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Vai faltar cafezinho em casa? O que os cientistas descobriram sobre a produção do alimento e o clima imprevisível que toma conta do planeta

Produção do café sofre queda por causa das mudanças climáticas, e preços disparam nas prateleiras dos mercados

Vai faltar cafezinho em casa? O que os cientistas descobriram sobre a produção do alimento e o clima imprevisível que toma conta do planeta

Veja como os cientistas vão impedir o fim do café (Créditos: Canva)

As mudanças climáticas têm afetado cada vez mais a forma como os seres humanos se alimentam, sendo necessária a adaptação e a substituição de ingredientes, como é o caso do azeite de oliva, cujo preço elevado fez com que ele ficasse fora do orçamento de muitos brasileiros. Diante desse cenário, uma das grandes preocupações é o café, que também tem sofrido uma queda na produção mundial. Porém, para evitar que a gente precise viver um futuro sem café (já pensou?!), cientistas descobriram algo surpreendente sobre uma espécie de grão não tão utilizado.

Por que a produção de café está em queda?

Atualmente, cerca de 60% do café é proveniente do grão Arábica. A maioria das marcas de pó de café tradicional utilizam essa espécie. Se você olhar o rótulo do café que você tem em casa, existe uma enorme chance de ser dessa variedade.

No entanto, existe um pequeno problema: o Arábica é extremamente sensível às mudanças de temperatura, e, diante do cenário de aquecimento global em que vivemos, isso afeta diretamente a produção e comercialização do café. Quando a quantidade de sacas obtidas é menor do que a quantidade necessária para abastecer o mercado, o preço do alimento dispara. Nos últimos anos já foi possível notar que o preço do café aumentou.

Então quer dizer que vamos precisar parar de tomar café?

Calma, não é bem assim!

Vai faltar café em casa?

Como o café é uma das bebidas mais consumidas no mundo todo, cientistas de diversos países já pesquisam alternativas para a produção do grão. Isso porque, segundo um estudo publicado na revista científica Crop Science, o Arábica pode sofrer uma queda de cerca de 80% na produção até 2050 em decorrência do clima.

Lembra que lá em cima falamos que 60% dos grãos que consumimos são da espécie Arábica? Pois bem, o restante dos 40% são da espécie Robusta, bastante consumida em países asiáticos como Tailândia e Vietnã. E, diferente do Arábica, os grãos Robusta não são tão sensíveis assim.

Pesquisadores descobriram que o Robusta é muito flexível às mudanças climáticas, sendo capaz de se adaptar em temperaturas bem diferentes daquelas de seu habitat natural. Para verificar essa premissa, eles plantaram Robusta ao lado do Arábica nas regiões frias e altas do Brasil, onde o Arábica prospera, mas não é o ideal para o Robusta.

No momento da colheita, o resultado superou as expectativas: foi possível colher cerca de 75 sacas de Robusta por hectare! Para se ter uma noção, essa quantidade é muito próxima da obtida quando o Robusta é produzido no habitat natural dele. Ainda no estudo, os pesquisadores notaram que cinco espécies específicas de Robusta se dão muito bem em clima frio.

Ou seja, o Robusta pode ser produzido em regiões mais quentes ou mais frias do mundo, sendo a melhor alternativa para o consumo de café no futuro. Para melhorar ainda mais, ele precisa de menos água e menos fertilizante durante a produção, o que faz com que o Robusta seja um grão mais sustentável a longo prazo.

Apesar de os estudos ainda serem iniciais, já existe uma esperança para o nosso futuro. Nem pensar seria possível ficar sem um cafezinho depois do almoço ou na hora do lanche!

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