Não tem carioca que não tenha pelo menos ouvido falar da Feira de São Cristóvão. O intitulado Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas é um dos polos gastronômicos mais badalados do Rio de Janeiro com suas barracas de comidas típicas nordestinas, mas a programação cultural também é um atrativo para visitar o pavilhão na Zona Norte da cidade. Descubra no TudoGostoso tudo que a Feira de São Cristóvão tem a oferecer e os motivos para você ir não importa de onde venha.
O que é a Feira de São Cristóvão?
Oficialmente Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, mas popularmente conhecido como Feira de São Cristóvão, o pavilhão hoje promove a cultura e as comidas nordestinas. Mas nem sempre foi assim. O espaço originalmente foi construído em 1962 como Palácio das Exposições, um local para eventos temporários como exposições de indústria, de animais, do exército e até de chope. Depois de abandonado e virar de administração pública, chegou a ser até um barracão de escolas de samba.
O local tinha um telhado de alumínio, mas após um incêndio e um vendaval, foi totalmente retirado nos anos 1990. Foi só em 2003 que o espaço ganhou um novo uso: abrigar a céu aberto a feira nordestina que já existia informalmente no estacionamento ao redor do Campo de São Cristóvão. A feira informal começou em 1945 como ponto de encontro entre os muitos nordestinos que migraram de suas cidades para o Rio de Janeiro para trabalhar na construção civil
O encontro cresceu de forma espontânea pelo desejo das pessoas de se reconectarem à sua cultura mesmo de longe e precisaram lutar para permanecer no local até conseguirem espaço permanente no pavilhão reformado. Assim a Feira de São Cristóvão ganhou endereço fixo e o nome em homenagem a Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião, que também tem uma estátua logo na entrada. Hoje o espaço de mais de 150 mil metros quadrados tem cerca de 700 barracas comandadas por famílias nordestinas que compartilham a sua cultura e a sua comida com qualquer visitante, não importa de onde venha.
O que fazer na Feira de São Cristóvão?
A Feira de São Cristóvão é um espaço com cultura a cada esquina. As barracas de comida ocupam o maior espaço com restaurantes e bares com comida típica. Também dá para comprar ingredientes e alimentos do azeite de dendê à compotas de doces para levar para casa ou até presentear. Mas engana-se quem acha que a Feira de São Cristóvão só tem comida. O centro tem um mundo de empreendimentos. São lojas de roupas, bolsas, sapatos e artesanatos, literatura de cordel, salões de beleza, estúdios de tatuagem, lan houses, boates, bares com karaokê e até agências de viagem.
Para se encontrar nesse espaço enorme, as lojas são separadas por ruas com nomes bem nordestinos, como Rua Rio Grande do Norte e Rua Gilberto Gil. Entre sexta e domingo a Feira de São Cristóvão tem programação cheia de shows e muito forró em três espaços: o Palco João do Vale, o Palco Jackson do Pandeiro e a Praça Catolé da Rocha. A Feira de São Cristóvão fica ainda mais animada durante o São João, quando o barracão é decorado com bandeirinhas típicas e a festa junina dura meses.
O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas abre de terça à domingo. Durante a maior parte da semana não paga para entrar, de sexta a domingo o ingresso custa 10 reais comprados antecipadamente ou na hora apenas em dinheiro. Crianças até 11 anos e maiores de 60 anos não pagam. Certos shows especiais têm ingresso à parte para assistir de perto. A Feira abre às 10h e fica até 18h de terça a quinta, até 04h da manhã nas sextas e sábados e até 20h no domingo.
O que comer na Feira de São Cristóvão?
Não tem como comer mal na Feira de São Cristóvão. Os muitos bares e restaurantes tem iguarias típicas muito bem preparadas com temperos nordestinos e ainda petiscos já clássicos dos botecos cariocas, como bolinho de aipim com carne seca. O queijo coalho com melado, a tapioca, o acarajé e a pamonha são boas entradas para quem acabou de chegar. Nos pratos principais dá para comer até dizer chega com delícias bem servidas como baião de dois, carne de sol com aipim frito, sarapatel, vaca atolada e buchada de bode. Se não conseguir escolher, tem até restaurante com rodízio de comida nordestina.
Para beber, tem sucos com frutas menos comuns no sudeste, como cupuaçu e seriguela, cachaças artesanais e o famoso Guaraná Jesus. Se sobrar espaço para sobremesa, tem compotas, doce de cupuaçu, mugunzá, cocada, pudim de tapioca e bolo de rolo. Nas mercearias você encontra biscoitos, queijos, farinha de tapioca, polvilho, molhos de pimenta, camarão defumado, pipoca de canjica e mais delícias caseiras ou importadas da região nordestina. É para sair de barriga cheia!
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