importantes na relação entre comida e horário
O expert em nutrição ainda apontou um estudo realizado pela Universidade de Tel Aviv, na unidade de controle de diabetes E. Wolfson Medical Center. Na pesquisa, dois grupos de mulheres com obesidade foram submetidas à mesma dieta de 1.400 calorias.
O que mudava apenas era a proporção como essas calorias eram divididas ao longo do dia: o primeiro começava o dia com a refeição mais calórica e o outro fechava o cardápio com ela. “A diferença de perda de peso foi absurda de um grupo para outro. Se não me engano foram cerca de 4 kg de diferença. Os dois grupos perderam peso, só que o grupo que perdeu mais peso foi o que comeu menos à noite”, indicou.
Dessa forma, ficou constatado que a de alto valor calórico na ceia pode realmente atrapalhar o processo de emagrecimento.
Ritmos circadianos: como esse conceito é fundamental na crononutrição?
O nutricionista ainda detalha outro conceito importante para quem quer buscar a crononutrição: ritmos circadianos, que são uma espécie de relógio biológico que faz nosso corpo entender padrões como qual é a hora de dormir, o momento de acordar e afins.
“Esses ritmos são influenciados pelo ciclo claro-escuro e afetam processos como o sono, a temperatura corporal e o metabolismo”, explicou Peterson. A ciência vem comprovando que a ingestão de alimentos em momentos específicos do dia pode afetar o relógio biológico e, por consequência, o metabolismo. “Por exemplo, consumir alimentos mais calóricos à noite pode ter efeitos diferentes do que consumi-los pela manhã, como foi o exemplo do estudo citado”, apontou.
E o especialista termina com um alerta importante: embora a crononutrição seja uma área de pesquisa em crescimento, cada indivíduo deve ter seu perfil nutricional avaliado de modo personalizado. “É importante notar que a individualidade biológica de cada pessoa pode variar, assim como a rotina de treino e trabalho, para poder ajustar melhor as refeições para tornar o tratamento com mais adesão”, finalizou.
Sabia desse estudo e da importância desse hábito? No TudoGostoso, você acompanha mais conteúdos sobre nutrição saudável e alimentação.
Veja mais:
- A hora certa do chocolate! Ao comer neste horário, você queima gordura e reduz açúcar no sangue;
- Benefícios do chá verde entre refeições: é isso que acontece com o seu corpo se ingerir a bebida no momento correto