
Muitos especialistas condenam o efeito dourado e quase queimado dos alimentos feitos na airfryer (Foto: Shutterstock)
O preparo de alimentos na airfryer realmente pode causar risco de câncer? Isso é o que muitos especialistas em saúde sugerem ao alertar sobre o uso incorreto da fritadeira de ar. E uma das principais alegações contra a panela é o aumento da acrilamida nos alimentos, decorrente do efeito Maillard.
Essa mobilização surge no momento em que a airfryer já se tornou um dos eletrodomésticos mais populares hoje em dia. Não é de se surpreender esse tipo de alerta gere um certo pânico entre os usuários do equipamento. Mas será que isso é realmente um problema para a saúde?
Afinal, a airfryer representa perigo para a saúde?
Para entender o que realmente acontece à saúde devido ao aumento do consumo da acrilamida por causa da airfryer, a cientista Laura Marise (@nuncavi1cientista) explica.
A acrilamida é uma substância formada quando alimentos ricos em açúcares e no aminoácido asparagina são cozidos a temperaturas acima de 100ºC. Isso inclui batatas, cereais e até café.
E a airfryer não é a única responsável por isso. Qualquer método de cozimento que envolva altas temperaturas pode gerar acrilamida, como fritar com óleo, assar no forno ou até grelhar. O que importa é a temperatura e o tempo de exposição ao calor.
Um estudo de 2015 comparou o preparo da batata frita por fritura normal com óleo e por 'fritura' na airfryer, e mostrou que fritar a batata com óleo gera cerca de 90% mais acrilamida do que na airfryer.
"Isso porque a temperatura que o óleo atinge é maior do que a do ar no equipamento, e quanto maior a temperatura e maior o tempo de cozimento, maior a geração de acrilamida", explica.
Quais são os reais riscos da acrilamida consumida nos alimentos preparados na airfryer
A acrilamida realmente é uma substância tóxica, mas isso acontece quando é inalada em grandes quantidades, ressalta a especialista.
Quanto à relação com o câncer, os estudos mostram que, para os humanos, seria necessário consumir uma quantidade muito maior do que a encontrada na comida para que houvesse algum risco, e isso não ocorre na nossa alimentação diária.
Para acalmar a tensão que rodeia a airfryer, ela afirma que o problema não está na panela, mas na forma como o alimento é cozido em qualquer equipamento de alta temperatura.
No entanto, até o momento, todas as pesquisas indicam que a quantidade de acrilamida gerada no nosso dia a dia não representa um risco significativo para a saúde.
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