O aspartame é um dos adoçantes mais utilizados em todo o mundo, não apenas de modo caseiro, como também em indústrias alimentícias: muitas das opções diet ou zero açúcar de determinados refrigerantes, balas, sorvetes e chicletes o usam para garantir o sabor adocicado. Mas será que ele apresenta algum valor nutricional e pode ter benefícios à saúde?
Essa questão passou a ficar ainda mais em voga depois da divulgação de estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), através da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e do Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), pelos quais esse adoçante foi classificado como possivelmente cancerígeno.
Pelo primeiro, foram apontadas “evidências limitadas” de possível carcinogenicidade (câncer) do aspartame em seres humanos. Já o comitê associado a FAO indicou que a ingestão média diária segura é de 40 mg por quilo de peso corporal. Na prática, isso significa que uma pessoa de 70kg pode consumir até 2,8 gramas desse tipo de adoçante: uma lata de refrigerante, por exemplo, tem bem menos que isso, entre 200 a 300 microgramas de aspartame.
Aspartame pode ajudar a reduzir obesidade ou diabetes?
Endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Paulo Rosenbaum destacou que essa classificação não deve abolir o uso do aspartame, entretanto, o médico reforça que esse ingrediente não tem benefícios à saúde ou valor nutricional.
“As pessoas não devem parar de usar o aspartame por causa dessa nova classificação, mas sabemos que ele também não contribui para a diminuição da obesidade ou do diabetes no mundo, pelo contrário, os casos só aumentam. O que nós recomendamos é a ingestão de menos alimentos processados e mais alimentos in natura. As pessoas devem consumir menos açúcar e, se forem adoçar algum alimento, usar uma quantidade muito baixa de adoçante”, apontou para o blog da instituição de saúde.
Quais adoçantes podem ser boas alternativas ao aspartame?
Membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica,a médica Maria Fernanda Barca explica que o aspartame é vantajoso frente ao consumo de açúcar, mas possui outros substitutos mais saudáveis dentre os adoçantes, como xilitol, eritritol, estévia (ou stévia), taumatina e o sorbitol.
“O aspartame pode ser uma opção para ajudar a reduzir a ingestão de açúcar em substituição ao açúcar refinado ou outros adoçantes calóricos, desde que seja utilizado dentro dos limites recomendados. Lembrando que existem outros tipos de adoçantes [entre eles sucralose, sacarina, acessulfame K, entre outros], porém o ideal seria não adoçar os alimentos ou usar adoçantes naturais”, analisou a médica à publicação.
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