Cinema e comida são aliados antigos. Não tem nada como assistir um bom filme comendo uma pipoca e tomando uma bebida gelada. Mas a comida também pode ir para o outro lado da tela e virar a estrela dos mais variados filmes. O Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação, de Brasília, é uma celebração de filmes sobre gastronomia, com obras de diversos países e oficinas sobre comida e arte. Confira no TudoGostoso o que acontece no festival e que filmes estarão na 11ª edição do evento.
"Os caçadores de Trufas" é um dos filmes premiados que será exibido gratuitamente no 11º Slow Filme
O que é o Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação?
O Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação é uma exibição única no Brasil de filmes sobre gastronomia. O evento é gratuito e transmite mais de vinte filmes nacionais e internacionais. São principalmente documentários, de longa e de curta metragem, que falam sobre vários lados da culinária e as figuras que atuam nessa área, desde os pequenos produtores dos ingredientes até os maiores chefs de cozinha.
Além da exibição dos filmes, outras atrações incluem debates sobre os filmes, oficinas de gastronomia e degustação de alimentos. A ideia do projeto é ir além do lazer e trazer uma reflexão sobre os caminhos dos alimentos até chegarem nas nossas mesas.
Quando e onde o Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação acontece?
As primeiras edições do Slow Filme aconteceram na cidade de Pirenópolis, em Goiás. Desde a 10ª edição, em 2019, o festival se mudou para Brasília e hoje é realizado no Cine Brasília e no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul. Em 2022, após dois anos parado, o Slow Filme volta para sua 11ª edição entre os dias 24 e 28 de agosto.
Quais são os principais filmes sobre gastronomia exibidos no 11º Slow Filme?
Filmes como "Os caçadores de Trufas" mostram os bastidores dos alimentos antes de chegar na mesa
Em 2022, serão exibidos 22 filmes de 13 países diferentes espalhados por 5 continentes. A variedade também está no conteúdo dos filmes, que fala sobre agricultura familiar, sustentabilidade, trajetória de mulheres na gastronomia, alimentos raros e refeições em família, entre outros temas.
A abertura do evento tem um dos destaques do 11º Slow Filme: “Os Caçadores de Trufas”. O documentário fala sobre a rotina de italianos com mais de setenta anos que buscam nas florestas de Piemonte, na Itália, pelas raras trufas brancas, um dos alimentos mais caros do mundo. O filme foi produzido entre três países, Estados Unidos, Itália e Grécia, e recebeu sete prêmios internacionais, além de mais de 20 indicações.
O 11º Slow Filme será palco da estreia nacional do filme brasileiro “Antes do prato”, de Carol Quintanilha com produção do Greenpeace Brasil e participação de Paola Carosella e dona Jacira Roque. O foco do documentário são as ações sociais para revolucionar a nossa forma de consumir os alimentos, desde a luta contra a fome até a melhoria da nossa relação com o meio ambiente.
"Antes do prato" é um relato de ações sociais contra a fome no Brasil
A agricultura familiar é um tema comum, como o curta-metragem turco “Foça, mercado da terra” que mostra a produção e venda local de pão, azeitonas em conserva, ervas e legumes em jardins sem usar fertilizantes ou pesticidas químicos. Do Brasil, um representante é o curta “O branco da raiz” sobre a produção anual e familiar de farinha de mandioca, uma herança da cultura indígena que é uma das bases da gastronomia brasileira.
A força das mulheres na gastronomia também é ressaltada. No premiado filme peruano “Semeadoras de vida”, cinco mulheres que representam a “mãe terra” trabalham no campo e enfrentam as mudanças climáticas sem uso de pesticidas. No filme italiano também premiado “Neste mundo”, as protagonistas são 100 mulheres entre 20 e 102 anos que assumiram o trabalho de pastoras de ovelhas e cabras, uma atividade tradicionalmente patriarcal. E no documentário francês “À procura de mulheres chefs”, a cineasta Vérane Frédiani vai atrás de mulheres que lideram cozinhas renomadas apesar dos desafios.
O Festival Internacional de Cinema e Alimentação também dá espaço para filmes de animação, através do curta “Almoço de domingo”, sobre as situações rotineiras de uma refeição em família, e do longa “Bom dia, mundo”, sobre o cotidiano de diferentes animais na natureza como coruja, peixe, tartaruga, castor e salamandra.
O festival também traz animações sobre gastronomia
Que outras atividades esperar do Festival Internacional de Cinema e Alimentação?
No Slow Filme, a comida está no centro das mesas de debate e de degustação. A roda de conversa após “Antes do prato” fala sobre nutrição e agricultura, enquanto “À procura de mulheres chefs” é ponto de partida para uma discussão sobre protagonismo feminino na gastronomia e no cinema.
Oficina inspirada pelo filme "À procura de mulheres chefs" fala sobre mulheres na gastronomia
Para quem quer aprender com o paladar, as oficinas trazem aulas culinárias e degustação. “Slow Wine” ensina sobre produção de vinho com um enólogo. “Gosto cerrado” mostra a sociobiodiversidade do cerrado e apresenta frutos típicos que muitos desconhecem. “Percurso quadra comestível” é um passeio sobre as plantas alimentícias não convencionais (PANCs), complementado com a mostra “Uso criativo das PANCs”.
Para finalizar, o Festival Internacional de Cinema e Alimentação terá o lançamento de um livro que tem tudo a ver com o evento. “Da fome à fome: diálogos com Josué de Castro” é um verdadeiro estudo sobre a fome no Brasil nos dias de hoje. Todas as atividades são gratuitas.
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