
O escurecimento das bananas ocorre devido à ação da polifenol oxidase, uma enzima que reage com o oxigênio (Crédito: Shutterstock)
As bananas são uma das frutas mais consumidas no mundo, mas têm um problema clássico: o amadurecimento rápido e o escurecimento da polpa depois de cortadas.
No entanto, uma nova descoberta científica promete revolucionar a forma como armazenamos e consumimos essa fruta.
Uma empresa de biotecnologia desenvolveu uma banana geneticamente editada que resiste ao escurecimento, mantendo a aparência fresca por mais tempo.
A revolução da banana que não escurece
A empresa britânica Tropic, especializada em biotecnologia agrícola, criou uma nova versão da banana Cavendish, a mais consumida no mundo.
Usando um método chamado Geigs (Gene Editing Induced Gene Silencing), os cientistas conseguiram desativar os genes responsáveis pela produção da enzima polifenol oxidase, que causa o escurecimento da polpa quando a fruta é cortada ou amassada.
Essa inovação não altera o sabor, o aroma ou a doçura da banana. O único impacto visível é a resistência ao escurecimento, o que permite incluir a fruta em saladas de frutas e produtos processados sem comprometer a aparência.
Para o setor alimentício, essa mudança representa uma grande oportunidade, pois as bananas geralmente são evitadas em produtos prontos devido à rápida oxidação.
Por que as bananas escurecem?
O escurecimento das bananas ocorre devido à ação da polifenol oxidase, uma enzima que reage com o oxigênio e oxida os compostos fenólicos presentes na fruta. Esse processo é semelhante ao que acontece com maçãs e abacates quando cortados.
Ao eliminar os genes que produzem essa enzima, os cientistas conseguiram desacelerar essa reação química. Assim, mesmo depois de descascada ou cortada, a banana mantém a polpa clara por muito mais tempo.
Impactos no meio ambiente e na economia
Além da questão estética, a nova banana promete trazer benefícios ambientais e econômicos significativos. Como a fruta terá uma vida útil maior, a expectativa é que haja uma redução considerável no desperdício de alimentos.
Isso é fundamental, já que milhões de toneladas de bananas são descartadas anualmente devido à aparência escura, mesmo quando ainda estão próprias para consumo.
Outro benefício está relacionado à logística e distribuição. A Tropic já trabalha em uma versão da banana que não apenas resiste ao escurecimento, mas também demora mais tempo para amadurecer, prolongando a fase verde por até 10 dias adicionais.
Isso pode reduzir perdas durante o transporte, especialmente em mercados que dependem de importações.
Banana editada geneticamente: polêmica ou avanço?
O uso da edição genética na agricultura sempre gera debates. No entanto, a Tropic defende que essa inovação não deve ser confundida com organismos geneticamente modificados (OGMs), pois a técnica apenas desativa genes já existentes na fruta, sem a introdução de material genético de outras espécies.
Nos Estados Unidos e no Canadá, a banana editada já foi aprovada para consumo, e a expectativa é que o Reino Unido e outros países sigam o mesmo caminho.
Essa aprovação pode abrir portas para o desenvolvimento de novas frutas e vegetais com melhor durabilidade e resistência a pragas.
O futuro das bananas e da alimentação
A edição genética está se tornando uma ferramenta poderosa para solucionar desafios no setor agrícola.
Além da banana que não escurece, cientistas trabalham em variedades resistentes a doenças como o Mal-do-Panamá e a Sigatoka-negra, que ameaçam plantações em larga escala.
Com o crescimento da população mundial e a necessidade de reduzir o desperdício de alimentos, soluções como essa podem se tornar cada vez mais comuns. A questão agora é: o consumidor está pronto para adotar essa nova versão da banana?
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