O Guia Michelin é conhecido por avaliar restaurantes pelo mundo e, de vez em quando, premiar os melhores dos melhores do as famosas e almejadas estrelas Michelin. O guia está em várias partes do mundo e já deu estrelas para restaurantes brasileiros em edições passadas por aqui. Mas nossos vizinhos argentinos ainda não tinham recebido o famoso livro com as análises e condecorações dos especialistas da Michelin até então. Somente agora na edição de 2024 que a Argentina recebeu um Guia Michelin para chamar de seu.
Enquanto a edição brasileira se limita a Rio de Janeiro e São Paulo, na Argentina o guia foi para duas cidades, BuenosAires e Mendoza. E de quebra setes restaurantes argentinos receberam uma estrela Michelin, sendo que um deles ganhou 2 estrelas logo de primeira. Descubra no TudoGostoso quais são os restaurantes argentinos com estrela Michelin e escolha onde comer na Argentina na sua próxima viagem.
Que restaurante argentino ganhou duas estrelas de uma vez?
O único restaurante argentino que recebeu duas estrelas Michelin foi o Aramburu. Receber duas estrelas de uma vez significa que o restaurante vale tão a pena que merece um desvio na rota para experimentar a comida. O Aramburu fica em Buenos Aires e tem uma cozinha contemporânea e criativa argentina comandada pelo chef Gonzalo Aramburu. O Aramburu tem uma culinária sazonal, com pratos que mudam dependendo dos alimentos mais frescos da época e do ano.
Os pratos são quase obras de arte e muitas se inspiram em plantas e flores, como um bombom de toranja no centro de um girassol ou um chips de folhas de caju servidas como uma flor em cima de um jardim de quinoa e batata. O restaurante já tinha recebido outros prêmios, como um lugar no top 100 dos melhores restaurantes da América Latina no 50 Best e uma indicação no TripAdvisor.
E quando custa comer em um restaurante argentino com duas estrelas Michelin? O Aramburu não tem um cardápio a la carte e serve pratos em um menu degustação com preço único, assim como a maioria dos estabelecimentos mais sofisticados. O menu degustação do Aramburu com 18 etapas sem bebida custa 90.000 pesos argentinos, o que em cotação atual de novembro de 2023 equivale a 1.200 reais. Com harmonização de vinho o preço vai para 120.000 pesos argentinos, ou 1.600 reais.
Quais restaurantes receberam uma estrela Michelin?
Foram 6 restaurantes argentinos que ganharam uma estrela na primeira edição do Guia Michelin no país.
Trescha
Trescha é um restaurante jovem de Buenos Aires desde seu chef, Tomás Treschanski, que tem apenas 25 anos, mas é formado no Le Cordon Bleu em Londres e já trabalhou em restaurantes renomados na Espanha e na Suécia. Durante o lançamento do Guia Michelin na Argentina, o jovem chef também recebeu prêmio de chef revelação. A proposta do Trescha como restaurante é trazer uma experiência mais próxima entre chef e os clientes e funciona com apenas 10 lugares na bancada direto para o cozinheiro. A comida segue uma culinária nórdica com técnicas francesas em um menu degustação de 14 etapas que também entrou na lista dos 100 melhores da América Latina do 50 Best.
Don Julio
Também em Buenos Aires, o Don Julio é uma parrila, uma churrascaria argentina, conhecida por ter algumas das melhores carnes do país e 3º melhor restaurante da América Latina e 19º do mundo segundo o 50 Best. Para garantir a qualidade, o restaurante tem seu próprio açougue a poucos metros do restaurante e ele também vende as peças de carnes cruas para quem quiser preparar carnes de primeira em casa. A harmonização da carne com vinho é ponto importante do cardápio do Don Julio e o responsável por essa tarefa, Marín Bruno, recebeu prêmio de sommerlier do ano na cerimônia do guia. Para completar, o Don Julio recebeu uma estrela verde, o selo de sustentabilidade da Michelin.
Azafrán
Em Mendoza, o Azafrán é o restaurante do chef Sebastián Weigandt que se compromete a valorizar os ingredientes nativos da região e produtores locais de alimentos. Por causa disso, o cardápio muda bastante ao longo do ano, mas alguns pratos continuam no menu degustação com algumas adaptações. Um destaque do restaurante é a versão de chef do Tomaticán, um ensopado de carne e legumes típico da região, só que servido em uma casca de ovo.
Casa Vigil
A Casa Vigil é um restaurante em uma bodega de Mendoza. Clientes podem reservar tanto uma visita rápida para degustar um bom vinho de Mendoza quanto uma mesa no restaurante para provar as comidas estreladas. A casa é de Alejandro Vigil, conhecido na região como o “Messi do vinho”. O restaurante que surgiu depois foi inspirado pela Divina Comédia e tem pratos de gastronomia contemporânea que tem tudo a ver com a região de Mendoza. Alguns dos ingredientes são produzidos no local, na fazenda que cerca a casa, o que rendeu também uma estrela verde Michelin. Costela bovina em demi-glace e empanada de ossobuco são algumas das receitas bem argentinas da Casa Vigil.
Brindillas
Brindillas é um restaurante com ambiente minimalista de Mendoza que passa um ar de tranquilidade assim que entra. A experiência intimista e o serviço acolhedor fazem com que os clientes se sintam em casa enquanto provam o menu degustação de 6 a 8 passos elaborado pelo chef Mariano Gallego. A cozinha delicada tem pratos inspirados na culinária argentina e europeia moderna, principalmente por causa da experiência do chef em um restaurante de comida espanhola no Japão. Tem berinjela assada, anchovas salgadas, pêssego caramelizado com Amaretto, sorvete de amêndoas e mais receitas que dão água na boca só de ver o nome.
Zonda Cocina de Paisaje
Esse restaurante de Mendoza tem uma proposta única. Com nome de “cozinha paisagística”, o restaurante faz parte da bodega Lagarde e tem uma arquitetura moderna, mas que lembra estilos clássicos de fazendas. A mistura de tradicional e criativo também está na cozinha. Diferentemente da maioria dos restaurantes, o Zonda Cocina de Paisaje não é criação de um só chef. Ele funciona como cozinha rotativa, com passagens de vários chefs em temporadas. As receitas podem mudar, mas os ingredientes, por outro lado, têm origem certa: as hortas e frutas orgânicas cultivadas na fazenda. Os vinhos servidos nas harmonizações também são de produção local com denominação de origem. Toda a proposta de produção local rendeu a eles também o selo verde de restaurante sustentável Michelin.
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