
Entenda como mudanças no plantio podem salvar o seu cafezinho (Créditos: Canva)
Se você não vive sem o seu cafezinho diário, com certeza já se perguntou o que fazer se o preço da bebida continuar aumentando, não é mesmo? O valor elevado e a baixa produção fez com que as pessoas questionassem se ficariam sem café no futuro. Quando unimos a questão do aquecimento global, então, a situação só parece piorar.
Acontece que o café é uma planta sensível. O tipo mais comum no Brasil é o arábica; e ele, por exemplo, só resiste até 22º C. Sendo que, nas grandes plantações de café, a temperatura pode chegar a quase 40º C, especialmente durante a seca extrema. E os problemas não param por aí, porque o contrário também pode ser um ruim; clima muito frio, úmido e com geadas prejudica a produção do café. Diante de tudo isso, parece não existir uma solução para proteger o querido cafezinho.
O que os produtores brasileiros estão fazendo para tentar salvar o futuro do café
Para o futuro do café, é necessário voltar ao passado e resgatar as raízes da produção como era antigamente, colocando em prática a técnica da agrofloresta.
Atualmente, a maioria dos cafezais são terras extensas que contém apenas a produção do grão. Ou seja, os cafeeiros ficam expostos às mudanças climáticas diretamente, seja a alta incidência de luz solar, as secas, chuvas intensas ou geadas. E, como já foi explicado anteriormente, eles não gostam muito disso, não.
Na verdade, os cafeeiros são um pouquinho como a gente, eles só querem sombra e água fresca para poderem crescer fortes e saudosos. E é exatamente isso que os produtores estão tentando entregar para garantir que os cafeeiros continuem dando frutos por um bom tempo.
A técnica milenar da sombra e água fresca
Para garantir sombra para os cafeeiros crescerem fortes, os produtores estão plantando árvores de inúmeras espécies junto com o café. Além de garantir mais sombra para o café, elas também garantem proteção contra a geada e ajudam a controlar a temperatura do solo.
O plantio de árvores na lavoura do café também é uma técnica da agricultura regenerativa, que consiste na aplicação de diversos métodos mais sustentáveis de recuperar o estado da plantação. Na prática, isso significa abraçar a coexistência de outros elementos da natureza além do cafeeiro, como árvores, animais, insetos e fungos, que unidos melhoram a produção do café e diminuem a necessidade de agrotóxicos.
Quando o assunto é água, é importante proteger a nascente perto da plantação. Outra questão é que é preciso alcançar a proporção correta entre árvores e cafeeiros; já que o excesso de árvores pode causar uma competição das plantas por água e nutrientes do solo e, em vez de beneficiar, acabará prejudicando a produção do café. Portanto, o equilíbrio é essencial.
O resultado são grãos de café mais robustos, mais doces e com uma qualidade melhor. Ou seja, tudo de bom! O único problema é que esse tipo de sistema tem um valor ainda muito alto e é difícil de colocar em prática. E as desvantagens não param por aí, já que a maior delas é que, nos primeiros anos dessa técnica, a safra pode sofrer uma queda relevante.
Porém, como todo investimento, depois que passa o período de adaptação, as safras voltam a crescer e com frutos melhores e que necessitam de menos agrotóxicos e adubos. Alguns produtores brasileiros já estão colocando a técnica em prática, então ainda há esperanças para o futuro do café.
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