Tão comum em festas e comemorações, a cerveja é frequentemente associada ao ganho de peso e à famosa “barriguinha”. Mas será que ela é mesmo uma vilã para quem quer se manter em forma? Para responder essa pergunta, o TudoGostoso convidou a nutricionista Maria Angélica Ranucci (@mariangelicaranucci), especialista em nutrição clínica funcional. Descubra quais os efeitos dessa bebida alcoólica no organismo e confira dicas sobre qual é a melhor forma de consumi-la!
Nutricionista explica se a cerveja pode ser culpada pelo aumento de gordura abdominal
Cerveja engorda?
Maria Angélica destaca que a cerveja é considerada leve, já que tem teor alcoólico que varia de 3,5 a 5%, sendo produzida através da fermentação de cereais. Mesmo assim, como qualquer outra bebida com álcool, ela pode prejudicar a rotina alimentar, afetar o estado de consciência e levar a escolhas inadequadas.
“A cerveja pode engordar em decorrência da quantidade ingerida, da frequência no consumo e da escolha dos petiscos que a acompanham. O ideal é que eles não sejam muito gordurosos ou contenham muito carboidrato”, explica a nutricionista.
Cerveja aumenta a barriga?
Aqui vai uma dura verdade: não adianta culpar apenas a cerveja por aumentar a barriga. A nutricionista Maria Angélica Ranucci destaca não haver nenhum estudo que evidencie essa correlação. O aumento da barriga está relacionado a uma conjunção de fatores: exagerar na bebida, comer mal e não ter uma boa rotina alimentar.
“A cerveja não causa a famosa 'barriguinha', porém, o sedentarismo, o consumo exagerado da bebida e alimentos abundantes em gorduras saturadas, sal e carboidratos criam o quadro ideal para o aumento de peso a longo prazo. Os homens tendem a concentrar a gordura a nível abdominal e as mulheres nos quadris”, explica a especialista.
A nutricionista também dá outra dica para manter o peso mesmo consumido cerveja:
“Comer antes de beber reduz a vontade de ingerir açúcare tende a ser uma excelente conduta para aqueles que perdem a mão quando extrapolam no consumo de cerveja”, destaca.
Qual a quantidade ideal de cerveja a ser consumida?
“Não se conhece uma quantidade ideal de cerveja ser consumida. Não há nenhum nível seguro quando se fala em saúde. Tudo depende de doenças pré-existentes, do estilo de vida da pessoa, do metabolismo, da faixa etária e do sexo”, ressalta Maria Angélica.
Quais os malefícios da cerveja?
Além da questão de peso, a desidratação é um malefício da cerveja pouco falado. A nutricionista explica que mesmo bebidas alcoólicas mais leves, como a cerveja, suprimem o hormônio antidiurético, fazendo com que o rim perca água em excesso, causando a desidratação.
“Uma medida eficaz para equilibrar a desidratação causada pelo álcool, é o consumo intercalado de água pura ou água de coco. Principalmente em dias quentes, dependendo da severidade da desidratação, é possível apresentar mal-estar, fraqueza, dores de cabeça, desmaios, cãibras e até mesmo convulsões”, alerta Maria Angélica.
Além da desidratação, é importante destacar que o álcool eleva a pressão arterial e aumenta o risco de AVC. A cerveja também não é uma boa pedida para pessoas portadoras de doenças como a gastrite, diabetes, doenças coronarianas, gestantes ou para quem usa medicação controlada.
“Um estudo europeu comprova que 12 gramas de álcool por dia são o suficiente para influenciar em casos de acidentes vasculares não fatais. Quanto maior o consumo diário, maior o risco de AVC isquêmico e hemorrágico. Se o consumo estiver associado ao tabagismo, também há aumento do risco de doenças cardiovasculares fatais”, adverte a nutricionista.
O que é bom para curar a ressaca?
A alimentação pode ajudar o corpo a se recuperar da ressaca, mas evitar o problema é melhor que remediar. Por isso é importante comer antes de beber; intercalar um copo de água e outro de álcool; escolher com cuidado o que comer com a bebida e, se possível, não exagerar na dose.
“Em caso de consumo abusivo de cerveja, coma alimentos ricos em água, como melancia, melão e morango. Essas frutas podem ser associadas a ingredientes gengibre, casca de abacaxi, água de coco, couve e limão. Chá gelado com limão, gengibre, capim-cidreira e alecrim também ajuda, assim como chás com as ervas dente de leão ou hibisco. São ingredientes benéficos após o consumo excessivo de álcool que auxiliam o fígado na eliminação das toxinas”, afirma Maria Angélica.
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