Poucos sabem, mas essas são as frutas mais venenosas: elas estão cheia de pesticidas, mas os brasileiros as adoram

Médicos e nutricionistas estão sempre alertando para a necessidade de aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras na nossa alimentação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é ingerir pelo menos 400 gramas de frutas e outros vegetais por dia, para que o corpo possa receber uma boa variedade de nutrientes como vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. Parece sensato, não é mesmo? O problema é que não são só esses nutrientes que estamos consumindo. Segundo mostram as pesquisas recentes, os vegetais também absorvem diversas substâncias químicas perigosas para a nossa saúde.

As frutas compradas em supermercados e hortifrutis são ricas em fibras, antioxidantes e muitos outros nutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo. Mas não para por aí: essas frutas também contém pesticidas, fungicidas, inseticidas e reguladores de crescimento de plantas. Na prática, existe um controle sobre a quantidade de agrotóxicos utilizados nos vegetais. Porém, para muitos, essa quantidade ainda é muito grande.

Frutas, legumes e verduras são um coquetel de produtos químicos

Cerca de 90% das frutas comuns que consumimos e 80% dos outros vegetais contam com vestígios de produtos químicos. Até mesmo os alimentos que contam com selo “orgânico” não escapam. Uma plataforma foi criada por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para rastrear resíduos de químicos em vegetais. Ao usá-la em tomates com o selo de orgânico, eles se depararam com uma surpresa: cerca de 30% dos vegetais tinham traços de agrotóxicos e não deveriam ser vendidos como orgânicos.

E para onde vão essas substâncias químicas? Para o nosso corpo, que as absorvem quando consumimos vegetais no nosso dia a dia. É possível encontrar diversos estudos sobre os impactos dos pesticidas em humanos, mas o problema é que eles analisam apenas um tipo por vez, e não os impactos de um coquetel. “Os riscos à saúde de pesticidas individuais foram avaliados separadamente até agora. Se o alimento não excedesse os limites permitidos para cada pesticida separadamente, era considerado em conformidade com os regulamentos aplicáveis. No entanto, é claro que uma mistura de vários tipos de pesticidas, mesmo em pequenas quantidades, não é benéfica para a nossa saúde. O impacto mais comum é nos sistemas nervoso e endócrino", explica o professor Jiří Ruprich do Centro de Saúde, Nutrição e Alimentação do Instituto Nacional de Saúde de Praga.

Quais são as frutas com mais pesticidas?

Segundo levantamento feito pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) no ano de 2023, cujos dados foram publicados em dezembro de 2024, o abacaxi e a laranja lideram a lista de alimentos com mais resíduos de agrotóxicos, duas frutas que são amplamente consumidas por brasileiros.

Na análise, essas frutas também são os vegetais com maior potencial de riscos agudos para a saúde humana, ou seja, “risco de danos à saúde pelo consumo do alimento em curto espaço de tempo, como uma refeição ou um dia de consumo do alimento”, segundo o Para.

O que fazer para diminuir os impactos dos agrotóxicos no corpo?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária explica as recomendações que devem ser seguidas ao comprar qualquer tipo de vegetal a fim de diminuir o consumo de pesticidas e outras substâncias tóxicas para o organismo:

Lave bem os alimentos: lavar frutas, verduras e legumes em água corrente pode ajudar a reduzir a presença de resíduos de agrotóxicos.
Escolha alimentos rotulados com a identificação do produtor: esta ação pode contribuir para o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos seus produtos e à adoção das boas práticas agrícolas no campo. Dessa forma, eles colaboram e estimulam as iniciativas dos programas estaduais e das redes varejistas de garantir a rastreabilidade e o controle da qualidade dos alimentos.
Prefira o consumo de alimentos da época ou aqueles produzidos com técnicas de manejo integrado de pragas, que, em geral, recebem carga menor de produtos, o que reduz a exposição a agrotóxicos.

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