O azeite de oliva está mais caro a cada ano e qualquer ida ao mercado comprova isso. A produção menor por questões climáticas e demanda maior por causa dos benefícios de consumir azeite fizeram os preços dispararem sem previsão para queda. Muitas pessoas passaram a substituir o azeite por outros óleos vegetais, mas quem não dispensa o azeite de cada dia procura sempre o melhor negócio no mercado e aproveita até a última gota.
Então se tem uma coisa que ninguém quer ver são sinais de alerta de que seu azeite ficou velho e estragou. Ainda mais quando o sinal alarmante que vemos dentro da embalagem são bolinhas esbranquiçadas no fundo. É uma aparência nada agradável de ver, mas o que será que isso significa para o consumo do azeite? Especialistas dão a resposta e explicam se pode ou não consumir azeite de oliva com essas manchas brancas. Confira no TudoGostoso o que eles disseram e como distinguir um bom azeite de um de má qualidade ou estragado.
Pode consumir azeite com manchas brancas?
No Brasil, encontrar azeite de oliva extra virgem com essas manchas ou bolinhas brancas no fundo das embalagens não é muito comum. Mas justamente por isso, quando nos deparamos com elas, levamos um susto. Afinal, o que isso significa? A boa notícia é que esse chamado ouro líquidonão está estragado e isso sequer é um sinal de alerta.
Segundo Miguel A. Lurueña, doutor em Ciência e Tecnologia Alimentar, esses caroços brancos são os triglicerídeos do próprio azeite solidificados. Em baixas temperaturas, a gordura pode se juntar e solidificar, formando essas bolinhas que pesam no fundo da garrafa. Um bom azeite possui ácido oleico, um ácido graxo que engrossa a 5ºC. Mas, muito antes de chegar nessa temperatura, a apenas 20ºC, ele já pode dar os primeiros sinais de solidificação.
Por causa disso, em boa parte do Brasil não é tão comum encontrar o azeite com esses gominhos no fundo. Mas é um fenômeno que pode acontecer aqui durante o inverno, em cidades mais frias como no sul do país ou até quando você coloca o azeite na geladeira (por mais que não seja indicado). De acordo com especialistas, não há nenhum mal em consumir o azeite assim e você ainda pode devolvê-lo ao normal sem perder nutrientes se aquecê-lo ligeiramente em uma tigela com água quente para “derreter” os triglicerídeos solidificador.
Como diferenciar um azeite estragado de um bom?
Por mais que a gente tente fazer o azeite durar para sempre, o ideal é consumi-lo em até 60 dias após aberto. Caso contrário ele pode ficar velho e perder suas características e sabor. O sinal de alerta nesse caso não está no visual, mas no cheiro e gosto. Um azeite estragado ou de má qualidade tem um sabor estranho e mais picante do que deveria normalmente, além de ter um cheiro desagradável de óleo de fritura usado.
Outro problema que surgiu com o aumento do preço desse produto são os azeites falsificados. Um azeite que, mesmo novo, tem cheiro que lembra óleo de cozinha e não azeitona é um claro indício de produto adulterado. Além disso, você pode testar a qualidade do azeite se colocar um pouco em uma forminha de gelo e botar no congelador. Se ele congelar como manteiga, é um sinal de que é um produto de qualidade. Mas se ficar apenas pastoso, mas não congelar nunca, é provável que esteja misturado com outro óleo.
Para não ter surpresas ao chegar em casa, a dica para escolher um bom azeite no mercado é ficar de olho no rótulo. Prefira marcas conhecidas no mercado e que sejam extravirgem, já que são os mais puros. Também procure a acidez do azeite. Um azeite extravirgem deve ter até 0,8% de acidez para ser considerado azeite extravirgem “de verdade”. Já um azeite de oliva comum pode ter até 2,0% de acidez. Também opte pelas garrafas de vidro, já que azeite em garrafa de plástico não preserva tão bem e ainda é sinal de produto barato.
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